
A 5ª edição da oficina de percussão da Bateria Ritmo do Norte (BRDN) arranca hoje, com um encontro no auditório da Escola Técnica do Mindelo, onde serão acolhidos os novos alunos e partilhadas informações sobre as aulas, que irão acontecer na Academia Carlos Alhinho, em São Vicente. Até o momento estão inscritos mais de 120 formando.
De acordo com Nuno Costa, a formação destina-se a iniciantes, ou seja, pessoas que estão a entrar em contacto com instrumentos de percussão pela primeira vez, mas também ritmistas experientes. “Hoje, basicamente, será o acolhimento dos formandos e a divulgação de informações. As aulas propriamente ditas iniciam amanhã. Vamos dividir os formandos por turmas, sendo a primeira composta por pessoas que, pela primeira vez, manifestam interesse em aprender a tocar”, explica o entrevistado Mindelinsite.
As aulas serão aos sábados e domingos, com duas turmas de aprendizes, a primeira a partir das 16 horas e direcionado para formados na faixa etária de 10 a 17 anos, a segunda, às 17 horas, com idade a partir dos 18 anos. “No mês de junho, teremos mais uma turma denominada de reciclagem, constituída por pessoas experientes, sobretudo que integram a BRDN e que ainda precisam de alguns retoques para aprimorar os seus conhecimentos. Esta turma vai funcionar a partir das 18 horas”, detalha.
Em julho, prossegue, inicia mais uma turma, para o nível mais avançado, que vai se juntar a de reciclagem e alguns aprendizes. Este conjunto inicia, então, a preparação para participar no desfile de Verão, do grupo Cruzeiros do Norte, na praia da Lajinha. “Iremos trabalhar os instrumentos separados, explicar as técnicas e fundamentos por forma a que possam adquirir os conhecimentos necessários e apreender as bases que lhes permitam executar qualquer ritmo.”
A oficina, no total, se estende de 11 de maio a 21 de dezembro e conta, para além de Nuno Costa, com um leque extenso de formadores: Sal e Wilson(surdo), Sténio e Albano (caixa), Bela (repinique) e Jerson (tamborim e cuíca). A estes juntam-se um grupo de subdiretores que vão reforçar a formação em instrumentos como surdo, caso Ailton e Giovanni, caixa Luís, repinique Marvin e Alex e, no chocalho, Melany. A coordenação geral da oficina estará a cargo de Nuno Costa.
Este é um projecto que, diz o maestro, está a ser impulsionado desde 2017, após ter integrado outra iniciativa com o Mindel Samba. Saiu e criou um projeto com outra filosofia. “Queríamos caminhar com os nossos próprios pés e tínhamos outra forma de pensar. Então decidimos criar algo diferente para a nossa percussão. O projecto já produziu duas baterias, o Florianos do Flores do Mindelo e Ritmo do Norte do Cruzeiros. As duas participam neste momento no Carnaval de S. Vicente.”
A ideia, afirma Nuno Costa, é ajudar os grupos a terem as suas baterias próprias, inclusive nestem omento a apoiar o Estrela do Mar a montar a sua percussão. “Somos parceiros. O concurso é apenas durante o desfile oficial do Carnaval. Não somos inimigos. Somos adversários, mas todos queremos o melhor para São Vicente,” sublinha Costa, que destaca a participação nesta formação de pessoas de diversas faixas etárias e, principalmente, a presença cada vez mais marcante de mulheres nas baterias.
Ao contrário das oficinas anteriores, que eram gratuitas, este ano os participantes terão de pagar uma quota mensal de 200 escudos. Nuno Costa alega que todos os custos vinham sendo suportados pelo grupo Cruzeiros do Norte, que já enfrenta dificuldades, pelo que optaram por cobrar um valor simbólico para financiar os custos com materiais para reparar os equipamentos e que são importados do Brasil.