Vigilantes fazem balanço positivo da greve, mas denunciam ameaças
Os vigilantes de São Vicente fazem um balanço positivo da greve que terminou às 8h desta quinta-feira e que teve duração de 72 horas. O delegado do Sindicato Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil, Agricultura e afins (SIACSA) garante que a adesão foi de cerca de 90% e que muitos postos importantes, caso do Aeroporto Cesária Évora, ficaram desfalcados. Heidi Ganeto denuncia, no entanto, casos de pressão e ameaças aos vigilantes, sobretudo os que estão a começar agora e que não estão sindicalizados.
A greve terminou as 8 horas desta quinta-feira e, durante estes três dias, os vigilantes concentraram na Praça Dom Luis em São Vicente, mostrando união e vontade de lutar. “Tivemos uma adesão a volta dos 90% nos três dias de greve. Por causa disso, alguns postos ficaram sem cobertura, ou seja, sem presença de vigilantes. Sabemos que algumas empresas tiveram de recorrer a outras empresas para recrutar vigilantes para garantir a sua segurança durante a greve. No aeroporto, por exemplo, apenas três vigilantes estiveram de serviço”, confirma este delegado sindical.
Questionado sobre o timming, não tirou protagonismo a greve, Heidi Ganeto explica que os vigilantes escolhem sempre uma data relevante para reivindicar e o Carnaval é a festa que mais pessoas movimenta. Lembra ainda que os vigilantes também fazem parte da segurança de Cabo Verde, pelo que era importante paralisar agora. “Concordo que o carnaval tirou algum brilho a nossa greve. Mas a nossa intenção era chamar a atenção da sociedade, do Governo e das empresas para a situação dos vigilantes de Cabo Verde. É injusto um vigilante com 10 ou mais anos de serviço receber o mesmo salário que um que está a começar agora”, assevera.
Heidi lembra que a classe está a reivindicar a efectivação do Preço Indicativo de Referência (PIR), que garante a implementação do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT), assinado em 2017. O documento, publicado em 2018, refere, propõe a implementação de uma nova grelha salarial, o descongelamento das progressões e reenquadramento nas carreiras profissionais. O PIR atribui ainda um preço único por posto no sentido de evitar a concorrência desleal no sector da segurança privada.
Sobre todas estas reivindicações, este delegado sindical garante que não tiveram feetback das empresas e nem do Governo pelo que, ainda antes do término da greve, os vigilantes reuniram e decidiram marcar uma nova greve a partir de 25 de Março. “Estamos disponíveis para negociar. No entanto, caso as partes continuem a nos ignorar vamos avançar para uma nova greve a partir do dia 25 do próximo mês”, completa Heidi Ganeto, para quem os vigilantes já estão cansados de esperar por uma resposta.
Constança de Pina