Final do ano lectivo: Professores acusam estresse e descontentamento generalizado
Os professores de São Vicente, tanto do ensino básico como secundário, denunciam estresse e descontentamento generalizado da classe, no término de mais um ano lectivo. Falam de falta de diálogo, imposições, formações excessivas, perseguição, de entre outros problemas. O presidente do Sindep, Nelson Cardoso, confirma que recebeu algumas queixas, provocados sobretudo por falhas de comunicação, pelo que recomenda, para o próximo ano lectivo, uma melhoria neste sentido, sob pena de prejudicar os discentes e os docentes. Já a delegada da Educação em São Vicente, Maria Helena Andrade, diz-se surpreendida com estas afirmações porquanto é uma pessoa de fácil acesso e nunca recebeu qualquer queixa dos docentes.
Os professores, que falaram ao Mindelinsite sob anonimato, revelam que foram muitos os problemas e queixas ao longo do ano lectivo findo, principalmente porque não há diálogo nas escolas. Dizem que há imposição de decisões arbitrárias. Citam, como exemplo, as formações que foram obrigadas a participar, que os obrigam a ultrapassar de longe os tempos de serviço previstos no Estatuto do Docentes, que são 22 horas lectivas semanais e cinco não lectivas. “Somos obrigados a participar em todas as formações apresentadas pelo Ministério da Educação sob ameaça, as vezes enfrentando constrangimentos familiares e outros”, dizem estes docentes, que responsabiliza este acumular de situações pelo estado de espirito dos professores que se queixam de cansado e de descontentamento.
Em alguns casos, designadamente na Escola Secundária Jorge Barbosa, a situação estava tão tensa que, numa das últimas reuniões, por pouco não se chegou as vias de facto. “Houve um erro da escola, que devia ter enviado uma ordem de serviço informando os professores sobre o preenchimento da folha estatística do aluno directamente na plataforma electrónica (SIS). Por causa disso, muitos professores não preencheram o documento que, diga-se de passagem, é um exagero porque não se centra apenas na educação do aluno, mas cobre toda a vida da sua família. Mas a direcção não aceitou que falhou e os professores ficaram revoltados. O clima esteve de cortar a faca”, revela um docente deste estabelecimento de ensino.
Confrontando a directora da Escola Secundária Jorge Barbosa, Gilda Fortes, limita-se a dizer que a ordem de serviço foi afixada num quadro na sala de professores, a semelhança do que acontece com outros documentos, pelo que não viu razão para tanta polémica. Mas a própria delegada de Educação, Maria Helena Andrade, discorda desta forma de comunicação. “As ordens de serviços devem ser assinadas pelos professores. Só assim teremos certeza de que, de facto, tomaram conhecimento”, diz.
Mas as preocupações chegam também dos delegados sindicais nas escolas do EB e ES de São Vicente, que denunciam obstáculos por parte de alguns coordenadores dos agrupamentos escolares que simplesmente recusam a dispensá-los para participar das reuniões e outras actividades sindicais, não obstante este ser um direito previsto na lei.
Sindep confirma queixas de docentes
O Sindicato dos Professores confirma que recebeu, ao longo do ano lectivo findo, muitas reclamações de professores do EBI, sobretudo em relação ao tempo semanal de serviço que são obrigados a cumprir. “Chegamos a entrar em contacto com a delegada da Educação para analisar a situação. Ela reconheceu que foram ministradas algumas formações durante o ano, mas que não eram tão frequentes como os professores se queixam e nem ultrapassaram os tempos previstos no Estatuto dos Docentes, 27 horas, sendo 22 lectivas e cinco não lectiva”:
Para Nelson Cardoso, este é um problema que poderia ser ultrapassado, rapidamente, com mais diálogo. “Creio que a comunicação falhou este ano lectivo, sobretudo por parte dos colaboradores do ME. Os professores alegam que a comunicação só é feita por meio de imposição e, por isso, chegaram ao final do ano lectivo cansados. Em alguns casos tivemos de deslocar às escolas para reunir com os professores e coordenadores. Também contactamos a delegada para dar-lhe conhecimento daquilo que estava a passar”, assegura.
Quanto à dispensa dos delegados, este sindicalista admite que há resistência por parte de alguns coordenadores de agrupamentos, apesar deste ser um assunto que ultrapassada as suas competências. Por causa disso, o Sindep chegou a reunir com a delegada da Educação para mostrar-lhe aquilo que a lei diz. Este acredita que, pelo menos a nível da delegação, o problema foi ultrapassado. Mas há coordenadores que continuam a emperrar.
Falhas de comunicação
Já a delegada do ME diz não se rever nas críticas de falhas de comunicação porque é uma pessoa de fácil acesso. Todos os professores têm o seu número de telefone e email, e nunca se recusou a receber nenhum professor. Também não vê lógica nas denuncias de perseguição e ameaças aos docentes, menos ainda em relação as reclamações relativas às formações ministradas, que são incluídas nos tempos não lectivos.
