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ME busca alternativas para salvar ano lectivo, mas não descarta passagem automática

O ministério da Educação está a trabalhar alternativas para salvar o ano lectivo.  Um dos cenários possíveis é a adequação dos curriculas para reposição das aulas no caso do retorno às aulas no próximo dia 20. Caso isso não acontecer, outra proposta é o uso da rádio e da televisão para transmitir os conteúdos aos alunos em casa, mas não descarta a passagem administrativa ou automática, sendo esta opção só em último recurso.  

São várias as propostas que o ministério da Educação tem neste momento sobre a mesa relativas ao ano lectivo em curso. Para além das duas já avançadas, a tutela pondera ainda enviar fichas e apostilas com as matérias aos alunos. Mas, caso for de todo impossível o retorno às salas de aulas, o Governo poderá recorrer ainda à passagem administrativa ou automática. “De momento, ainda não estamos a pensar adoptar a passagem administrativa”, disse à RCV a directora Nacional da Educação.

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Eleonora Sousa explicou que a legislação cabo-verdiana permite fazer a avaliação de um aluno com apenas dois períodos lectivos, o que se verifica neste momento. Apesar disso, o ministério da Educação está à procura de alternativas para reiniciar o ano lectivo. “Estamos a identificar os conteúdos que são prioritários para os fazer chegar aos alunos do 12º ano”, pontua. 

Para o caso de se avançar para o ensino à distância, de acordo com esta responsável, o ME está a equacionar um apoio aos professores e orientações às famílias. Nesse sentido, frisa, a tutela já prevê adquirir equipamentos electrónicos, no caso tabletes, que serão distribuídos aos docentes. “Temos cerca de seis mil professores e já identificamos que, sobretudo os que entraram para o sistema este ano lectivo, não possuem tablets. Vamos adquirir este equipamento para estes docentes”, assegura. 

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No caso dos alunos, de acordo com Eleonora Sousa, o ministério da Educação e parceiros nacionais e internacionais também pretendem adquirir meios – computadores ou tablets – para distribuir em carácter devolutivo aos que não têm esta possibilidade. 

Sobre este particular, ainda a RCV, a anterior ministra da Educação do PAICV, Filomena Martins, lembrou que mais de 60% das famílias cabo-verdianas nas cidades e 80% no meio rural não possuem computadores ou tablets. E ainda que 20% nas cidades e 30% no campo também não tem acesso à internet e à televisão, o que vai dificultar a implementação de qualquer uma destas medidas que o Governo está a equacionar implementar. “Outra questão para o ME e a criação e domínio – não podemos falar apenas no acesso e utilização – de plataformas. Ainda estamos a combater aquilo que chamamos de analfabetismo informático e exclusão digital em Cabo Verde”.

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Já Filomena Delgado, que ocupou a mesma pasta nos anteriores Governos do MpD, defendeu que, não havendo a possibilidade, que os alunos sejam avaliados com dados nos dois trimestres lectivos para a conclusão do ano lectivo, com excepção do 12º ano.“ O 12º ano merece uma atenção especial, tendo em conta que são alunos que vão para as universidades. São também alunos que já têm um maior domínio das novas tecnologias”, conclui a antiga ministra da Educação do governo “ventoinha”. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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3 Comentários

  1. Relativamente ao 12 ano, a alternativa de en sino a distancia continua a ser curta, uma vez que a questāo de penetraçāo nāo desaparece com a capacidade de utilizaçāo das TIC’S. O que eu acho é que relativamente a este ano de escolaridadeo maior problema está relacionado, principalmente com os alunos que ptetendem ir estudar em Portugal ou noutro país da Europa, mas a verdade é que as autoridades Portuguesas e uma boa parte das da UE ainda nāo definiram, perante a incerteza da evoluçāo da pandemia, como concluir o ano letivo. Em Portugal, fala-se no adiamento dos exames do 12 ano. Nāo seria o caso de, ao mesmo tempo que, em C. Verde, vamos aguardando para ver a evoluçāo da pandemia, aguadar, também as decisões dos potenciáis países que vāo receber os nossos alunos? Relativamente aos outros anos de escolaridade, qualquer alternativa que nāo seja o reton as aulas presenciáis me parece inviavel, mesmo porque carece de algum tempo para sua montagem de modo a alcançar tidos os destinatários de forma mais razoavel possível e, tempo é o que nāo temos em pouco mais de 2 meses, num cenario mais realista possível.
    Entretanto, o regresso as salas de aulas, caso assimvier a ser decidido, deve ser acautelado, uma vez que um dos problemas que se coloca sempre no nosso sistema de ensinoe sobretudo na situaçāo vigente é o racio número de alunos/turma.

  2. A minha seguinte opinião sobre isso é que o Ministério de educação deve encerrar este ano letivo e reiniciar o ano letivo desde o 1° trimestre com conteúdos diferentes

  3. Eu penso que como sempre nós adaptamos ao sistema mundial….então, não seria melhor esperar pela decisão global?
    De que adianta pensar nos alunos do 12- ano, se aqui e em todo mundo as escolas e as universidades estão encerradas.
    As vezes é necessario esperar se não temos condições de influenciar.
    Penso eu!!!!!

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