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Electra garante qualidade da água consumida em São Vicente e diz estar sob fiscalização frequente da ANAS

A Electra garante a qualidade da água que produz e distribui em S. Vicente e diz estar sobre fiscalização frequente da ANAS -Agencia Nacional de Água e Saneamento. A afirmação é da responsável do Laboratório de Qualidade na Central da Matiota, Hirondina Évora em resposta à rumores de excesso de cloro. O Mindelinsite foi convidado para uma visita guiada para conhecer o sistema de produção e distribuição de água dessalinizada e o Laboratório de Controlo de Qualidade e comprovar in loco os cuidados diários para que a água que chegue aos utentes respeite todos os parâmetros determinados por lei.

Segundo Hirondina “Dondy” Évora, a média de cloro livre residual na água distribuída pela Electra tem sido abaixo de 0.5 miligrama por litro, valor paramétrico exigido pelo Decreto Regulamentar n.º 5/2017 que estabelece os limites para o consumo humano. O seu cumprimento é inspecionado e regulamentado pela ANAS – Agência Nacional de Águas e Saneamento, em linha com as recomendações da Organização Mundial da Saúde.

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Laboratório

“A qualidade de cloro na água é controlada diariamente, tanto na Matiota como nos reservatórios. Para além do nosso controlo para o cumprimento do PCQA – Plano de Controlo de Qualidade da Água, estamos sob supervisão frequente da ANAS, em conformidade com a legislação. A Electra não trabalha como quer, mas sim como manda a lei”, afirma, reconhecendo, no entanto que, mesmo respeitando os parâmetros, as pessoas mais sensíveis podem sim sentir um sabor a cloro (lixívia) na água.

“Repito, à saída da central a água tem um máximo de 0.5 m/l por forma a manter a qualidade, em qualquer ponto da rede, sobretudo nos fins de linha. As pessoas sensíveis possam sentir algum sabor. Mas tanto a legislação cabo-verdiana como a literatura sobre a matéria dizem que o cloro é detectado apenas em valores acima dos 2ml. Em caso de incumprimento dos parâmetros, para mais de 0.5 ou para menos de 0.2ml, somos coimados.”

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Central de Matiota

Questionada quanto a colocação da água, Dondy explica que há quatro anos que a Electra não recebe reclamações neste sentido. “Desde que iniciamos o projecto mais recente que permitiu ter água na rede 24/24h, deixamos de receber queixas sobre a turbidez. Quando tínhamos água intermitente a água podia apresentar, por vezes, uma coloração laranja. Hoje pode aparecer algum caso pontual, que merece atenção directa do serviço.”

Substituição de adutoras

Uma qualidade que a empresa hoje consegue garantir com maior segurança após a substituição das adutoras na Avenida Professor Alberto Leite. Sobre este particular, o chefe do Departamento de Distribuição da Eletra, diz que, por conta da intervenção, S. Vicente ficou uma semana sem água. Mas, antes de retomar a distribuição, fez-se a desinfeção das condutas e houve a preocupação em controlar o cloro que pudesse chegar à casa das pessoas.

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E mesmo que tivesse sido colocada uma pequena quantidade acima dos parâmetros, o que é impossível tendo em conta o rigoroso controlo laboratorial, seria positivo para preservação da saúde pública. “É preciso também que o público esteja ciente que, em certas zonas, pode haver algum retorno de água com cloro dos reservatórios das casas das pessoas. Isso acontece quando há falhas na válvula de retenção”, assegura José Neves.

Instado sobre o impacto desta intervenção, este responsável afirma que se tratou de uma intervenção na rede que vinha apresentando muitos problemas, sobretudo a nível de perdas de água na Av. Alberto Leite. Para além do prejuízo à Electra, estas perdas também chateiam quem circulava nesta avenida. “Passamos a ter uma boa rede, o que permite a Electra fazer uma melhor gestão da distribuição de água, sem grandes perdas e mantendo a qualidade que o laboratório tanto presa. Por outro lado, cada ponto de rutura pode ser também de contaminação da rede”.

De referir que esta empreitada representou um investimento na ordem dos 17 mil contos para substituir dois quilómetros de tubagem de diâmetro 200, que são as adutoras que levam a água produzida e desinfetada para os diferentes reservatórios da empresa. “Quero deixar claro que o laboratório e o serviço de distribuição trabalham em equipa para que a água chega as últimas zonas de S. Vicente, caso da Aldeia Piscatória de S. Pedro a mais de 20 km do centro, com qualidade, ou seja, sem gosto e sem cheiro”.

Terminada a obra no “Alberto Leite”, a Camara de S. Vicente vai agora refazer a asfaltagem desta avenida. Mas o trabalho da Electra na rede de distribuição não terminou, seguiu agora para a Avenida Marginal, mais no troço próximo a praia da Lajinha. Isso numa altura em que, diz Neves, as perdas de rede têm vindo a aumentar devido a baixa qualidade das tubagens colocadas no quadro do Plano Sanitário do Mindelo (2010). Também estão a aumentar os roubos, sobretudo com a proliferação em São Vicente de carrinhas com tanques de uma tonelada, mas nada que se compara com outras ilhas, caso por exemplo de Santiago, finaliza.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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