Vereadores da UCID votam abstenção no Orçamento da CMSV: “Secretismo” na rúbrica “outras despesas”
O “secretismo” à volta do destino a ser dado a valores alocados ao itém “outras despesas” do orçamento da CMSV foi um dos motivos que levaram os vereadores da UCID a votar abstenção no debate e aprovação desse instrumento, na sessão de ontem. “Esta rúbrica não pode ser um saco onde cabe tudo. Isto implica que não saibamos objectivamente o valor determinado para cada área e quais as áreas mais beneficiadas”, explica Anilton Andrade, um dos três vereadores da UCID, que se queixa de ele e os colegas terem tido pouco tempo para analisar o documento.
Além disso, prossegue esse porta-voz, pediram esclarecimentos que não foram disponibilizados pelo edil Augusto Neves. Sequer, diz, o autarca permitiu-lhes participar convenientemente na análise e discussão do orçamento e plano de actividades para 2021.
Anilton Andrade enfatiza que o pagamento da dívida bancária, à volta dos 95 mil contos, obriga a CMSV a ter menos encargos e despesas para que não fique à margem da liquidação. “As despesas com pessoal (383 mil contos) são elevadíssima e dizemos isso de forma clara. Por este motivo propomos o aceleramento do processo de reforma dos profissionais que já ultrapassaram a idade exigida por lei”, salienta Anilton Andrade, adiantando que, na óptica da UCID, deveria ser alocado mais recursos para investimentos nas áreas da requalificação, restruturação de obras e edifícios, proteção civil, saúde e apoio social.
Segundo Andrade, apesar de se estar perante um orçamento meramente “doméstico”, o mesmo permite o funcionamento da CMSV. Só que, diz, não permite gerar recursos e nem criar uma economia local forte. “Daí a nossa abstenção”, reforça o vereador, que se comprometeu a usar a usar a sua inteligência e conhecimento técnico para trabalhar na CMSV em prol de S. Vicente, independentemente de quezílias políticas.