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UCID considera que partidos precisam alcançar “pactos de Estado” amplos para áreas como educação, transportes, segurança e saúde

A UCID considerou hoje no Mindelo que é chegado o momento de haver em Cabo Verde apostas sérias em políticas de Estado, e não de Governos. Em conferência de imprensa, a deputada Zilda Oliveira realçou que os partidos precisam estabelecer pactos de Estado amplos e de longo alcance sobre temas cruciais para a estabilidade do país em áreas como economia, educação, saúde, segurança e transportes.

Este posicionamento foi assumido às vésperas da última sessão do ano parlamentar, que terá como ponto alto o debate sobre o estado da nação. “Pensamos tratar-se de uma oportunidade crucial para fazermos uma análise séria e desapaixonada dos caminhos que temos trilhado nestes 50 anos de país independente, dos desafios que se nos impõem e das perspetivas que se abrem para o futuro do nosso país, nos próximos 50 anos.”

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A par do referido acordo de Estado, a deputada afirma que é preciso também haver uma melhor integração das políticas nos diversos sectores, sob pena de se limitar o potencial dessas mesmas medidas. Exemplifica com as estratégias relativas ao sector da habitação, em particular da habitação social.

Na visão da parlamentar, a Educação exige igualmente um acompanhamento cuidado e exige um aumento do investimento. Salienta que a meta do Governo traduz-se na aproximação aos padrões de qualidade dos países da OCDE, mas enfatiza que a aproximação conseguida ainda é apenas no modo de estruturação do “edifício escolar” e teoricamente no currículo, com uma suposta valorização de áreas como as línguas, a matemática, as ciências e a tecnologia. “Para atingirmos a qualidade não basta mudar a matriz curricular, é preciso mudar as práticas, as metodologias, apostar e inovar nos recursos, investir nas condições físicas e materiais”, diz Oliveira, que defende a autonomia das escolas e dos professores e/ou a flexibilização dos currículos.

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A deputada reconhece que a saúde tem registado avanços, com expansão da rede de cuidados primários, mas, diz, persistem lacunas que afetam a qualidade e a equidade dos atendimentos, com barreiras que limitam o acesso a serviços integrais, oportunos e de qualidade, particularmente, por parte da franja mais vulnerável da população. Salienta que a saúde mental e a humanização do atendimento continuam sendo um desafio, e, prossegue, vale dizer que o governo não tem feito uma aposta séria nestes aspetos.

No capítulo da segurança, realça a redução das ocorrências criminais em 10,1% em 2024, mas mostra-se preocupada em saber que boa parte dos crimes não são reportados, assim como a divergência existente entre a percepção da sociedade e os dados oficiais sobre a criminalidade. Zilda Oliveira enfatiza que o abuso sexual e VBG ainda são um problema em C. Verde, assim como o impacto do aumento do consumo de drogas entre os jovens, a reincidência criminal e a necessidade de se fortalecer o sistema judicial para garantir uma justiça mais célere e eficaz.

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Passando o olhar crítico para os transportes, Oliveira afirma que a falta de regularidade e de previsibilidade, os custos elevados das passagens junto com as avarias constantes, continuam a ser pontos críticos do sector. A inconstância nos serviços dos transportes, na sua perspectiva, tem tido um impacto significativo na vida dos cabo-verdianos. A porta-voz da UCID afirma que a diversificação dos operadores e o investimento em transportes mais sustentáveis e eficientes são necessidades prementes.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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