UCID celebra 44 anos e João Luís elenca como preocupação a demora na consolidação do processo democrático em Cabo Verde
A União Cabo-verdiana Independente e Democrática assinala hoje o seu 44. aniversário e sinaliza como uma das preocupações a demora na consolidação do processo democrático no país, mais precisamente com a aproximação do poder às pessoas para além da deslocalização de alguns ministérios. Em conferência de imprensa, João Santos Luiz afirmou que Cabo Verde tem de estar melhor preparado para enfrentar os desafios dos tempos actuais e aponta a Educação como uma das áreas prioritárias, a par da Economia, da Saúde e da Justiça, para catapultar o desenvolvimento.
O presidente João Luís começou por parabenizou a UCID 44 anos como partido politico e agradeceu os cabo-verdianos desde Santo Antão à diáspora que confiam e se revêm nesta força politica, os membros-fundadores, os presidentes e suas respectivas equipas, militantes, amigos e simpatizantes. Lembrou que teve a UCID na sua gênese duas premissas: a não aceitação dos abusos de poder implementados pelo regime de partido único e a ideia da unidade Guiné-Cabo Verde. “Todo o esforço despendido foi no sentido de promover a liberdade e a democracia no país e registamos com gratidão e apreso todo o trabalho feito”, afirmou, realçando que a UCID caminha para onde o povo quiser.
Mas hoje, afirma, a preocupação centra-se nos desafios de consolidação do processo democrático instalado e no desenvolvimento de Cabo Verde. Neste sentido, diz, a UCID terá de estar preparada para dar a sua melhor contribuição ao país para que, de forma célere, se possa reduzir as desigualdades sociais e promover uma melhor qualidade de vida aos cabo-verdianos. “Áreas como educação, economia, saude, justiça e igualdade de oportunidade são considerados pela UCID como sectores chaves. Bem trabalhados podem catapultar o desenvolvimento de Cabo Verde”, frisa.
Sobre este particular, destaca o desafio de ter um sector educativo pujante por forma a melhorar os índices actuais do pais, que tem 43% da população com ensino secundário, 42% com instrução básica, 0,7% com ensino medio e somente 9,6% com formação. “Um sector que consideramos como principal pilar do desenvolvimento tem de ser melhor cuidada para que possa servir os outros sectores, nomeadamente o produtivo, para alem de reduzir drasticamente a pobreza no pais”, reforça.
João Luís defende ainda que é preciso alargar a base produtiva para não continuar a importar tudo o que consome, sobretudo tendo em conta que Cabo Verde tem recursos que a natureza proporciona: o sol, o vento e a agua do mar. Entende igualmente que não se pode criar condições para instalações de unidades hoteleiras no país, para permitir a importação de tudo para o seu funcionamento. “Torna-se urgente o pais pensar na melhoria das condições da sua economia e, paralelamente, melhorar a qualidade do sector turístico para que a sua contribuição para o PIB possa crescer”, enfatizou.
Saúde, justiça e segurança foram outros sectores que, no entender deste politico, precisam de uma melhor atenção, tendo em conta que os investimentos feitos estão muito aquém dos resultados. E exigiumais seriedade na Reforma do Estado, com destaque para a Regionalização, ou seja a aproximação do poder às populações, e lamentou a falta de entendimento dos partidos políticos nesta matéria.