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Eurico Monteiro garante que CV está empenhado para obter a vacina contra a Covid-19 o quanto antes

Eurico Monteiro, Embaixador de Cabo Verde acreditado em Lisboa, assegurou que o país está ativo na cena internacional para ter acesso rápido à vacina e iniciar a primeira fase da campanha de vacinação contra a Covid-19 o quanto antes. O diplomata fez esta declaração em entrevista exclusiva, via telefone, ao Mindelinsite na capital lusa.

Para Eurico Monteiro, ao vacinar, na primeira fase, os profissionais de saúde e os utentes do grupo de risco, significa que 2021, com a presença da vacina e com a provável melhoria das condições de saúde de uma forma geral, abre boas perspetivas de um ano melhor e de recuperação a diversos níveis. “É evidente que nem tudo vai acontecer em 2021, mas dá sinais de esperança, dá sinais de confiança e eu creio que os cabo-verdianos, seja aqui em Portugal ou em qualquer lado têm razões para encarar 2021 com mais esperança e confiança de que as coisas vão melhorar significativamente”, frisa Eurico Monteiro.

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Segundo o diplomata, Cabo Verde sofreu imenso com esta pandemia que colocou tudo em causa, na medida em que é um país que depende muito do turismo, em cerca de 25% do PIB. Esta actividade, frisa, caiu este ano para níveis quase zero, quando houve em 2019 mais de 800 mil turistas e com uma taxa de crescimento a nível da economia muito significativa, acima dos 5 por cento.

Reinventar modelo de cooperação

O embaixador acreditado em Lisboa recusa aceitar a ideia de que a cooperação entre o seu país e Portugal foi afectada devido a pandemia da Covid-19. Salienta que houve sim a necessidade de se “inventar” uma nova forma nesse relacionamento. “A nossa cooperação, apesar das dificuldades e das restrições, continua com vigor e de pé, com certeza num formato diferente”, revela Monteiro, acentuando que as reuniões continuam a ser realizadas através de plataformas virtuais. Monteiro assegura que o relacionamento com Portugal continua com intensas ações de cooperação, tanto assim que foi mantida a ligação aérea entre os dois países

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“Houve sempre um contacto permanente e um apoio de Portugal desde a primeira hora visto que teve de solicitar autorização da União Europeia para que materiais sanitários importantes para Cabo Verde pudessem ser exportados para o nosso país. Foi uma iniciativa que permitiu que o arquipélago esteja neste aspecto completamente abastecido e não tenha sofrido grandes constrangimentos nessa matéria”, sublinha.

Recenseamento Eleitoral

Instado a pronunciar-se sobre o processo de recenseamento, Eurico Monteiro fez saber que não tem qualquer responsabilidade nesta matéria, mas que vem acompanhando o processo. A este propósito deu conta da existência de uma comissão de recenseamento criada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), constituída por cidadãos nomeados para gerir o processo e evitar qualquer tipo de interferência indesejável. “De qualquer forma, como responsável do Estado de Cabo Verde, tenho procurado acompanhar e disponibilizar todo o apoio possível”, fez saber Eurico Monteiro. Pelas informações que dispõe, diz, a logística já está montada e, segundo ele, pensa-se que as operações do recenseamento venham a ganhar velocidade cruzeiro a partir de 1 de Janeiro de 2021.

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Quatro anos de missão

Questionado sobre as promessas de “mudanças radicais” no atendimento aos utentes que procuram os serviços consulares em Portugal, aquando do inicio da sua missão há quatro anos, Eurico Monteiro disse que essas transformações são visíveis e que basta visitar as instalações da Embaixada para se poder constatar essa realidade. Essas alterações, de acordo com Monteiro, prendem-se ainda com os serviços de notingbank, uso das novas tecnologias e na capacidade de resposta às solicitações dos vários serviços consulares da respetiva Embaixada.

Eurico Monteiro sublinha o facto de um pedido de passaporte demorar no máximo uma semana, em contrapondo dos sete ou oito meses de espera quando assumiu a missão diplomática de Cabo Verde em Lisboa. Fez saber que a Embaixada emite passaportes tanto para a comunidade cabo-verdiana radicada em Portugal como para toda a diáspora, incluindo residentes nos Estados Unidos, Europa e África.

Conforme o diplomata, uma espera no consulado – que era mais de 4 ou 5 horas – hoje é pouco mais de 30 minutos e o tempo de atendimento de cerca de seis minutos. Frisou igualmente que a maior parte dos serviços é prestada online. Por outro lado realçou a instalação do Centro Cultural, que tem registado uma grande atividade.

Quanto aos doentes evacuados, Eurico Monteiro enfatiza que encontrou as pessoas em pensões degradas. Hoje, enaltece, são instaladas em apartamentos normais e recebem 30 dias certos sem constrangimento, contra os 19/20 dias de cada mês de subsídio monetário que antes recebiam.

João A. do Rosário

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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