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UCID denuncia situação dos equipamentos do Mercado de Peixe do Mindelo e sugere contratação urgente de um técnico de frio

 A UCID denunciou hoje os impactos económicos e sociais na vida dos pescadores e peixeiras com o atraso na recuperação das câmaras de frio do Mercado de Peixe do Mindelo danificadas pela tempestade Erin e defendeu a contratação de um técnico pela CMSV para a recuperação urgente dos equipamentos. Os democratas-cristãos reforçam ainda que a autarquia ou o Governo deveriam disponibilizar imediatamente unidades frigoríficas móveis, ou seja, camiões ou contentores de frio para auxiliar esses profissionais a garantir a conservação do pescado, a salubridade e o cumprimento das regras de segurança alimentar. Segundo Anilton Andrade, estas e outras propostas já foram apresentadas nas sessões da Câmara de S. Vicente, mas receberam como resposta o “habitual” silêncio da parte do autarca Augusto Neves.

“Estamos a falar de um mercado que é o coração da nossa economia popular, onde dezenas de famílias tiram o sustento diário. Um espaço que deveria ser símbolo de vitalidade económica e segurança alimentar, mas que se transformou num retrato do abandono, da lentidão e da falta de planeamento”, critica o responsável da UCID em S. Vicente, para quem a situação do mercado é o retrato da “má governação” local e nacional e do descaso com uma classe trabalhadora.

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Apesar dos danos provocados pela enxurrada, Andrade salienta que o problema do pelourinho é antigo – apenas foi agravado pela tempestade. Na sua visão, é o resultado de anos de promessas não cumpridas, de projectos anunciados e nunca executados da parte de quem já perdeu o sentido de urgência e de serviço público. Salienta que há muito tempo que se fala na construção de um mercado moderno, com infraestruturas de frio, equipado com painéis solares e até de “turismo gastronómico”, mas não há neste momento nem mercado, nem frio, nem turismo.

“Não aceitamos que projectos anunciados e publicados, incluindo o de requalificação ou novo mercado apresentado pelo Governo no âmbito do programa Turismo Resiliente e Economia Azul, permaneçam no papel, enquanto as peixeiras perdem rendimento e o povo arrisca a saúde”, exclama Anilton Andrade, lembrando que há projectos com financiamento previsto do Banco Mundial e que a requalificação do Mercado de Peixe do Mindelo já foi anunciado por 4 vezes.

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Para este porta-voz, a CMSV não pode continuar a esconder-se atrás de justificações técnicas ou burocráticas. As câmaras de frio, reforça, estão avariadas há meses, enquanto o poder político está “congelado” há anos, incapaz de agir e de sentir a dor do povo. “Curiosamente, o único ´frio´que continua a funcionar bem em S. Vicente é o da indiferença da Câmara e do Governo”, considera.

Actualmente, as peixeiras ocupam as ruas para venderem o pescado. A solução provisória apresentada tanto pela CMSV como pelo Governo passa pela instalação dessas profissionais no Quintal das Artes, espaço situado ao lado do Mercado de Peixe. Acontece, no entanto, que esse quintal tem sido usado por artistas plásticos, pelo que juntar as duas actividades no mesmo lugar pode ser contraproducente. Por este motivo, Anilton Andrade prefere esperar para ver como essa situação será resolvida.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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