PJ alerta para esquema de burla de encomenda: “Já há queixas e um número considerável de vítimas”

A Polícia Judiciária lançou um alerta à população para um esquema de burla que tem vindo a circular nas ilhas, designado por “Burla pelo esquema de encomenda”. Segundo esta polícia de investigação, já há registo de várias queixas e um número significativo de vítimas.
De acordo com um comunicado da PJ, o esquema inicia com uma interação via redes sociais, em que o burlador se apresenta como admirador ou interessado na vítima. Após alguns dias de conversa, detalha, o burlador informa que tem uma encomenda para enviar à vítima e, na sequência, recebe uma chamada pelo WhatsApp ou através da CV Telecom ou Unitel T+, de um número estrangeiro. “O burlador informa a vítima da existência de uma encomenda, proveniente do país identificado na chamada, mas alega que é necessário o pagamento de uma determinada quantia para que esta possa seguir o seu destino. Nesta chamada, a vítima recebe ainda as coordenadas para efetuar o pagamento”, específica.
Efetuado o pagamento e enviado o comprovativo para o burlador conforme solicitado, a vítima é novamente contactada pelos mesmos canais, agora por um novo número estrangeiro, onde lhe é comunicada que a sua encomenda está retida numa outra alfândega internacional. É solicitada então o pagamento de uma nova quantia para que a encomenda seja enviada para Cabo Verde.
“Se a vítima efetuar este pagamento, ela volta a ser contactada, desta vez por um número nacional, onde o burlador se identifica como agência responsável pela encomenda e solicita um pagamento extra para desbloquear a encomenda na alfândega cabo-verdiana”, acrescenta, realçando que, com isso, a vítima acaba por pagar várias quantias, sem receber qualquer encomenda.
Para a PJ, este esquema configura-se como sendo burla. Aliás, diz, já recebeu denúncias de vítimas que perderam elevados valores monetários, pelo que apela à população para que esteja vigilante e cautelosa nos contatos que estabelece nas redes sociais pois, afirma, os burlados estão a utilizar esquemas cada vez mais sofisticados para induzir as vítimas em erros. “Em caso de dúvida ou suspeita, aconselha-se a denúncia imediata na PJ ou através do número gratuito 134”
Este mesmo canal, reforça, serve também para denúncias anónimas, que podem também ser feitas no site da PJ, no campo intitulado “Faz aqui as suas denúncias anónimas”. Os lesados deverão preencher o formulário,ou através dos contactos telefónicos listados na página oficial do Facebook da PJ.
Esta é a segunda vez só este ano que a PJ faz alerta sobre burlas na internet. A primeira foi em fevereiro passado quando chamou a atenção dos internautas para dois tipos de burla que estavam na altura a circular na internet e apelou à vigilância de todos e denúncia de qualquer caso suspeito.
O primeiro envolvia nomes de figuras públicas e entidades de crédito. O criminoso criava um perfil falso com nomes e fotografias de figuras públicas com anúncios oferecendo créditos sem juros, direcionado a pessoas que desejam investir em negócios ou em iniciativas próprias. O segundo, alertava a PJ, era o acesso ilícito a contas por parte de criminosos, que utilizam outras de terceiros para receber transferências e depois proceder ao levantamento.
Os montantes, segundo a mesma fonte, eram enviados para fora de Cabo Verde através de Western Union e Moneygram.