A população da ilha de Monte de Cara está descontente com as acções dos candidatos no terreno nestes quatro dias de campanha devido a aglomeração e, principalmente, com o número elevado de pessoas nas portas das sede. Por conta disso, muitas das pessoas ouvidas ruas do Mindelo por Mindelinsite afirma que não vai votar nestas eleições, o que indicia uma alta taxa de abstenção.
De uma forma geral, as pessoas mostram-se pouco interessadas nas eleições autárquicas de 2020. É o caso, por exemplo, de Lena Leite, residente em Alto de Doca, que diz estar desmotivada e desiludida com os candidatos, principalmente com a actual equipa que gere a Câmara Municipal de S. Vicente, encabeçada por Augusto Neves. Por causa disso, a jovem mostra-se relutante em ir votar no próximo dia 25 de outubro.
“Na minha opinião, está tudo errado nesta campanha. Dizem para não fazer aglomeração, mas são os primeiros a juntar pessoas, as vezes mais de 150 indivíduos em um único espaço. Também estou descontente com a gestão camarária”, diz Lena, que concorda com a não realização de comícios e com a divulgação de mensagens apenas através dos carros de som.
Já Eliane Lopes, residente em Fonte Inês, garante que os únicos sinais visíveis de que se está em campanha eleitoral são as músicas e os cartazes espalhados pelas ruas do Mindelo. Para esta jovem, os candidatos não estão cumprir as recomendações das autoridades sanitárias. Por exemplo, na sua zona têm estado a promover jogos, convívios com comes e bebes, entre outros. “As candidaturas estão a juntar as pessoas, incluindo crianças nas suas actividades. Se alguém estiver com covid-19 vai contagiar todo mundo. Estão a ser irresponsáveis e a pensar apenas em conseguir votos.”
Questionada sobre a gestão municipal, esta é taxativa ao afirmar que “os últimos governos nada fizeram por S. Vicente”. Ainda assim, garante que vai votar na expectativa de mudança. Já Natalino Silva, morador de Chã de Alecrim, afirma que não vai votar nestas eleições, como também não exerceu a sua cidadania no ciclo eleitoral anterior. Pretende quebrar esta sua “regra” apenas em 2024 porque entende que um Governo não pode exercer mais de três mandados consecutivos, sob pena de perpetuar.
Lidiane Sales (Estagiária)
