Ulisses Correia e Silva defende que CV precisa fazer um “processo gradativo” até oficializar a língua cabo-verdiana

O Primeiro-ministro considerou ontem que Cabo Verde precisa trilhar um “processo gradativo” até reunir as condições para oficializar a língua cabo-verdiana. Este foi o posicionamento de Ulisses Correia e Silva, enquanto Chefe do Executivo e Presidente do MpD, ao ser confrontado pelo Mindelinsite com as declarações do Presidente da República, que defendeu a concretização desse passo ainda este ano, no quadro da celebração dos 50 anos da independência nacional. “Acho que já é tempo de os partidos políticos se entenderem em sede parlamentar para a plena oficialização da língua cabo-verdiana, considerando todas as suas variantes”, afirmou José Maria Neves na véspera do fórum sobre a língua materna nacional, evento realizado em fevereiro na cidade da Praia com o alto patrocínio da Presidência da República.
“Começamos com a introdução da língua cabo-verdiana no 10º ano de escolaridade, portanto está numa fase de projecto-piloto, depois irá ser desenvolvido porque isso depois tem consequências diversas, não só a nível do sistema de ensino, mas do próprio sistema legal”, realçou o Chefe do Executivo, que sublinhou ainda o impacto que essa medida terá no contexto da comunicação oral e da produção da informação escrita.
Correia e Silva realçou que o crioulo é falado de forma natural nas ilhas, o desafio, prosseguiu, é garantir que todos os instrumentos estarão aptos a serem implementados para que toda a vinculação – incluindo a jurídica e os compromissos a nível nacional e internacional – seja assegurada através do uso oficial da língua materna. Logo, conclui, há um caminho ainda a ser percorrido sobre esta matéria.