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Guias reclamam de lixo plástico deixado em Santo Antão após o “Triangle Trail”: Falta de “educação ambiental”

Os guias turísticos que trabalham em Santo Antão reclamam que a organização da ultramaratona Triangle Trail abandonou na natureza as fitas plásticas utilizadas durante o circuito para auxiliar os participantes. Este comportamento, que encaram com perplexidade, representa para eles uma “falta de educação ambiental” por parte da organização.

O guia Theo Lautrey diz que há mais de um mês notificou a organização sobre essa situação e mostra-se desagradado por verificar que seu apelo foi ignorado. “Fiz uma publicação no Facebook sobre o assunto, assim como outros colegas fizeram, a organização prometeu retirar estes lixos, mas na semana passada percorri esses caminhos e os mesmo continuam sujos”, lamenta este guia.

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Lautrey acredita que a organização teve verbas para este trabalho, baseando-se na quantidade de patrocínios que a prova recebeu, nomeadamente do Fundo do Turismo, Câmaras Municipais, empresas e de outras instituições.

As fitas que serviram para guiar os concorrentes estão a ser levadas pelo vento para outros recantos, despedaçadas por crianças e abandonadas no chão. Outras ficam dependuradas nas árvores e plantas rasas, segundo Theo Lautrey.

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 “No caso de uma corrida trail, a regra para a marcação dos caminhos é a utilização de materiais temporários para que não deixem vestígios na paisagem: tinta spray temporária, que desaparece depois de poucos dias sob a ação do sol/vento/chuva, e fita colorida biodegradável removida logo após a corrida”, sugere Lautrey, que espera uma atitude diferente da organização no futuro.

Na perspectiva deste profissional, a ilha das montanhas não tem recebido o merecido respeito da organização do evento. Elucida que foi usada tinta permanente na edição anterior, que até hoje permanece nos locais. Como diz, quem trabalha na montanha gosta de vê-la intacta, sem sinais da ação do homem.

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Theo não é o único guia preocupado com a situação, pois outros colegas fazem coro, com o mesmo desagrado. Ailton Silva, que se deparou com as várias sinalizadoras abandonadas pelas montanhas, exige que as mesmas sejam retiradas. “Acredito que nós, os santantonenses apoiamos todos estes tipos de eventos na nossa ilha, pois ajudam e muito na promoção da mesma. De igual modo exigimos que as fitas ou qualquer outro tipo de sinalização que não seja do tipo convencional para marcação dos caminhos vicinais sejam removidos logo após a competição, caso contrário o que era para ser uma promoção passa a ser uma degradação”, expõe o jovem.

O CaboVerde Triangle Trail (CVTT) assume-se como um produto turístico em forma de circuito de desporto/aventura (trail run) composto por 3 etapas de caminhada, trail curto, trail longo e uma ultra trail e aconteceu de 4 a 6 de dezembro em Santo Antão.

A organização do evento foi contactada para falar sobre o assunto e expor o seu lado, mas ainda não houve retorno.

Sidneia Newton

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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