O Primeiro-ministro presidiu hoje no Mindelo a cerimónia de posse dos membros dos órgãos sociais do Campus do Mar: Universidade do Atlantico, Instituto do Mar e Escola do Mar, acto testemunhado por eleitos nacionais e municipais, representantes de instituições de ensino, empresas e serviços desconcentrados sediados em S. Vicente. Ulisses Correia e Silva mostrou-se confiante no trabalho que os agora empossados irão fazer para transformar estas instituições referenciais de padrão internacional.
Na sua intervenção, o PM destacou a reitora da UTA, Raffaella Gozzelino, como um exemplo da nossa diáspora de sucesso que se disponibilizou a participar do processo de desenvolvimento de Cabo Verde. “A Zona Económica Especial Marítima de S. Vicente começa a ser concretizada na sua componente mais estruturante: o conhecimento, a investigação & desenvolvimento e a formação profissional”, afirmou Correia e Silva, para quem as competências e capacidades técnicas, cientificas e o saber fazer são os recursos mais importantes para a implementação da ZEEM com sucesso.
Em relação ao Campus do Mar, o chefe do Governo garantiu que dotar S. Vicente e Cabo Verde de recursos humanos qualificados nos diversos domínios da economia azul é o objectivo central da sua criação. “Recursos humanos com conhecimentos, competências e capacidades para trabalhar em Cabo Verde e em qualquer outro país do mundo”, perspectivou, destacando que, com a criação do Campus do Mar, está-se a dar uma orientação estratégica muito clara ao ensino superior e à formação como impulsionadores e suportes do desenvolvimento da economia azul no país.
Sobre este particular, anunciou a aprovação dos Estatutos da Autoridade Gestora da ZEEM, cujos órgãos serão em breve empossados. O próximo passo, avisa, será atrair bons parceiros privados para os investimentos que Cabo Verde precisa para se posicionar como uma plataforma de referencia de serviços marítimos tendo a ZEEM-SV como o grande impulsionador.
Novo começo
A reitora Raffaella Gozzelino optou por falar de um novo começo e de uma nova gestão da UTA e do Campus do Mar, de novas visões e estratégias a implementar, de uma nova era de internacionalização que permitirá a Cabo Verde aprender com os países mais desenvolvidos a alcançar a excelência que tanto precisa para obter sucesso no aproveitamento económico, planificação, gerenciamento, valorização da formação técnica profissional, do ensino superior e da investigação cientifica e tecnológica. “Este é também um começo para a nossa diáspora, que será convidada a instaurar um dialogo de conhecimento e contribuir para o avanço do país.”
Segundo Raffaella, os desafios são muitos, mas serão encarados de forma inclusiva e conjunta. Neste sentido, prometo trabalhar para que a excelência prevaleça em sectores estratégicos para o desenvolvimento do país e para que se possa encontrar na UTA e no Campus do Mar a referencia de ensino, a plataforma de conhecimento, de exportação de competências e de prestação de serviços que, afirma, irão colocar Cabo Verde no mapa internacional da formação especializada, da ciência e da tecnologia. Acredita que estas vão promover a visibilidade do arquipélago, tornando-o mais atrativo aos olhos dos estrangeiros, seja em termos de investimentos ou de colaboração pedagógica, formativa, cientifica, tecnologia ou económica. “Trabalharemos juntos para conseguir projectar excelentes estudantes para o mercado de trabalho”, antevê, referindo que o inglês será, a curto prazo, a língua oficial da UTA e do Campus do Mar.
Já o presidente do Conselho Directivo, Malik de Pina Lopes, desafiou os presentes a mudar a forma como olham para o mar, aliciando-os a conhecer a sua definição e apelando a sua compreensão, lembrando que este transporta as mercadorias e pessoas, sustenta o turismo costeiro e o ecoturismo, produz energia, de entre outros. Enfim, faz a economia crescer. “O papel fulcral do Instituto do Mar é o desenvolvimento sustentado das actividades de investigação e desenvolvimento tecnológico nos domínios do mar e dos seus recursos para a produção e transferencia de conhecimentos inovadores. Contribuindo desta forma para o desenvolvimento social e económico de Cabo Verde e do mundo”, afirmou, realçando que o Conselho Directivo do IMAR compreende e abraça esta missão, comprometendo-se com o programa do Governo na implementação de reformas que visam o aperfeiçoamento da investigação marítima aplicada e o desenvolvimento tecnológico neste domínio.
Enquanto que Antonio Fernandes, da Escola do Mar, referiu ao facto da sua instituição ir procurar sinergia com as empresas, a academia, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, os parceiros internacionais e os Alumni da própria escola. “A oferta de formação será adaptada ao perfil da procura e redesenhada a partir das necessidades das empresas que entrem do mar o seu rendimento. A formação técnica e certificação profissional cumprirá sempre com os critérios da credenciado internacionais”, detalhou, acrescentando que será prioridade o modelo de “Treinamento no posto de trabalho” e de “Trabalho como posto de treinamento”, afastando tanto quanto possível do modelo “Sentado em sala de aula”.
Para isso, a ambição será de estender a Escola do Mar a todos os recantos de Cabo Verde, com instalado nos concelhos de 22 SEALABS – Laboratórios equipados para as tecnologias do mar, operados em rede por Star-ups, em colaboração sinergia com os Weblabs e as escolas técnicas.
Coube ao presidente da CMSV apresentar às boas-vindas ao presentes.