O presidente da UCID apelou aos órgãos do poder judicial, nomeadamente a Policia Judiciaria e a Procuradoria Geral da República, para investigarem as denúncias que os democratas-cristãos tem vindo a fazer relativo a gestão de S. Vicente. António Monteiro acredita que, com o seu partido representando na Câmara Municipal toda a “tramóia” de Augusto Neves virá a nota.
Segundo os resultados provisórios, a UCID conseguiu 9.472 votos (31,8%) para a Câmara e 9.483 8% votos (31,9%) para a Assembleia, mantendo-se como a segunda força política em SV. Mas Monteiro acredita que o resultado poderia ser diferente se não houvesse pressão e compra de votos. “ O povo não votou de forma livre. Foi coagido. Muitas pessoas não foram votar e, por isso, a abstenção foi elevadíssima (43,5%). O MpD comprou bilhetes de identidade e impediu os eleitores de votar. É uma vergonha e faço aqui um apelo às organizações internacionais em Cabo Verde para analisarem aquilo que vai passando nas eleições no país, particularmente em S. Vicente”, frisou.
Sobre futuras coligações, tendo em conta que o MpD perdeu a maioria absoluta, Monteiro alerta que vai trabalhar para que Dora Pires seja a presidente da AM para que o seu partido possa dar um contributo para que SV tenha uma Câmara mais transparente e menos corrupta. “Aquilo que temos vindo a dizer sobre a gestão da CMSV não foram declarações de campanha. Fizemos afirmações verídicas. Por isso, aproveitamos para pedir aos órgãos do poder judicial, PJ e PGR, para investigarem aquilo que se passa. Com a UCID na CMSV toda a tramóia de Gust, enquanto presidente, será trazido a tona e esperamos que a justiça venha a funcionar”, afirmou.
Más Soncent fala em compra de votos
O candidato menos votado, Nelson Lopes (7,9%), considera que o movimento Más Soncent fez um trabalho fantástico e a mensagem passou. Justifica, entretanto, o resultado menos conseguido pelo facto de as condições de vida em S. Vicente serem extremamente difíceis e os partidos aproveitam das dificuldades das pessoas para comprarem os seus votos.
“Fomos abordados por pessoas neste sentido, mas optamos por seguir outro caminho. Não queremos dar-lhes uma festa ou alguns sacos de cimento para depois proporcionar-lhes quatro anos de fome. Queríamos algo diferente para S. Vicente, uma oportunidade de trabalho e uma ilha verdadeiramente desenvolvida”, pontua Nelson Lopes, que afirma ter flagrado pelo menos uma pessoa com vários bilhetes de identidade na sua posse.
Esta pratica leva este Lopes a questionar a democracia que se propala em Cabo Verde, realçando que uma grande franja da população votou no que lhes foi prometido. Por isso mesmo, diz estar feliz porque o movimento Más Soncent deixa um legado e trouxe várias inovações para a campanha. Quanto ao futuro, este garante que não pretende sair de cena, mas sim continuar a dar o seu contributo para S. Vicente e para Cabo Verde.