Os deputados do PAICV por S. Vicente convocaram hoje à imprensa para fazer o balanço da IX Legislatura que termina em 2021 e que vão apresentar no Parlamento no último Estado da Nação deste mandato. Para João do Carmo, estes cinco anos de governação foram “desastroso” e a situação do MpD é mais grave em S. Vicente onde é poder local e central. “Perguntamos se o PM Ulisses Correia e Silva não está com vergonha e se tem coragem de vir pedir aos sanvicentinos mais um mandato”, interroga.
A antecipando o debate desta semana – 29 a 31 -, Do Carmo afirmou que este mandato será marcado por um governo do “vamos fazer”, lembrando que os jovens continuam a espera dos 45 mil postos de trabalho dignos. Aliás, afirma, nem o Governo já fala de crescimento da economia de Cabo Verde em media de 7% ao ano. “Os cabo-verdianos estão a perguntar se é verdade que o MpD vai terminar este mandato sem nenhuma marca. Se é possível ficar 5 anos no poder e não fazer nada”, declarou.
No caso particular de S. Vicente, de acordo com este eleito nacional, a situação do MpD é mais critica porquanto, em 2016, chegou a publicar uma lista de compromissos, de que não se realizaram nada mais do que 10% do prometido. “O MpD claramente enganou os sanvicentinos. Foram capazes de prometer voos internacionais nocturnos quando cancelaram o voo SV-Lisboa. Chegaram ao ponto de prometer a refinação do petróleo na ilha. Assinaram um compromisso com os artistas para a construa ode uma sala de espectáculos para 1.500 pessoas. Prometeram aos empresários locais 250 milhões de euros para a requalificação urbana. O PM disse num comício na rua de Lisboa que não terminaria este mandato sem a construção de uma estrada que ligaria Lazareto a Calhau”, enumera.
Confrontado com a afirmação feita há dias por Ulisses Correia e Silva que declarou que grandes investimentos estão a decorrer nesta ilha, Do Carmo garantiu que os deputados do PAICV por S. Vicente acompanharam rigorosamente todos os sectores de governação e podem garantir que não há nada de concreto, inclusive fizeram questão de fotocopiar a lista de compromissos da Plataforma Eleitoral do MpD para ilustrar os dados apresentados. “A percentagem de realização no final deste mandato ronda os 10%. De concreto, podemos apontar o asfalto de uma estrada que já existia e algumas obras que arrancaram recentemente. Por isso digo que vamos terminar este mandando ouvindo o Governo falar do centro de hemodiálise, do centro tecnológico, das habitações sociais de Portelinha, mas sem nada verdadeiramente de concreto, nenhuma marca”, justificou.
Do Carmo desmonta ainda um outro projecto que tem sido uma bandeira do MpD, a Zona Especial de Economia Marítima, cujo Orçamento 2020 não disponibilizou nenhum cêntimo. “É só conversa. Vamos terminar este mandato ouvindo ‘vamos fazer’. Esta é uma frase que representa bem este governo. Este mandato foi um falhanço total. Como já tivemos oportunidade de dizer, o balanço da governação é desastroso. E, para S. Vicente, se juntarmos o poder local e central, a decepção é ainda maior”.
Este deputado garante que, independentemente da epidemia que nos últimos meses afectou o país, o MpD não conseguiria deixar a sua marca porque Cabo Verde está perante um Primeiro-ministro fraco e um Governo constituído por pessoas sem amor a terra e sem uma estratégia a longo prazo para o arquipélago. Em jeito de remate, Do Carmo parabenizou a equipa de saúde pela forma como está a encarar a epidemia em S. Vicente.