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Ministro Olavo Correia contra retenção de diplomas de jovens formados: “Isto é criminoso!”

O ministro das Finanças Olavo Correia considerou um acto criminoso a retenção de diplomas a mais de 2500 alunos que concluíram a formação superior, mas não puderam pagar as propinas. Para o vice-Primeiro-ministro, as universidades deveriam entregar esse importante documento e dar a esses jovens a oportunidade de trabalhar e assim poderem honrar os seus compromissos. “Isto é criminoso, isto é criminoso!!!”, exclamou Correia, para quem um jovem não pode pagar esse tipo de factura só por pertencer a famílias sem poder económico. Aliás, defendeu que a pobreza dos pais não pode ser um pressuposto para que os filhos tenham o mesmo destino.

Olavo Correia fez tal consideração esta manhã em S. Vicente durante um debate subordinado ao tema “Orçamento-Geral do Estado 2020: Desafios e Perspectivas” promovido pelo grupo parlamentar do MpD, encontro que contou com a presença de vários universitários. E foi para esses jovens que o governante afunilou parte considerável da sua intervenção, tendo por base aquilo que propõe esse instrumento de gestão do país em 2020. Um orçamento que, enfatiza o vice-Primeiro-ministro, vai canalizar investimentos substanciais para sectores como a educação e a saúde e ainda criar oportunidades para a camada juvenil, através das empresas.

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Segundo Correia, o OGE-2020 vai apostar na formação profissional de qualidade dos jovens e ao mesmo tempo disponibilizar mais de 5 milhões de contos às empresas para que possam criar novas oportunidades e postos de trabalho. “A ideia de se pensar que o Estado vai criar empregos via Orçamento para os jovens não existe. O Estado prepara os jovens qualificando-os com educação de qualidade voltada para a empregabilidade”, sublinhou Correia, reforçando que esse desafio é das empresas, com o incentivo do Estado. Do seu lado, acrescentou, os jovens têm de adotar atitudes positivas, como a resiliência, o empreendedorismo, a perseverança e acreditar no futuro do país.

Da parte do Governo, assegurou Olavo Correia, há um esforço para se garantir um quadro de confiança e previsibilidade macroeconómica, apesar das incertezas que pairam no mundo actualmente com a guerra económica entre os Estados Unidos e a China, o Brexit e as alterações climáticas. Como diz, Cabo Verde é hoje um país emergente, que cresce a uma média de 5% ao ano e consegue contrariar as limitações que enfrenta. No entanto, houve trimestres em que a subida do gráfico da economia atingiu os 8 por cento.

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“Isto significa que quando desbloquearmos os nós que ainda nos afligem podemos rapidamente ultrapassar a fasquia dos 7% ao ano. Esta será a única forma que temos de duplicar o rendimento per capita numa década”, alertou Correia, que fez questão de anunciar que o país conseguiu pela primeira vez uma reserva de divisas superior aos 600 milhões de euros, consegue cobrir 5 meses de importação, tem uma inflação abaixo dos 2% e um défice orçamental também à volta deste percentual. Logo, conclui, o quadro macroeconómico é estável e previsível.

No entanto, para poder preservar esta tendência, frisa, o Estado precisa financiar as despesas do OGE com base nos impostos. “Isto não é simpático, mas ninguém pode pensar em viver durante muitos anos ancorado na dívida ou na ajuda pública. Se queremos estradas, portos, segurança, educação, etc., vamos ter de pagar”, vai alertando o governante. Até porque, faz questão de “emendar”, o Estado “afinal” não tem dinheiro. Os recursos que dispõe, segundo Correia, são dos contribuintes cumpridores, e não é tanto dinheiro como se pode pensar. Além disso, Correia lembrou aos presentes que nos países mais ricos é onde mais se trabalha.

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Materializar a Zona Económica Marítima em S. Vicente

O Orçamento Geral do Estado para 2020 reserva uma despesa em torno de 73 milhões de contos. No tocante a S. Vicente, “das únicas ilhas onde o Executivo tem um conceito claro”, esse instrumento vai priorizar a materialização da Zona Económica Marítima e investir nos domínios tecnológico, industrial e turístico. Segundo Olavo Correia, não restam dúvidas que S. Vicente é uma ilha com vocação para eventos e que pode ser um grande destino turístico. Por outro lado, apresenta condições para também desenvolver a indústria, nomeadamente a partir do Centro Internacional de Negócios, que está baseado na cidade do Mindelo. Para tal, diz, é preciso sair lá fora e trazer investidores.

“Há uma constelação de conceitos que, a funcionar, vai colocar S. Vicente no patamar de desenvolvimento pretendido. É das ilhas com melhores indicadores de acesso à água e energia, conforme as estatísticas”, enfatizou o ministro, realçando que há investimentos em curso e projectos para a terra do Monte Cara que, juntos, atingem centenas de milhões de euros.

A conferência proferida por Olavo Correia foi solicitada pelos deputados do MpD para os diversos círculos eleitorais, que estão reunidos em S. Vicente em jornada parlamentar. Como explicou Rui Figueiredo, líder da bancada ventoinha na Assembleia Nacional, o Orçamento do Estado é um dos mais importantes instrumentos de gestão do país, a sua aprovação é um momento de grande relevância, razão por que convidaram o responsável das Finanças para falar daquilo que esse documento propõe para o próximo ano.

