Odailson Bandeira quer recuperar militantes do PAICV “para ganhar” Câmara da Ribeira Grande

O engenheiro agrónomo Odailson Bandeira, 35 anos, está disponível para ser o candidato do PAICV à Câmara Municipal da Ribeira Grande, Santo Antão, nas eleições autárquicas deste ano. A título pessoal, este jovem, que assume ter fortes convicções políticas, diz que a sua decisão é irreversível. Este aguarda apenas a validação do seu projecto pela Comissão Política Regional e pela Comissão Política Nacional do partido, antes do anúncio-público da sua candidatura. 

Ao Mindelinsite, Bandeira explica que decidiu encabeçar a lista do PAICV no concelho da Ribeira Grande após perceber uma debandada de militantes que começaram a se engajar numa candidatura independente, que estava a ser vista como uma “tábua de salvação” face ao esgotamento da actual gestão. “O sector decidiu então acelerar o passo para poder apresentar uma candidatura própria. Acabei por ser uma escolha natural por estar empenhado e a fazer política activa,” relata este jovem, que diz ter começado a sua militância na  JPAI e depois integrado as estruturas regionais. Na sequência, fez um interregno de três anos por estar trabalhar em S. Nicolau, e mais um ano em S. Vicente.

Por isso mesmo, Odailson Bandeira confessa ter ficado surpreendido quando, na  última eleição, foi convidado pelo sector do PAICV na Ribeira Grande a integrar a lista para as legislativas. Deste então assumiu, por iniciativa própria, defender o seu município, colocando-o agora em posição de relevo para representar o partido no ciclo eleitoral que se avizinha. “Acredito que o meu trabalho como deputado a defender a ilha de Santo Antão e o município da Ribeira Grande em particular será uma mais-valia. Mas a escolha dos militantes terá ainda de ser validada pela Comissão Política Regional e pela Comissão Política Nacional do PAICV.”

Instado se não estará em desvantagem, tendo em conta a “fuga” de militantes tambarina para a candidatura independente, este mostra-se confiante. Lembra que serão quatro candidatos – MpD, PAICV, Alternativa e UCID – no terreno  e também porque vai conseguir atrair os que se tinham afastado. “Acredito que vou conseguir trazer os nossos militantes que debandaram. Sei que para alguns será difícil porque já deram a sua palavra, mas muitos voltarão. Se formos ver pela lógica, as restantes forças políticas e grupos também perderão apoiantes. Basta ver que a cabeça-de-lista do grupo independente é uma pessoa ligada ao MpD, o que significa que também levará consigo alguns militantes.”

Terreno hostil

Bandeira admite que a tarefa é particularmente difícil no município da Ribeira Grande, tendo em conta que, afirma, muitas pessoas, por mais que estejam descontentes, nunca votam o PAICV por causa de acontecimentos passados, nomeadamente do caso “31 de Agosto”. A sua expectativa é de que, ao invés de votarem a actual maioria, optem por distribuir os seus votos. “O que posso dizer é que estamos muito motivados para lutar e temos recebido muitas mensagens de encorajamento e de apoio explicito desde que anunciamos a nossa intenção de concorrer. Outro facto que vejo que considero decisivo é sermos jovem e termos boa aceitação no seio da juventude”.

Odailson Bandeira, refira-se, tem 35 anos e é engenheiro agrónomo. Nasceu na  Freguesia de Santo Crucifixo, localidade de João Afonso. É originário de uma família humilde. É apaixonado pelo PAICV desde muito cedo, partido que encontrou dentro de casa. Assume ser uma pessoa frontal, um pouco irreverente e que não tem medo de decidir. “Sou uma pessoa de convicções fortes. As vezes entro em algumas polémicas, mas sempre para defender aquilo que acredito, independentemente de ofender ou incomodar um ou outro. Não nasci politico e não morrerei politico…Não estou na política numa lógica de sobrevivência e muito menos de vida ou morte”, diz, sem quaisquer complexos. 

Em jeito de remate, o candidato admite que não tem nada a perder e que o seu único objectivo é ganhar as eleições para o PAICV porque o seu projecto é ambicioso e a sua crença é do tamanho do mundo.

Constânça de Pina