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UCID exige reagendamento do debate parlamentar sobre Regionalização durante declaração política sobre S. Vicente

A UCID exigiu ontem a recolocação na agenda governamental e parlamentar do debate político sobre a problemática da Regionalização, no decurso de uma declaração que teve como foco principal a situação socioeconómica de S. Vicente. Pela voz do deputado António Monteiro, o partido enfatizou que a ilha continua a aspirar a autonomia administrativa e financeira para poder tomar decisões mais rápidas e eficazes sobre o seu processo de desenvolvimento. “Uma autonomia que garanta uma capacidade própria de decisão, gestão financeira transparente e uma participação activa da sociedade civil na sua governação”, acentuou o parlamentar.

A exigência da UCID surgiu na sequência de uma declaração política lida por António Monteiro, para quem S. Vicente precisa ver o seu potencial desencravado para poder, inclusivamente, aumentar o seu contributo para o PIB, que ultrapassou os 118 milhões de contos em 2022. A sua expectativa é que a ilha consiga transformar o seu histórico dinamismo em capacidade económica e possa eliminar as diferenças sociais persistentes.

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O deputado mostrou-se desapontado com a prometida Zona Económica Especial Marítima de S. Vicente, apresentada pelo Governo como o farol para a navegação económica da ilha (com fortes investimentos previstos para a zona da Saragarça), que, lembrou, está actualmente sem recursos financeiros e humanos necessários, enfim, “abandonada à sorte”. Espera, mesmo assim, que a ZEEMSV consiga consolidar-se como iniciativa capaz de atrair indústrias limpas e tecnológicas orientadas para a exportação e transforme S. Vicente numa referência regional no sector da economia azul.

António Monteiro trouxe igualmente à baila a questão dos transportes marítimos, do sector das pescas e da reparação naval, tendo, neste último ponto, tocado o dedo na situação da Cabnave. Na sua opinião, o estaleiro precisa soltar definitivamente as âncoras e tornar-se numa referência internacional com a qualidade do serviço prestado. “Não se entende como foi possível deixar a infraestrutura degradar-se a tal ponto que navios da nossa frota são obrigados a fazer manutenção em países terceiros”, criticou. No tocante aos transportes marítimos foi contundente ao desafiar o Governo a sentar-se à mesa com todos os armadores nacionais e técnicos da área para juntos encontrarem uma saída para o imbróglio.

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Outro ponto sensível abordado por A. Monteiro tem a ver com o aeroporto internacional Cesária Évora que, lembra, precisa estar munido de equipamentos para funcionar com menos restrições, numa referência indirecta ao cancelamento sistemático de voos devido a bruma-seca. O parlamentar da UCID deixou claro que não se conforma com a falta de soluções técnicas até agora patenteadas pelo Governo sobre essa matéria. Ele que, lembrou, está previsto um aumento do movimento turístico em S. Vicente com a entrada em funcionamento do Terminal de Cruzeiros e de novas unidades hoteleiras. Logo, diz, os poderes local e central terão de agir em coordenação para garantirem uma maior rentabilização dos investimentos.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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