Jorge Carlos Fonseca pediu ao novo Governo de Ulisses Silva empossado na tarde de ontem em uma cerimónia que teve lugar no Palácio do Presidente da República que continua a conceder prioridade máxima ao combate à Covid-19, realçando que as perspectivas futuras do país dependem desta luta. “Todas as energias devem ser canalizadas para debelar essa doença que nos faz sofrer, nos empobrece, infelicita e ameaça a nossa economia, estabilidade e coesão social”, afirmou o Chefe de Estado no seu discurso.
Neste sentido, segundo JCF, é urgente conseguir a adesão às práticas preventivas do maior número possível de pessoas. Mas é igualmente crucial responsabilizar os que teimam em ignorar os procedimentos necessários ao combate da infeção. “A situação das famílias mais desfavorecidas deve merecer toda a atenção, acontecendo o mesmo com os trabalhadores e as empresas em dificuldades”, afirmou, dirigindo, neste sentido, uma palavra de solidariedade e conforto aos cabo-verdianos, que perderam familiares ou que se encontram afectados pela doença.
A vacinação, prossegue, surge como um dos maiores e importantes desafios a enfrentar, pelo que incentiva as autoridades a prosseguirem os seus esforços junto dos diferentes parceiros para que o acesso às vacinas no país seja o mais amplo possível. “O nosso sistema de saúde deve continuar a merecer a atenção privilegiada do Governo, não apenas no que se refere a materiais e equipamentos, mas, sobretudo, no tocante a recursos humanos”, constata, reconhecendo, entretanto, que todo este processo exige avultados recursos, pelo que se torna imperioso continuar os esforços diplomáticos e de cooperação que têm permitido ao país enfrentar a situação.
Mas o país não enfrente apenas a Covid-19, de acordo com JCF, que evocou a seca continua com repercussões a todos os níveis e que, frisa, exigem sejam medidas atempadas por parte do Governo para atenuar os prejuízos imediatos como redução do rendimento das famílias e êxodo rural. Apelou a melhoria do sistema de transporte, mormente em situações de emergência derivadas de problemas de saúde, acidentes, catástrofes ou outras. Mereceu igualmente a atenção do PR a juventude cabo-verdiana, lembrando que pelo menos 70% da população tem menos de 35 anos. “A juventude deve assumir a centralidade nas políticas e ser objecto de uma abordagem transversal.”
Neste contexto, o Chefe de Estado diz não ter dúvidas de que a educação é fundamental para o futuro dos jovens e do país. “Necessitamos de apostar decididamente numa educação de grande qualidade que nos permita ombrear com os países que conseguiram construir sistemas educativos de alto nível, viveiros de quadros altamente capacitados, capazes de nos franquear o acesso ao conhecimento, às tecnologias avançadas, sem, naturalmente, deixar de lado a vertente humanista”, desafiou, realçando que o futuro de Cabo Verde se decide, em definitivo, no território da educação.
JCF apontou, por outro lado, a economia azul como outro acelerador capaz de alavancar o desenvolvimento do país, da qual sobressaem a pesca e a economia verde, jamais atingirão o patamar desejado sem um fortíssimo investimento na educação que, igualmente, é um dos esteios da democracia. Paralelamente, desafiou o Governo a melhorar as relações com a diáspora, estreitado os laços culturais e o intercâmbio, aproveitado as capacidade na esfera do conhecimento, apoiando parcelas mais vulneráveis em alguns países, desenvolvendo actividades diplomáticas e afins em benefício dos emigrantes cabo-verdianos, ultrapassado limitações na esfera da documentação e facilitado a atividade empresarial. Neste sentido, O PR diz acreditar que a recente criação de um Ministério das Comunidade poderá constituir um relevante instrumento no sentido de obtenção de um tal desiderato.
No tocante a Justiça, reconheceu a necessidade de aprimoramento do sistema, que este vêm falhando há pelo menos duas décadas e sem a consequente responsabilização. Defendeu igualmente o aprofundamento do nosso sistema democrático, a redução das assimetrias regionais e desigualdades sociais, o reforço da segurança, estabilidade e coesão social, a valorização da cultura, lembrando que estes dependem da vida e da saúde.
O PR destaca, por outro lado, a criação da pasta ministerial da coesão territorial no combate às assimetrias regionais. Focou igualmente a necessidade de redução drástica da pobreza extrema por forma a melhorar os índices de desenvolvimento humano. “Os tempos não são fáceis, mas o Presidente da República confia que que esta equipa que agora começa a trabalhar, sob a liderança de V.Exa, Senhor Primeiro Ministro, tudo fará para merecer a esperança que o povo depositou no partido vencedor das eleições”, acrescentou, aproveitando para garantir toda a sua lealdade e cooperação institucional no estrito cumprimento de suas funções.
JCF finalizou, renovando ao PM e ao seu elenco os votos de felicidades, augurando os maiores sucessos.
