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Foliões destacam civismo no “enterro d’Carnaval”, que voltou a reunir milhares de pessoas em S. Vicente

O nível do civismo foi o aspecto mais enaltecido por foliões abordados hoje pelo Mindelinsite no enterro do Carnaval d’Soncent. Figurantes e membros dos grupos de mandingas da Ribeira Bote e Fonte Filipe realçaram o clima de paz e de festa no seio da multidão que acompanhou o cortejo da Ribeira Bote à Avenida Marginal, na cidade do Mindelo.

“Mais uma vez, a avenida ficou curta e estreita para tanta gente. Isto prova que o enterro do Carnaval é um evento à parte no desfile dos mandingas”, comentou Raquel Brito, quando a “romaria” estava prestes a chegar à “praia d’cachorro”, onde tradicionalmente são depositados os caixões feitos pelos mandingas das diversas zonas.

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Quando ainda a onda humana estava em Chã d’Alecrim, os mandingas Eugénio (Ribeira Bote), Ronaldo e Jailson (Fonte Filipe) destacavam o ambiente de paz presente durante todo o trajecto, que já tinha durado mais de quatro horas. “É um ambiente civilizado e agradável, apesar de tanta gente”, disse Eugénio, que salientou o facto de todos os mandingas saírem juntos no “enterro”.

Para Reinaldo, o “enterro” é dos momentos mais simbólicos e nostálgicos do Carnaval, por representar o “cair do pano”. “Comecei a sentir a ‘vibe’ do carnaval desde o dia 1 de janeiro. Agora vamos encerrar a festa e aguardar o próximo ano”, frisou.

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Jailson Redy, antigo mandinga de Fonte Filipe, considera o “enterro” do Carnaval um momento de sabura sem igual. Ele que enalteceu o bom comportamento das pessoas de uma forma geral.

Homem também do sopro, o artista Cacau já estava cansado, mas ainda com fôlego para tocar a famosa música dos mandingas. Na sua opinião, Mindelo teve este ano um carnaval esplêndido. “O concurso dos grupos oficiais teve alto nível e estou de acordo com os prémios, foram bem dados. Agora estamos prestes a enterrar o Carnaval, depositando os caixões na praia d’cachorro, mas o espírito do Carnaval vai ficar sempre connosco”, diz Cacau.

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Para os mandingas Titino e Jaqueline, todas as festas populares são susceptíveis de surgirem problemas em qualquer lugar, mas confessaram ao Mindelinsite que adoraram o comportamento demonstrado pela multidão que tomou de assalto a longa avenida que liga Chã d’Alecrim à Marginal.

Era já noite quando o trio eléctrico chegou à Avenida Marginal entoando as músicas dos grupos oficiais deste ano, rodeado por uma moldura humana eufórica. Junto à praia, os guerreiros das saias de sisal depositavam os caixões e se despediam do Carnaval 2023, prometendo regressar no próximo ano com mais folia.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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