Dois administradores da Autoridade da ZEEM empossados: CMSV deve indicar o terceiro membro
Dois dos três administradores da Autoridade da Zona Económica Especial Marítima de S. Vicente – Júlio Almeida e Marly Cruz – tomaram posse esta manhã e, conforme o PCA Júlio Almeida, aguardam agora a indicação pela CMSV do terceiro membro a integrar essa equipa. Em declarações à imprensa, Almeida realçou que ainda não receberam todas as pastas sobre esse projecto – que visa o aproveitamento do mar e a localização geográfica de Cabo Verde como principal vantagem para o desenvolvimento de uma economia marítima integrada – para saberem o que já foi feito e o que falta fazer. Deixou claro que só depois de estarem bem informados do ponto da situação serão estabelecidas as prioridades.
“A nossa prioridade última, será, no entanto, a implementação da economia azul e aquilo que a lei prevê”, realça. Segundo Júlio Almeida, caberá a essa autoridade fazer de tudo fazer para ajudar a incrementar a zona económica marítima e o consequente desenvolvimento da economia marítima da região Norte do país.
Almeida está ciente de que a caminhada será árdua e que, por vezes, a autoridade estará a surfar em águas calmas, como as da baía do Porto Grande, e noutras vezes num mar “carambolento”, como cantou a diva Cesária Évora. Mas, a seu ver, o bom desempenho dessa entidade vai depender da qualidade das relações que tiver com outras instituições. “A compatibiliação de interesses pode gerar divergências, mas iremos centrar a nossa energia em criar soluções e daremos cobertura total ao previsto na lei”, salienta o PCA da Autoridade da ZEEM-SV, sediada na cidade do Mindelo.
No acto de empossamento, o ministro Paulo Veiga lembrou que é propósito do Governo tornar Cabo Verde numa economia circular no Atlântico Médio, através de investiments de capital estratégicos em conectividade, economia azul, desenvolvimento de negócios, indústria, turismo e serviços financeiros. Deste modo, diz, foi iniciado em 2016 o estudo do projeto da Zona Económica Especial Marítima em São Vicente, com o apoio da China, tendo sido definido a sua visão, conceito e as orientações estratégicas para o seu desenvolvimento. “Uma iniciativa que dará ao nosso país uma dimensão global na economia marítima mundial, impulsionando significativamente o desenvolvimento do país, mormente na diversificação da economia, na integração das fileiras de produção, na promoção da exportação e criação de empregos”, salienta o governante.
A Zona Económica Especial Marítima em São Vicente, acrescenta o Ministro do Mar, é um dos maiores desafios do Governo, um projeto ambicioso que visa o aproveitamento do oceano e a localização geográfica de CV como principal vantagem comparativa para o desenvolvimento de uma economia marítima integrada. O objectivo, prossegue, é transformar essa vantagem comparativa em competitiva, através da criação de uma cadeia de indústrias e serviços ligados ao mar. Acrescenta o ministro que, no âmbito dessa iniciaiva, há um conjunto de benefícios para os investimentos, como fiscais, parafiscais, aduaneiros e outros.
O epicentro da ZEEM será a zona da Saragaça, que deverá receber a logística de um terminal de contentores, reparação e construção naval e restantes estruturas de apoio e suporte à indústria da economia marítima.