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PAICV denuncia caos provocado pela chuva e acusa A. Neves de ser o principal entrave ao desenvolvimento de S. Vicente

O presidente da comissão política do PAICV em S. Vicente afirmou esta manha que as chuvas ocorridas em setembro vieram pôr a nu, mais uma vez, a “manifesta incapacidade e incompetência na gestão do município, por parte do edil Augusto Neves, que, relembra, lidera a autarquia há sensivelmente 12 anos. Segundo Adilson Jesus, por todos os bairros houve esgotos a céu aberto durante dias a fio e ainda continua a haver lama acumulada em muitos locais. Essa lama, prossegue, além de dificultar a circulação de pessoas e veículos, depois de seca, tem estado a afetar a saúde pública, por causa do pó de terra no ar.

“Sempre, após as chuvas, temos situações de acumulação de lama e lixo na cidade que já não eram expectáveis acontecerem de forma tão exponenciada”, considera. Segundo Adilson Jesus, apesar desta situação recorrente em todas as épocas chuvosas, não se descortina nenhuma ação, projeto ou infraestruturas que possam vir colmatar os graves problemas de que o município e a cidade padecem.

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“Perguntamos se não seria momento de se ter mais sistemas de escoamento das águas pluviais, nomeadamente na zona norte da cidade do Mindelo e em especial a zona de Chã de Alecrim?”, questiona o responsável local do PAICV, para quem a CMSV tem sido inoperante no que concerne à resolução dos problemas de São Vicente. De tal monta que, acusa, “hoje é uma verdade dizer que, ao longo destes 12 longos anos de liderança do Sr. Augusto Neves, a CMSV tem sido o principal entrave ao desenvolvimento da ilha.”

Adilson Jesus sustenta que S. Vicente é dos poucos municípios, “senão o único”, sem um Plano Diretor Municipal, que possa, entre outras coisas,  assegurar um desenvolvimento urbano sustentável do município, definir as zonas de expansão urbana, os pontos de desenvolvimento turístico, definir áreas rurais e industriais, preservar o meio ambiente, garantir que os planos urbanísticos detalhados (PUD) façam a correção territorial natural ou decorrente da ação humana. Em vez disso, diz, continua-se a ter intervenções desacertadas ou mesmo falhadas no que respeita à construção e expansão urbana. “Prova disso é a situação que aconteceu em Chã de Alecrim, onde tivemos vidas humanas e casas em perigo, por causa da teimosia da CMSV em mandar construir no leito da ribeira e em zona de escoamento de águas das chuvas”, ilustra.

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Adilson Jesus lembra que muitas foram as vozes que denunciaram essa “atitude irresponsável” quando Augusto Neves autorizou a construção nesse local. Além da denúncia feita pelo PAICV na altura, salienta, muitos técnicos da área também se pronunciaram publicamente, alertando para a situação perigosa que se estava a criar naquela zona. Adilson Jesus acrescenta ainda os loteamentos feitos na Ribeira d’Craquinha que, segundo ele, têm provocado o caos nesta zona e em Horta Seca.

Apesar dessas situações, segundo Adilson Jesus, circulam informações que a CMSV está a pensar lotear parte dos campos da Ribeira Bote e Lombo Tanque, que se enchem quando chove. “O nosso desejo é que estas informações não se confirmem”, diz.

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A acrescentar a todos estes males, prossegue o porta-voz do PAICV, o Neves continua sem dar sinais de querer resolver o problema do bloqueio na governabilidade da autarquia, apesar das tantas denúncias. Lembra que o Governo deu um prazo de 10 dias ao edil repor a legalidade na CMSV, mas, passados mais de 30 dias, a situação permanece a mesma. Isto, nas suas palavras, configura um claro desrespeito aos munícipes, aos eleitos municipais, ao governo e às leis.

O PAICV, adianta Jesus, tem informações recebidas da Praia de que o Governo pretende enviar um ultimato ao autarca Augusto Neves a informar que o Ministério da Coesão Social poderá solicitar ao Ministério Público a declaração da nulidade das deliberações tomadas na reunião do dia 02 de janeiro de 2022 e que está na base da polémica instalada na vereação da CMSV. Para Adilson Jesus, o autarca é o maior responsável pela ingovernabilidade da CMSV e parece querer alimentar esse clima para provocar eleições intercalares, sem se preocupar com os gastos.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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