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UCID afirma que não faz sentido que decisões sobre as ilhas continuem a ser tomadas nos gabinetes da Praia

O líder da UCID afirmou hoje que não faz sentido que, em pleno século XXI, as decisões que afectam as ilhas de S. Vicente, Santo Antão, S. Nicolau, Fogo, Maio, Brava, Boa Vista, Sal e os oito municípios de Santiago continuem a ser tomadas nos gabinetes da cidade da Praia. Segundo João Santos Luís, a excessiva centralização existente em Cabo Verde é uma forma silenciosa de injustiça territorial, que mata a iniciativa local, trava soluções criativas e aprofundam o sentimento de exclusão. Daí entender que é chegado o momento de se mudar o modelo de gestão do país e promover uma verdadeira descentralização.

“Descentralizar é respeitar. Um país que descentraliza é um país que respeita o seu povo”, exclamou o presidente da UCID em conferência de imprensa realizada em S. Vicente e que teve como tema central a reforma do Estado. Segundo esse porta-voz, chegou o momento de se dizer com toda a clareza e sem rodeios que o Estado de Cabo Verde está a falhar com os cidadãos pelo facto de estar demasiado concentrado, pesado e ser demasiadas vezes ineficaz.

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O modelo atual de governação, segundo Santos Luís, serve mais à lógica do controlo do que ao interesse do cidadão. “Em vez de termos um Estado ao serviço da população, da Educação, da Justiça e Segurança, da Economia e das empresas, temos uma máquina pública que, na sua forma e funcionamento, reproduz desigualdades, abriga interesses partidários e emperra o desenvolvimento.”

Perante esse quadro, os democratas-cristãos voltaram a defender a assunção da Regionalização em Cabo Verde. Na perspectiva desta força política, regionalizar representa justiça, eficiência e confiança nas pessoas. “A UCID defende uma Regionalização com responsabilidade – sem criar mais custos, mas com mais resultados. Sem complicações administrativas, mas com impacto direto na vida das pessoas”, clarifica o porta-voz do partido, para quem observa-se uma “premente necessidade” de eliminação de duplicações, corte de excessos e valorização do essencial. Reforça que, como está montada, a máquina do Estado consome milhões e entrega muito pouco em contrapartida.

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“A verdade é dura, mas precisa ser dita: há ministérios que se sobrepõem, institutos que fazem o mesmo trabalho, direções que existem apenas para justificar nomeações e salários chorudos a amigos e militantes do partido. Esta duplicação institucional não é um acaso. É uma escolha política”, denuncia Santos Luís, lembrando que quem paga essa conta são os contribuintes cabo-verdianos.

Face aos excessos verificados no sistema de governação de um Estado onde, diz, a linha entre o Governo no poder e o partido se esbate perigosamente, a UCID propõe a redução, “com coragem”, dos gastos desnecessários, a modernização e simplificação dos procedimentos e o término da nomeação partidária para funções de carácter técnico.

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O partido diz querer um Estado “leve” e que, com as suas propostas de reforma, será possível libertar mais recursos para pagar os professores, melhorar as condições de trabalho dos médicos e enfermeiros, construir mais habitações condignas para as famílias pobres, conceder maior apoio aos idosos e às crianças. A UCID enfatiza que quer um Estado que cuida e serve o cidadão, com base numa reforma feita com transparência, equidade e responsabilidade. Na sua análise, Cabo Verde não precisa de um Estado maior, mas sim de um Estado melhor. E o partido diz estar pronto para liderar essa mudança, com “verdade, justiça e visão”.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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