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Novo navio da CV Interilhas foi comprado “quase pronto” e chega em Janeiro

O novo navio da Cabo Verde Interilhas foi adquirido “quase pronto” e não construído de raiz como as autoridades governamentais e a própria companhia revelaram anteriormente. Esta informação foi confirmada num exclusivo ao Mindelinsite pelo administrador-delegado da ETE, grupo formado pelas empresas Transinsular, Navex e CV Interilhas. Paulo Lopes admite ainda que a nova embarcação só deverá chegar a Cabo Verde na segunda quinzena de Janeiro de 2020 e não em Dezembro como inicialmente se acreditava, tendo em conta a longa distância que vai ter de percorrer. 

O atraso na chegada deste navio, que vai operar em regime de exclusividade na linha São Vicente – Santo Antão, alonga em mais um mês a expectativa dos cabo-verdianos de ver o sector dos transportes marítimos normalizado. Mas nada que preocupa o administrador-delegado que, desde já, perspectiva uma melhoria significativa nas ligações, tendo em conta a organização das rotas introduzidas pela CV Interilhas, empresa que dispõe actualmente de uma frota composta por cinco navios: Interilhas, Liberdadi e Crioula (roll on roll off) e Praia d’ Aguada e Sotavento, que se destinam ao transporte de carga convencional e passageiros. 

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“Adquirimos a embarcação já na fase final da sua construção para suprir, de forma rápida e eficiente, a necessidade de renovação da frota. O navio deverá chegar a Cabo Verde no dia 20 de Janeiro. Neste momento estão a decorrer as provas no mar. Logo que estas forem concluídas será entregue e seguirá para Cabo Verde”, revela Lopes, confirmando assim a alteração da data inicial da sua chegada, marcada para Dezembro. “Temos de ter em conta que o navio vai percorrer uma distância superior a 11 mil milhas. É uma viagem que demorará muitos dias. Esta será a maior prova das suas capacidades” assevera.

Sobre o navio em si, este responsável explica que tem 76 metros de comprimento e capacidade para carregar 400 passageiros e 50 viaturas ligeiras e garante que está mais adaptado à realidade do arquipélago. “Mas isso não somos nós quem vai dizer. O navio vai ser credenciado pelo Instituto Marítimo e Portuário (IMP), que é a entidade nacional competente para deliberar sobre as condições de adaptabilidade a Cabo Verde, depois de devidamente certificado onde está a ser construído”, esclarece o administrador, deixando claro que o navio nunca irá operar sem que as condições exigidas sejam garantidas. 

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“O IMP não rejeitou o navio”

Este esclarecimento de Paulo Lopes vem na sequência de algumas informações que têm circulado na ilha S. Vicente e que indicam que o IMP teria rejeitado, liminarmente, o novo navio da CV Interilhas, por “não se adequar às exigências do mar das ilhas”. “É falso que o IMP rejeitou o nosso navio. Este fez um pronunciamento, mas mais no sentido de o navio ter de cumprir tudo aquilo que são certificações internacionais. O que quero deixar claro é que, neste momento, não há nenhuma decisão desta instituição no sentido de aprovação ou reprovação. Ou seja, o IMP limitou a fazer recomendações sobre as exigências.  ”, esclarece. 

Para o administrador-delegado da ETE, a capacidade de carga deste navio, que é superior a das demais embarcações ao serviço da empresa, é uma mais-valia para o país. A prova disso é que, afirma Lopes, consegue transportar 50 viaturas ligeiras, incluindo 7 ou 8 pesadas, para além de ser um navio moderno e adaptado à realidade de Cabo Verde. Outra vantagem é a velocidade do barco, que consegue atingir os 15 nós por hora. “Este navio vai ajudar a CV Interilhas, que é um projecto estratégico para Cabo Verde, a cumprir os objectivos que estiveram na sua origem, que é permitir o desenvolvimento da economia, a integração territorial e a proximidade das pessoas e das ilhas”, finaliza Paulo Lopes. 

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Constânça de Pina

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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8 Comentários

  1. Para nós os leigos, o mais importante nao é saber quantos nós (velocidade) o naviu atinge por hora mas sim, quanto TEMPO o naviu leva para percorrer a distancia de 9 milhas (15 Km) entre Santo Antao e S.Vicente.

  2. por favor Mindelinste, esclarece junto desta empresa, se a foto descreve totalmente o barco que irá fazer a carreira SV-SA. isto porque sabemos e temos a ideia das condições do mar que liga estas duas ilhas, e não é nada calmo durante todo o ano. digo isto porque na foto é visível abertura nas laterais, e corre-se o risco do mar entrar e causar problemas nas viaturas que lá estiverem.

    confirma-se???!!

  3. Comprado “quase pronto”. Aí é que está o perigo! Mas também, não dizem “comprado” por quem, nem com que financiamento. Vai tudo à base de meias verdades. Mas no fim há-de se saber a verdade toda. Quanto ao caminho longo que o navio vai ter que percorrer, sempre souberam qual é a distância da Coreia até Cabo Verde, e a velocidade projectada do navio, não?! Mas sempre podem trazê-lo às costas de um heavy lift, como foram trazidos os da Fast Ferry.

  4. Devem esclarecer sobre as características técnicas do navio.
    Por exemplo,qual o calado?
    Ouvi falar em 2 metros. É verdade?
    É um aspecto de extrema importância para navio que irá atravessar o canal.

  5. Quem souber que nos esclareça,sobre:

    Comprimento do navio
    Boca
    Calado máximo
    Tonelagem bruta e líquida
    Porte
    Passageiros
    Pelo menos esses dados nos permitem,fazer uma ideia de que navio se trata.

  6. O Djo diz que esse mar não é nada calmo durante todo o ano.
    Eu tenho uma vida a fazer essa travessia, e não concordo com o Djo.
    Há duas coisas:
    1ª) Esse canal FAZ vento.
    2ª) Esse canal tem FAMA DE FAZER vento.
    E tenho visto que muitas vezes as pessoas ficam cegas por essa fama e deixam de ver a realidade.
    A grande maior parte das viagens que tenho feito nesse canal (e não são poucas), caracterizam-se por viagens sem vento.
    Muitas vezes, até parece que é possível caminhar a pé naquela água, lembrando a expressão de Manel d’Novas – “mar ta mel”.
    Só que, se uma pessoa por duas ou três vezes, apanhar vento, por causa dessa fama, já achaa que é durante todo o ano.
    Acontece sim, algumas vezes por ano, de cada vez, uma semana ou 3 ou 4 dias.
    Pessoalmente, até gosto dos balanços quando há vento.
    Mas também curto quando parece que estou a ir num autocarro.

  7. Oi Emanuel Delgado!
    Tu pretendes montar uma oficina de barcos???
    Eu só quero saber só aquilo que preciso – o TEMPO – em que ele faz a ligação S.Vicente Santo Antão.
    Quanto às condições de perigo, se houver qualquer problema, eu nado.
    É pertinho e o mar normalmente, é calmo.

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