Por estes dias, os parlamentares visitaram empresas e tiveram encontros com o Secretário de Estado para a Economia Marítima, os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal, vereadores, deputados municipais e as obras de remodelação do Centro Nacional de Arte e Design.

Kim-Zé Brito

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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8 Comentários

  1. A Retenção dos Diplomas pelas Universidades assim como estagio por dois anos imposto pelas Ordens profissionais e’ ILEGAL e anticonstitucional então o primeiro passo e’ a via administrativa ,exigindo uma declaração Jurídica os Ministros . (não opinião pessoal) sobre esta matéria , caso a discricionariedade administrativa seja arbitraria ou caprichosa ( contraria a Lei o Precedente) recorre-se a via judicial (os tribunais) mediando advogado .

  2. Portanto os Reitores das Universidades são criminosos. Olavo Correia, Vice-Primeiro Ministro afirma que os Reitores das Universidades são criminosos. É isso mesmo ? Por acaso o senhor jornalista tem alguma prova desse facto que poderia facultar ? Audio, video ? É que se for verdade isso que esse badameco disse ele terá que ir a Tribunal provar isso mesmo. Que os Reitores das Universidades andam a comenter crimes. Mas estamos em Cabo Verde onde um Ministro pode falar e falar e falar tud o quiser …. ele é o Chefão. Messmo um idiota esse Olavo Correia. Mas Olavo o tempo está a correr …. para 2021 só falta 12 meses. Doze meses para começares a pertar o rabo com medo de perder a mamata.
    Em vez de vires lançar acusaçõess levianas contras as Univeridades deverias sim preocupar em arranjar um sistema que ajudasse os eEstudantes menos favorecidos a pagarem a propina. Porque isso que dizes é perigoso. Amanha eu roubo um carro e a justifação sera … não é porqeu eu nasci pobre uqe não posso ter um carro. O Estado deveria ter um Sistema de Acção Social cm bolsas de estudos e outros apoios que evitasse o problema. Esse é que é o papel do Estado. No entanto o Sr Olavo não implementa nada disso e ele vem do Alto da sua Arrogância só comparável ao tamanho da sua boca acusar As Universidades de Estarems a cometer crimes. ORa um Estudante para chegar até concluir o curso o que foi necessário ? Ter infra-estruturas. Ter docentes. Ter materiais. Ter equipamentos. Ter professores. No entanto Olavinho acha que todos os estudantes podem fazer um curso sem pagar e exigir o Diploma só porque os pais não podem pagar. Isso até pode ser verdade. Mas caberá ao Estado Garantir isso e nunca vir acusar levianamente e de forma completamente despropositada as Universidades de serem criminosos. Grave. Grave mesmo. Esse Olavo … anda mesmo cocainado … so pode.

  3. Dizer que uma instituição privada de ensino superior,por não entregar diplomas a estudantes que não pagaram o montante que é exigido para a obtenção do referido diploma,é um acto criminoso, é demagogia.
    O estado executar quem não pode pagar é criminoso?
    É mais sensato,criar condições para que estes jovens possam obter recursos do estado, por empréstimos para fazer frente a essas despesas.
    Esse tipo de moralismo não ajuda.

  4. ondi qui isto já vai. Um governante a chamar responsáveis de Universidades do seu pais de Criminosos. Em qualquer parte do mundo as Universidades tem regulamentos. Assim como qualquer instituição uma universidade tem regras e normas. E vem esse senhor chamar os responsáveis das Universidades de … CRIMINOSOS …porque quem não paga propinas não pode receber o seu certificado ? Populismo e demagogia no seu auge ! Assim nao vamos a lado nenhum.

  5. Noticias com frases como estas em que ele acusa de haver Criminosos nas Universiades só no Mindelinsite. Expresso das ilhas nao refere nada disso. Ou essa estoria foi inventada ou nao é totalmente verdade.

  6. AFINAL QUEM É O PRÓPRIO “CREMINOSO”? A UNIVERSIDADE O ESTADO OU O MINISTRO? TEMOS QUE COLOCAR OS PÉS NO CHÃO.

  7. Os Tribunais vão ter q decidir se e’ LEGAL ou ILEGAL a retenção dos Diplomas ,após o Ministro do ramo se prenuncie ao respeito . Axo que pode encontrar-se um acordo JURÍDICO benéfico pra as partes interessadas ,que e’ permitir o pago do diploma antes dos dois anos ( Lei de Estagio e’ 06 messes ) ,tempo “suficiente” para ter arranjado um trabalho DIGNO .Sem Diploma não conseguem trabalho nem honrar o compromisso da divida. Reter diploma não beneficia ninguém ,todos perdem . Recapitulando os TRIBUNAIS de JUSTIÇA vai ter q decidir .

  8. Queres dizer que o jornal expresso das ilhas não é sério porque esconde notícias????
    É mais, uma questão de diversidade jornalística, não vês??

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