“Queixas em relação aos tempos lectivos não podem ser vistos como um problema. Isto porque os professores normalmente reclamam de falta de formação. Então, não podem queixar por estarem em formação. É preciso deixar claro que os docentes estes têm no seu calendário 22 tempos lectivos semanais e cinco não lectivos, que são preenchidos com formações, reuniões e outras actividades escolares. As nossas formações nunca ultrapassam estes tempos e não são frequentes. Podem ter formação numa semana e em outras nenhuma actividade nos tempos não lectivos.”
Sobre esta questão em particular, Maria Helena reconhece que é difícil agradar a todos. Mas, afirma, o objectivo do ME é capacitar cada vez mais os professores para que haja melhoria efectiva na qualidade do ensino, lembrando que estes são os principais actores da melhoria que se quer. “São os professores que estão nas salas de aula e são eles que precisam de informações para colocarem em prática. E só conseguem isso através das formações”.
Maria Helena Andrade estranha, no entanto, que as reclamações tenham surgido agora, tendo em conta que, afirma, no término do ano lectivo visitou todas as escolas básicas de São Vicente para falar com os professores, ouvir críticas e sugestões. “Normalmente fazemos estas visitas no início ou no final do ano lectivo. Desta vez escolhi o final do ano, até porque depois da polémica avaliação do 4º ano quis ter o feetback dos docentes. Também porque estávamos a fazer o relatório final de uma forma geral, então precisava ouvir os professores.”
A nível das escolas secundárias, estas visitas acontecem quase sempre no início do ano lectivo por causa das reuniões de notas, provas de recurso e outras. Mas nem no EBI e nem no EBS, afirma, foram referidos problemas de comunicação nem da parte dos coordenadores dos agrupamentos e nem dos professores. Por isso, Maria Helena prefere não responsabilizar nenhuma das partes por eventuais insuficiências até para não ser injusta.
No caso concreto ocorrido na Escola Secundária Jorge Barbosa, a delegada explica que o serviço enviou uma nota à direcção desta escola, que tinha a responsabilidade de fazer a informação chegar ao eu corpo docente. “A questão do preenchimento da ficha estatística do SIS foi enviada para as escolas em tempo útil. Antes, fizemos uma reunião na Escola Anísia do Rosário, que contou com a participação dos pontos focais do NOSi em São Vicente, incluindo o da ES Jorge Barbosa. Depois enviamos notas para as escolas. Realmente, dar conhecimento implica uma assinatura para ficar registado. Aliás, no básico já é uma pratica. É uma forma de ter certeza de que todos fiquem devidamente informados”, observa.
Em relação aos obstáculos a dispensa dos delegados sindicais, Maria Helena acredita que esta é uma questão que já está resolvida. No entanto, admite que possa persistir emperramento com alguns coordenadores, que ultrapassam a delegação do ME mas que vai procurar inteirar e resolver. Reconhece que a dispensa é um direito, desde que a comunicação seja feita atempadamente. Esta aproveita para apelar os docentes a procurarem a delegação sempre que precisarem, para conversar e esclarecer quaisquer dúvidas porque estão abertos à reclamações e sugestões porque estas serão levadas em devida conta.
Constânça de Pina
Os professores estao desgatados e com problemas de saúde como tensao arterial alta pelos seguintes motivos
Os alunos do 7°e 8°anos podem “dar” 16 dias de falta..e estes quando sao punidos com suspensao das aulas podem ter no maximo 3 dias..e fazem troca da comunidade lectiva
O sistema aprova os alunos e facilita o o descaso dos alunos pelos estudos. Exemplo um aluno deixa 2 disciplinas no 10°(mat e fisica) e prosssegue os estudos ..sem penalizacao no 12°ano.
As aulas de recursos deviam ser anuladas, visto que os alunos ja tiveram preparacao para PGI.. E a prova de recurso é realizada na ultima semana do ano letivo pelo que os professores tem o trabalho de corrigir testes, receber os documentos para matricula da turma, colocar as notas no sistema, fazer relatorios de direcao de turma, preencher a estatistica on line e num pen drive..isso tudo em cima da hora.
Poderia enumerar mais constrangimentos mas vou deixar que meus colegas coloquem mais subsidios.
O ministério está carregado de incompetentes e corruptos. Ninguém falou que o motivo de adiamento consecutivo do concurso para docentes, deu-se pelo facto de ter havido fuga do teste antes deste ser aplicado. Ficou no segredo dos Deuses. Investiguem-se senhores jornalistas.
Outra causa de estresse é o desespero por mais uns trocados. Sai a correr de J.Barbosa porque vai dar uma aula em Unimindelo, outra em Isse outra em isacmar e por aí fora. Ninguém ja se contenta com seu vencimento. Prova disso é o desfile de carros caros na porta dos estabelecimentos de ensino, os professores têm carros superior ao de qq empresário de sucesso. Já não tiram uma dúvida à um aluno, por falta de tempo. A indisciplina existente nestes estabelecimentos é de todos; alunos e professores; há casos des alunos chantageando professores exigindo notas porque viu sua professora, misturada com aluno tal e coisinhas desse tipo. Hoje estamos empanturrados de muita escola, mestrados, doutorados, especialistas mas, educação que é bom, NADA. E quem escreveu aqui é um analfabeto, fico à espera da fúria dos professores com aquelas palavrinhas tiradas do dicionário, para exibirem aqui seus complexos de superioridade.
