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Era suposto Cabo Verde ter um sistema de transporte eficiente, com tantos investimentos feitos pelo Governo, considera a UCID

A deputada Dora Pires considerou hoje que era suposto Cabo Verde dispor neste momento de um sistema de transporte eficiente, capaz de responder às exigências de crescimento económico e das necessidades da população, tendo em conta os investimentos efectuados por sucessivos governos. Ao contrário disto, afirma, há falhas nos serviços, falta de ligações regulares e de previsibilidade e ainda a prática de preços elevados.

Esta análise foi feita na véspera da próxima sessão da Assembleia Nacional, que vai discutir com o Primeiro-ministro o tema boa governação, suscitado pelo PAICV, e que servirá ainda para interpelação ao Governo sobre a conectividade inter-ilhas e de Cabo Verde com o mundo.

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“Entendemos que é urgente uma política de transporte que responda à unificação do país e que ligue o país ao mundo, com um serviço estável e a preços acessíveis”, disse a parlamentar da bancada da UCID em conferência de imprensa, assegurando que a bancada vai reafirmar a preocupação sobre a necessidade de uma forte aposta na formação, visando o “rejuvenescimento” dos profissionais, principalmente no sector marítimo, bem como a aquisição de barcos e aviões adequados a cada porto e aeroporto das ilhas.

Quanto ao ponto “boa governação”, a porta-voz da UCID enfatizou que a avaliação não pode ser feita apenas baseada em elogios internacionais e nos “números de ocasião ou produzidos à medida”. Salientou que, numa “boa governação”, o sector da educação tem de ser obrigatoriamente o maior trunfo do desenvolvimento socioeconómico. Porém, no caso de Cabo Verde, diz constatar que é uma área cheia de turbulência, com reformas sem o impacto esperado. A deputada acrescenta que, além disso, é o sector que mais sofre em termos laborais as consequências de políticas inadequadas e que têm mantido a classe docente insatisfeita.

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Por outro lado, e ainda sobre a boa governação, frisou a necessidade de o sector da saúde estar bem estruturado, dotado de especialistas em todas as áreas, mas que possam dar cobertura aos cabo-verdianos residentes em todas as ilhas. “…, mas o constatado é a insuficiência de especialistas no público a nível nacional, o que provoca evacuações para a Cidade da Praia e exterior, que podiam ser evitadas caso os investimentos em recursos humanos fossem prioritários.” A UCID ainda pede a disponibilidade de equipamentos de diagnóstico nas estruturas públicas, bem como medicamentos nas farmácias.

No tocante à área social, a UCID afirma que a boa governança não rima com uma administração pública lenta e ainda cheia de burocracias. Outra área que suscita críticas dos democratas-cristãos é a da energia. Numa altura em que se fala tanto das alterações climáticas, o partido lembra que há 11 anos foi criada a empresa Caboeólica, para produção de energia limpa e que deveria ser colocada na rede pública. A ideia era tornar o custo mais baixo para as empresas e famílias, mas, segundo Dora Pires, a realidade é outra. Daí perguntar onde anda a “boa governação” nesse domínio fundamental para a economia e as famílias cabo-verdianas.

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Estas questões serão colocadas ao Governo na sessão que começa amanhã e termina no dia 23.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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