Pub.
Pub.
AtualidadeEscolha do Editor

Vereadores do PAICV afirmam que A. Neves se sentiu pela primeira vez ameaçado pela postura da oposição na CMSV

Os vereadores Albertino Graça e Celeste da Paz afirmaram esta manhã que, pela primeira vez, o edil Augusto Neves se sentiu ameaçado pela postura da oposição, ao ponto de ter solicitado a intervenção dos dirigentes da UCID e do PAICV para resolver o contencioso na Câmara de S. Vicente. Celeste da Paz frisou, no entanto, que a actuação dela e do colega Albertino Graça na autarquia tem sido feita em concertação com o partido da estrela negra.

“A nossa intervenção é concertada com o partido, não andamos aqui à deriva como diz o presidente da Câmara. Abraçamos o projecto do PAICV, que vai até o término do nosso mandato”, pontua Celeste da Paz, enfatizando ainda que Auguto Neves deve ter em mente que terá sempre que negociar com os vereadores da oposição de qualquer jeito. Porém, diz, da mesma forma que Neves afirma que quer negociar, deixa claro que vai manter os “braços fortes” com os vereadores do PAICV e da UCID. Sinal que, no entender dela, comprova que o edil não está na realidade aberto ao diálogo.

Publicidade

Celeste da Paz afirma que Augusto Neves faltou à verdade ao negar ontem que ele e os vereadores do MpD abandonaram a sessão da passada terça-feira. Segundo essa porta-voz, a reunião começou com a presença de todos os 9 elementos que compõem a Câmara, mais a Secretária Municipal. Acabou, no entanto, por terminar com apenas os 5 elementos da UCID e do PAICV, mais a Secretária Municipal. “Isto significa que 4 elementos abandonaram a sessão antes dela terminar. Tão simples quanto isso”, conclui essa vereadora, acrescentando que deram continuidade ao encontro porque tinham quórum de funcionamento e para deliberação, o que acabaram por fazer. Ainda é preciso referir, conforme Celeste da Paz, que a Secretária Municipal, para além de ser uma espécie de Diretora-Geral da Câmara, é também a Notária da autarquia e esteve presente na sala, pelo que aguardam a entrega da acta.

Celeste da Paz lembra que agenda das reuniões da CMSV é proposta e discutida de acordo com o Regimento e o Estatuto dos Municípios, logo estranha como Augusto Neves afirma que os vereadores da oposição quiseram impor uma agenda. “Porque ele não aceita discutir os assuntos propostos pelos vereadores da UCID e do PAICV?”, contrapõe a vereadora, esclarecendo que, na reunião de terça, Neves colocou a sua proposta à votação e perguntou quem era a favor. Quatro dos presentes, incluindo o autarca, deram o seu apoio, mas, conforme Celeste da Paz, o presidente não perguntou quem era contra e quem se abstinha. De seguida, diz, o edil deu a reunião por concluída.

Publicidade

Explica essa fonte que os vereadores da UCID e do PAICV reagiram e, após alguma altercação, A. Neves arrumou as suas coisas saiu e os vereadores do MpD foram atrás dele. “Está tudo documentado e será comprovado com a ata que está a ser elaborada pela senhora Secretária Municipal”, assegura.

Quanto às deliberações tomadas pelos vereadores da oposição, que visam anular algumas decisões “pesadas” de A. Neves e os apoiantes do MpD na polémica sessão de 2 de janeiro, Celeste da Paz sublinha que fizeram isso ao abrigo da lei.

Publicidade

No tocante ao facto de os vereadores do PAICV e da UCID terem abandonado a sala durante o acto solene da celebração do aniversário da Cidade do Mindelo, Celeste da Paz sublinha que fizeram isso quando A. Neves ia discursar em protesto pela forma como ele os tem tratado. “Um homem que, em resposta à nossa oposição responsável, legal, democrática e construtiva chama-nos publicamente de malfeitores, que viemos para a Câmara arrumar as nossas vidas e outras baixarias não merece a nossa honrosa presença nos seus discursos”, frisa, deixando claro que essa medida foi mais uma jornada de luta política para dar a conhecer ao público os seus profundos descontentamentos com a “gestão tóxica” exercida pelo presidente da CMSV.

No entender dos vereadores do PAICV, ficou claro que A. Neves não respeita o princípio sagrado da democracia, segundo o qual a minoria não pode impor nada à maioria. “Nós, mesmos cientes da nossa força da maioria, tentamos desde sempre um entendimento, apenas ele não percebeu o resultado das eleições”, salienta Celeste da Paz, para quem Neves ainda não conseguiu perceber algo muito simples: o seu voto na CMSV vale um, tal como o de qualquer outro vereador.

Mostrar mais

Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo