Ocean Week 2022 muda formato e programação para aumentar participação das comunidades
São Vicente recebe a partir do dia 20 de novembro a 5.ª edição da Cabo Verde Ocean Week, evento já consolidado, mas que este ano terá um novo formato e programação voltada para as comunidades por forma a aumentar a participação. A apresentação deste certame, que tem como lema “Amar o Mar”, foi feita hoje pelo Ministro Abraão Vicente, que destacou como principais objectivos elevar a consciencialização e fomentar o diálogo sobre a importância e sustentabilidade dos oceanos, visando criar uma cultura voltada para a preservação, em suma, uma nova largada.
Toda a planificação deste CVOW, diz Abraão Vicente, espelha nos objetivos estratégicos que advêm da recomendação final da Cimeira dos Oceanos de Lisboa. Por isso, este novo redesenho no formato e na programação, com um novo conceito para este evento, que se consolidou já como uma referência nacional e internacional. “Querendo alargar um pouco mais o âmbito do CVOW, saindo das conferências e de um circuito fechado de conversas sobre o mar. Neste sentido, a equipa do MM planificou e pensou um conjunto de actividades para dar vazão e corpo a esta nova visão de termos uma Ocean Week onde a população e uma multiplicidade de actores possam participar “, declarou Abraão Vicente.
Para o efeito, estão agendados, ainda sem data, um concurso de fotografias do oceano, cujos prémios serão entregues na inauguração da exposição e uma Ocean Innovaton, envolvendo universidades, startups, empresas e empreendedores na materialização de acções através das quais se pode criar exemplos de soluções para os oceanos. “Desenvolvemos cinco temas que gostaríamos de ver em concurso na Innovaton: poluição marinha, pesca sustentável, energias renováveis, portos azuis e mapeamento dos oceanos. Queremos transformar o potencial da economia digital do programa CV Digital do ecossistema das startups Cabo Verde, aplicando-as para resolver questões locais”, detalha.
Do programa constam ainda, pontua, um label com o Campus do Mar, instituição que foi desenhada para criar soluções cientificas de emprego para o mar no país, com conferencias em estilo TDex, ou seja, pequenas apresentações de investigadores e cientistas cabo-verdianos e estrangeiros, focados em apresentar soluções para o mar e para a economia azul; Feira de profissões ligadas ao mar na Praça D. Luís, Blue Food Feastival, possivelmente em Salamansa, com tudo o que é comida que vem do mar, desde peixes, algas e mariscos; espaço para as Ongs, actividades náuticas e desportivas a volta da baía do Porto Grande, Ocean Open Day no Campus do Mar, de muitos entre outros.
Para operacionalizar estas actividades, o Ministério do Mar orçamentou 4.500 contos, montante que espera alargar com parcerias com as Câmaras Municipais, empresas e instituições da sociedade civil e patrocínios poderá atingir os 10 mil contos. A abertura da 5.ª edição da CVOW será presidida pelo Primeiro-ministro e o encerramento, pelo Presidente da República, sendo que o convite para o efeito será enviado ainda hoje. “Queremos que todas as instituições do Estado tenham a consciência de que é preciso abraçar o mar. Por isso o convite ao PR, aos deputados e ao presidente da AN para participar nas actividades e, querendo, poderão criar um nicho onde possam expressar livremente.”
Sobre este particular, Abraão Vicente aproveitou para lançar um repto aos partidos políticos para que participem e aportem soluções para o mar em Cabo Verde e ajudar a redesenhar o programa do Governo quanto às Políticas do Mar. Repto extensivo ao PR, que o ministro felicitou pela publicação a referir que vai pedir uma vasta mobilização do país, considerando-o uma tomada de consciência. “Esta posição, como PR, é fundamental para exercer a magistratura de influência junto dos cabo-verdianos. Iremos convidado para estar presente e para deixar para o seu orçamento na preservação do mar.”
Igualmente, o MM aproveitou para desafiar a Assembleia Nacional a ter um plano de acção ambiental e de combate às consequências das mudanças climáticas, aproveitando para realçar que a mobilização não pode ser apenas simbólica. “Convido o PR e o Presidente da AN para liderarem, juntamente com o Ministério do Mar, uma agenda pública de acção climática, que falta a Cabo Verde. Em suma, desafio estas duas instituições a a terem uma agenda voltada para o mar”, concluiu.
