A bateria do grupo Vindos Oriente, considerada por D. Lili Freitas a melhor ala do grupo, vai homenagear a malograda com uma “visita” ao Cemitério de São Vicente. Trata-se de uma iniciativa espontânea, com concentração hoje na Praça D. Luís às 15h30, hora em que normalmente o grupo já está em plena ação nas ruas de mora na terça-feira de Carnaval.
Segundo Mauro Nobre, esta homenagem singela surgiu da iniciativa dos membros da própria bateria do VO. “Decidimos fazer este acto e, de imediato, informamos a direcção do grupo e familiares, que apoiaram esta nossa ideia. Está tudo a postos para logo mais. Vamos trajados com roupas do grupo, mas sem música” informa.
A ideia inicial era os participantes estarem trajados com figurinos usados pela bateria nos desfiles. Mas, depois de dois anos sem Carnaval, alguns integrantes já não têm os figurinos ou então não estão nas melhores condições. “Optamos então por usar qualquer roupa que identifique o grupo, sejam camisas personalizadas ou qualquer traje”, clarifica, sem precisar o número de pessoas que deverão participar.
“Não fizemos convites. Foi uma ideia que surgiu dentro da bateria, mas acredito que alguns membros da direcção também deverão marcar presença. Decidimos fazer esta homenagem porque, para além de ser nossa presidente, D. Lili sempre nos tratou com carinho e tentava sempre manter o grupo unido. Por isso entendemos que, na terça-feira do Carnaval, ela merecia uma visita nossa.”
Ontem, durante cerca de duas horas, Lili Freitas foi homenageada em uma live realizada pela CV Sonho, que contou com actuações de Constantino Cardoso, Gay Dias, Anísio Rodrigues, Valdemiro “Vlu” Ferreira, Paulo Block, e testemunhos de João Carlos Silva, Manu Cabral, Cláudio Rego Mirante e ainda de três integrantes da bateria. Todos falaram das qualidade e da frontalidade de Lili d’ Chala, mas também do grande legado que deixou.
Já a CV Sonho justificou a realização desta homenagem, que resultou de uma parceria com o grupo Escola de Samba Tropical, com a necessidade de prestar esta homenagem à “rainha do Carnaval de São Vicente”, que desde jovem mostrou o bom caminho da festa do Rei Momo, fonte de beleza, criatividade e muito trabalho.
Também a Escola de Samba Tropical não deixou esta segunda-feira, tradicionalmente dia do “monumental desfile do Samba” passar em branco. Segundo o presidente, David Leite, a direcção do grupo decidiu, simbolicamente, recordar este dia e de alguma forma comunicar com os seus foliões, através de uma sessão de fotografia feita na hora do desfile nos locais mais emblemáticos, designadamente Praça D. Luís (concentração), Pássaro (arranque) e Rua de Lisboa (momento alto).
“São fotografias que ficaram para a posteridade e testemunha que, mesmo com todas as restrições, conseguimos assinalar o nosso dia. Infelizmente, por todas as razões que se conhece, não conseguimos fazer mais. Mas fica o registo da forma como a direcção do grupo marcou esta data e fomos muito aplaudidos na rua de Lisboa pelas pessoas que passavamm na altura pelo local e que faziam a sua vida quotidiana. Não foi nada combinado.”