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Vigilantes de S. Vicente podem partir para greve se empresas continuarem sem aplicar grelha salarial e melhorar condições de trabalho

Os vigilantes de segurança privada em S. Vicente poderão partir para uma greve se a grelha salarial e aplicação do PIR continuarem inalteráveis por mais duas semanas. Como enfatiza o sindicalista Heidi Ganeto, o Governo acabou por pedir mais quinze dias para tentar resolver o problema, com a colaboração dos sindicatos e da associação das empresas do sector, mas vai avisando que, se o quadro continuar tal como está, os profissionais de S. Vicente poderão promover uma paralização dos trabalhos em pelo menos duas das empresas mais antigas.

“Sinceramente já não acredito na capacidade do Governo de resolver esta questão. Desde a assinatura de um acordo em outubro passado demos 6 meses às empresas para poderem falar com os seus clientes e aplicarem o Preço Indicativo de Referência. Depois teriam que adaptar o salário dos trabalhadores a partir de 1 de maio, mas nada aconteceu”, reclama Ganeto, lembrando que os vigilantes exigem ainda melhores condições de trabalho e mudança na categoria profissional.

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O representante do SIACSA em S. Vicente deu estas declarações ao Mindelinsite na praceta Dom Luis momentos antes da manifestação dos vigilantes, agendada para esta manhã a nível nacional. Heidi Ganeto reconhece que a adesão dos profissionais esteve aquém do esperado, mas, a seu ver, o pessoal recuou devido ao comunicado remetido ontem à noite pelo Governo dando conta que está a trabalhar no sentido da resolução do contencioso no sector da segurança privada. Segundo Ganeto, os vigilantes tiveram conhecimento imediato da nota e isso teve o seu efeito.

Questionado se, na sua opinião, o Governo fez isso com o intuito de desmobilizar os manifestantes, o sindicalista não descarta essa possibiliade. “Digo isto porque o Governo podia ter enviado esse comunicado dias antes, e não esperar para fazer isso na véspera da manifestação”, critica.

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Segundo Ganeto, o comunicado teve o seu impacto, mas não impediu os vigilantes de S. Vicente de realizar a sua manifestação. Foram quase 30 profissionais que se reuniram à hora marcada na praceta Dom Luis com cartazes e bandeiras. O porta-voz do grupo enfatiza que os vigilantes precisam continuar a lutar pelos seus direitos e conseguir a empatia da sociedade cabo-verdiana. Como diz, muitas vezes acabam por prestar um serviço à segurança tanto das empresas como das residências e viaturas que ficam na sua área de trabalho. E não foram poucas as vezes que surpreenderam assaltantes e informaram a Policia Nacional de tentativas de roubo.

Relembre-se que o Governo assegurou em comunicado que vai reforçar nas próximas duas semanas as orientações aos serviços e empresas públicas com o objectivo de dar continuidade à implementação da grelha salarial dos vigilantes de segurança privada e aplicação do Preço Indicativo de Referência (PIR). O documento – que é assinado pelos ministérios das Finanças e o da Administração Interna, a ANESP (Associação Nacional das Empresas de Segurança Privada) e pelos sindicatos SISCAP e SIAP – reforça que a referida associação representativa dos vigilantes vai também intervir no mesmo sentido junto das empresas do sector. 

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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