Amiro Faria recupera histórias do tempo colonial em S. Vicente com lançamento do livro “Afinal, quem manda na Rua d’Praia…?”

“Afinal, quem manda na Rua d’Praia…?“, este é o mote do quarto livro do autor Amiro Faria e que aborda episódios ocorridos entre as décadas de 40 e 50 na cidade do Mindelo, no tempo da administração colonial. A questão, conforme revela o escritor, tem a sua relação com um conflito, que colocava em choque duas autoridades: a marítima e a terrestre, neste caso, a administração do concelho. “Com base nessa situação, e noutras que decorrem dessa tensão, é que escolhi o título deste livro”, explica.
Abordado pelo Mindelinsite, o antigo administrador da FIC evita entrar em detalhes sobre o conteúdo dessa obra, que será lançada no dia 3 de julho na ilha de S. Vicente. “Para não tirar piada a esse momento!” Mesmo assim, abre um pouco o cortinado ao revelar que o livro é uma novela composta por narrativas baseadas em factos reais, mas que aparecem ao longo das páginas de forma encriptada. Elementos que, diz, foram encadeados para dar corpo ao texto.
Rua d’Praia d’Botes, famosa na cidade do Mindelo, está associada aos pescadores e à réplica da Torre de Belém. Contudo, o livro enaltece mais o papel da ex-Capitania dos Portos, que funcionou nesse histórico edifício. Isto porque o livro retrata acontecimentos das décadas de 40 e 50, ou seja, do tempo da administração colonial, um período vivido com intensidade pelo então jovem Amiro Faria. “De uma administração que não administrava porque o Governo colonial fingia achar que Cabo Verde não tinha viabilidade porque não chovia”, enfatiza.
Sendo uma obra inspirada num período histórico, Amiro Faria admite que o livro tem um público restrito. “Este é o grande problema. Sou dos poucos exemplares dessa época, mas felizmente que ainda há mais gente que pode confirmar essas ocorrências e até enriquecê-las”, frisa o escritor, que assume ter uma memória apurada, daí se lembrar de muitos episódios de “diazá”.
Lançado pela Ilhéu Editora e o Rotary Club, o livro tem uma tiragem de apenas 300 exemplares. Será apresentado ao público mindelense no dia 3 de julho pelas 18 horas na sala de conferências do Hotel Porto Grande.