Ministro Jorge Santos reafirma posicionamento sobre tubarões: “Extinção significa desaparecer e isto não existe”
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A polémica em torno da situação de algumas espécies de tubarão protegidas em Cabo Verde continua em alta, após um “duelo” instalado entre o biólogo marinho Jaquelino Varela e Jorge Santos, ministro do Mar. Ontem, o cientista cabo-verdiano convocou a imprensa para voltar a falar dos dados de um estudo científico que, segundo o mesmo, apontam para um risco crítico de extinção de determinados tipos de tubarões que vivem nas águas do arquipélago, enquanto o governante voltou a fazer as mesmas considerações sobre a matéria.
“Temos mais de 57 espécies de tubarões e, destas, 9 são protegidas justamente porque estão em perigo. Mas, repare, estas espécies não estão em vias de extinção. Uma coisa é estar em perigo e haver, por isso, uma proibição de pesca. Outra é estarem em vias de extinção. A extinção significa desaparecer e não é o que existe. Por isso eu disse que não existe nenhuma espécie de tubarão em vias de extinção”, reafirmou ontem o governante.
Santos acentua que, por ter havido uma redução da quantidade dessas espécies, foi proibida também a captura. Relembra que a proteção acontece também com, por exemplo, a lagosta, a tartaruga e até mesmo a cavala, que tem um período de defeso.
Jorge Santos sublinha que o seu posicionamento foi enquanto ministro e que, nesta condição, obteve dados fundamentados das instituições sob a sua tutela, nomeadamente o IMar – Instituto cuja função, diz, é estudar a biodiversidade e a oceanografia e que define os contingentes que podem ser pescados – e a Direção Nacional das Pescas, organismo que gere toda a actividade pesqueira em Cabo Verde e faz parte da ICAT, Comissão Internacional para a Conservação dos Tunídeos do Atlântico.
Questionado se ocorre neste momento uma sobre-exploração do tubarão em C. Verde, o ministro nega este cenário de forma categórica. Explica que a ICAT define a quantidade de tubarão que pode ser pescado actualmente e que se situa em 1.400 toneladas por ano. Entretanto, prossegue, a autorização de pesca abarca apenas 15 por cento dessa quantidade. “E a espécie mais capturada é o tubarão-azul por ser mais abundante e não está em risco. É um recurso de pesca como outro qualquer”, frisa o ministro. Santos salienta ainda que a ICAT define que pode haver a pesca de 30.000 toneladas de tunídeos por ano no mar de C. Verde e acentua que o acordo assinado com a União Europeia permite a captura de “apenas” 7.000 toneladas de tunídeos. E sublinha que o atum traz consigo o seu predador, que é o tubarão.
Segundo Jorge Santos, disse nas suas declarações à imprensa que há espécies de tubarão em perigo, mas não estão em vias de extinção. Relembra que as mesmas estão protegidas por lei, logo não podem ser capturadas.