Os fracos revidam, os fortes perdoam, e os inteligentes ignoram. Você que se esconde no nome de Trantado convido- lhe a dar uma aula no 7°ano, numa turma de 40 alunos, durante 1 semana, e com certeza irá dar mais valor a um profissional que fez de tudo para que o seu filho (ou um parente proximo) subisse na escada da vida.
Melhores cumprimentos
Sr. Francisco Andrade, classifica-me como quiser. Da minha parte, a sua classe está no topo, tanto é assim que costumo dizer que os professores têm prioridade porque são eles que nos ensinam coisas boas e más.
Tenho 70 anos e, desde que entendi meu nome, o professor é practicamente um companheiro meu, para mim, um profissional de respeito, sempre e quando se porte como um professor-profissional e nâo um profissional-lamuriento.
Quando tinha onze anos já era ajudante de professor, no tempo que o professor tinha cento e tal alunos, numa salinha com talvez 70-80 m2, uns tantos sentados na carteira, outros sentados no chão, uma gritaria enorme duma criançada inocente, educada e feliz, mas, os professores nunca se queixaram, ganhando um salário de miséria, comparado com o que se ganha hoje. (mas é sempre pouco)
Digo lamuriento porque, hoje a maioria dos professores com quem tenho falado, queixam-se de tudo e de todos, e pode-se dizer que estão-se queixando de barriga cheia. Na maneira de falar, têm-se auto-denominado super- profissionais e, não passam de ser um profissional, como um médico, um engenheiro, um varredouro, e por aí fora; cada macaco no seu galho.
Se existe tanta indisciplina nas escolas por motivo de alunos drogados, bêbados, práctica de sexo nos recintos etc, é porque a vossa classe nunca teve a coragem suficiente de chamar à ordem os responsáveis do ME, para se sentarem com eles e EXIGIREM métodos de comportamento nas escolas, para tratarem de assuntos escolares e não de política, só assim terão um trabalho mais leve; mas sei que isso jamais irá acontecer, porque nessas reuniões irá prevalecer a política em detrimento do escolar.
Sr. Francisco Andrade, para finalizar, penso que a sua classe deve estar estressada por motivo de comemorações e festejos. Dia do Professor, dia do aluno, dia da escola, dia mundial dos professores, dia mundial dos alunos, dia internacional das mulheres, dia das mulheres cabo-verdeanas, (homem não tem nada?) 13 de Janeiro, , dia de carnaval, férias de páscoa, férias de natal, sem contar com tolerâncias de ponto.
Se tiver esquecido algum evento, ou se tiver colocado alguma vírgula onde não devia, alguma palavra mal escrita, peço-lhe e agradeço-lhe que me corrija.
Da minha parte, trabalhei todos esses dias que o professor não trabalhou, mas não me sinto cansado ou estressado.
Sr. Trantado.
O professor Francisco Andrade, de certeza que não irá lhe responder, pelos excessos de linguagem.
O Senhor não pode responsabilizar os males sociais (drogas, consumo de álcool, entre outros) aos professores.
A Escola continua a transmitir valores, e os alunos estao bem informados sobre os males que o álcool, assim comovários tipos de drogas provocam na sociedade.
Como encarregado de educação tenho acompanhado o trabalho das Escolas Secundárias do Mindelo, na realização de feiras de saúde, feiras de ciências, actividades culturais…o que tem sido uma mais valia na formação de um indivíduo.
Frequento as reuniões da Associação de país e encarregados de educação. . E tenhoconhecimento do regulamento interno das Escolas Secundárias do Ensino público. A educação vem de casa… o professor é um instrutor e não um pai para castigar um aluno.
A Escola obedece normas.. e o professor tem um superior hierárquico (diretor), este tem a Delegada .. e esta tem a ministra de educação.
Atenção : o professor não pode ser responsabilizado pelos feriados.. e nem pelas actividades extra curriculares ( por exemplo noCarnaval de professores , estes transmitem uma mensagem a reciclagem, mostra-se que pode fazer um Carnaval barato, e tem como ideia principal ajudar o meio ambiente).
Quanto aos alunos que usam drogas, ou oraticam vandalismo no espaço educativo, a PJ tem atuado sempre.
A educação é uma tarefa de todos nós. Criticar so atrapalha. Convido ao Senhor para fazer uma crítica construtiva… e a apontar soluções para os problemas.
Como falou Nelson Mandela “a educação é a melhor arma para mudar o mundo”.
Detalhe : como cidadao respeito todas as classes.
Trantado
É mesmo um invejoso
As verdades ninguém responde
Viva senhor trantado
Invejar o que? O que repudias?