“Mariventos” inspira em formação internacional para mulheres na Índia: Josina Freitas quer repetir iniciativa em S. Vicente
A Mariventos está a analisar a possibilidade de organizar em S. Vicente uma formação de carácter internacional, vocacionada para reforçar a capacidade de intervenção socioprofissional de mulheres empreendedoras e activistas de várias latitudes nos respectivos países. A acontecer, o evento terá lugar no próximo ano na cidade do Mindelo, se for possível angariar os fundos necessários e parcerias, mas o certo é que Josina Freitas e São Delgado, ambas dessa empresa gestora do festival Kavala Fresk, trouxeram a ideia da Índia, onde participaram no Creating change makers: Enchancing skills of women, um encontro que reuniu 27 participantes de 14 países da África, Ásia e América do Sul. Freitas e Delgado regressaram inspiradas da cidade indiana de Hyderabad, onde a ASCI – Administratif Staff College of India – organizou a formação, pelo que querem reproduzir a essência dessa iniciativa em Cabo Verde.
“A Mariventos foi convidada pela Embaixada da Índia em Cabo Verde, o que para nós representa um reconhecimento pelo trabalho que fazemos. O encontro permitiu-nos conhecer colegas de outras paragens, a realidade dos seus países, desenvolver trabalhos em parceria. Falamos de vários aspectos e um dos mais importantes foi o ambiente”, informa Josina Freitas, coordenadora da Mariventos, que viu o acontecimento como uma oportunidade de reciclagem e aquisição de novos conhecimentos. Além disso, um espaço de troca de experiências e estabelecimento de laços de amizade e de futura cooperação.
O programa, segundo Freitas e Delgado, foi bastante intensivo, com aulas de Ioga às seis horas da manhã, visitas de estudo e discussão de quatro painéis diários das nove às 17,30 horas, temas que foram apresentados, nalguns casos, por formadores de topo a nível internacional. Economia global, gestão de microempresas e de stress no trabalho, género na governação, liderança, elaboração de projectos, planeamento e aproveitamento do tempo foram alguns dos assuntos debatidos.
Como é natural, cada uma das participantes teve a oportunidade de falar do seu país. No caso de Cabo Verde ficou evidente que as mulheres de países como Butão, Cambodja, Maldivas, Tunísia, Turquemenistão, Índia, etc. desconheciam a existência do arquipélago. Outros, como no caso de Moçambique e Nigéria, já sabiam algumas informações. “Quando, por exemplo, dissemos o número da nossa população, a orientadora disse que erramos. Confirmamos que estamos à volta de 600 mil pessoas, riram e disseram que isso representa uma família volumosa da Índia”, conta Josina Freitas. Segundo esta jovem, as participantes ficaram satisfeitas por saber que, apesar da pequenez física de Cabo Verde, o país alcançou índices importantes em diversas áreas e que possui uma cultura firmemente implantada.
Nas conversas informais, Josina Freitas, que é dirigente do grupo carnavalesco Vindos do Oriente, mostrou a beleza dessa manifestação cultural em S. Vicente e enalteceu o facto de esse grémio ter apresentado este ano um assalto inspirado exactamente na Índia, com o título Superstar na Bollywood.
KzB