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Directora do HBS “tranquila” sobre inquérito para apurar falhas no atendimento à chinesa com Covid-19

A directora do Hospital Dr. Baptista de Sousa diz estar tranquila em relação ao inquérito que está a ser feito pela Entidade Reguladora Independente da Saúde (ERIS), que visa apurar se houve falhas na aplicação do protocolo no caso da chinesa diagnosticada com o novo coronavírus em S. Vicente. Num exclusivo ao Mindelinsite, Ana Margarida Brito explica que encara com normalidade este processo, que, aliás, vê com intuito pedagógico.

“Esta doença é nova e estamos a aprender a lidar com ela todos os dias. Acredito que este inquérito está a ser feito com um intuito pedagógico sobre o sistema, que passa por diversas etapas, desde o primeiro atendimento feito à paciente na clínica privada e depois no hospital. Por ser um campo que desconhecemos, estamos a ser desafiados pelo que temos de estar constantemente a ser investigados, até para melhorarmos”, revela.

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Esta tranquilidade resulta do facto de, afirma, desde Janeiro passado a instituição ter adoptado um Plano de Contingência, que lhes permitiu ir limando as arestas e melhorar os procedimentos, à semelhança daquilo que vem acontecendo um pouco por todo mundo. “Estamos a lidar com o desconhecido.”

No caso da única paciente de S. Vicente diagnosticada com o covid-19, lembra, a mulher foi internada no HBS no dia 27 de março, vindo de uma clinica privada. No dia 02 de abril, testou positivo para o novo coronavírus mas, desde o primeiro momento, foram respeitados todos os protocolos. Depois da confirmação da doença, o pessoal foi testado, esteve em vigilância cerrada dos serviços sanitários e alguns continuam em quarentena.

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Ana Brito – Directora HBS

“Fizemos testes aos profissionais de saúde, tanto da Medicentro como do HBS que entraram em contacto com a mulher e os resultados foram sempre negativos. Acredito que isso se deve ao facto de estarmos a trabalhar sob orientação do Plano de Contingência desde Janeiro. Na sequência das reuniões que tivemos com a Delegacia de Saúde e privados ficou delineado que teríamos de usar protecção individual para entrarmos em contacto com qualquer tipo de caso infeccioso, principalmente os casos suspeitos de covid-19″, enquadra Ana Brito, que garante que grande parte dos profissionais de saúde do hospital usa todos os dias os equipamentos de protecção individual, o que, diz, terá dificultado a propagação. 

Infecção bacteriana associada ao covid-19

Quanto à informação avançada anteriormente por Artur Correia, que indicava que a paciente teve também uma infecção hospitalar, a directora do HBS assume que houve um erro de comunicação entre os dois serviços. “A chinesa nunca teve infecção hospitalar. Os testes a que foi submetida mostram que, a par do covid-19, teve uma infecção respiratória por bactéria. Como ela tomou antibióticos em casa, a bactéria ficou mais resistente. Por causa disso, tivemos de fazer uma nova terapêutica.”

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Confrontada com as dúvidas levantadas por algumas pessoas, inclusive por profissionais, sobre um possível erro de diagnóstico, pelo facto de esta doença ser altamente contagiosa mas, mesmo assim, S. Vicente continuar com zero contágio, Ana Brito afirma acreditar na ciência. E, neste caso, garante, foi colhida uma amostra fidedigna e enviada para o Laboratório de Virologia, onde foi encontrada a partícula viral. “Não há erro. O teste foi replicado e ampliado por forma a se fazer o diagnóstico com a máxima certeza. Repito, a amostra foi fidedigna e em conformidade com as boas práticas e livros sobre o assunto. Depois, as primeiras coisas que fizemos foi uma TAC Pulmonar, que nos diz que a paciente tem mesmo covid-19”, enfatiza a directora do HBS.

Sobre a realização de testes ao covid-19 em S. Vicente, hipótese admitida pelo próprio ministro da Saúde, Ana Brito indica que passos estão a ser dados neste sentido, com apoio do laboratório de virologia. A directora garante que a ilha dispõe de alguns equipamentos e já foram solicitados, através da tutela, alguns reagentes, mas, infelizmente o processo não está a avançar na velocidade desejada. “Espero que seja para breve. Entendemos que é preciso organizar a triagem e, quanto mais rápido foram testados os doentes, mais certezas teremos e podemos preparar e agir”, frisa a médica.

Constança de Pina

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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3 Comentários

  1. Hospital Baptista de Sousa presta um mau serviço de saúde à população! Muito mau. Somam-se erros fatais atrás de erros sem quaisquer consequências. Nem reconhecimento dos mesmos.

  2. O sr MS e a PCA do HBS so’ reconheceram falhas no Protocolo anti-COVID 19 ,após Carta Denuncia publicada nas redes sociais endereçada a ele. Nessa denuncia se expõem outros fatos graves ,nomeadamente , ter sido alvo de represália por parte da medica que se sentiu confrontada ,quando alertou o COVID19 na doente do “quartinho” razão pela q foi denunciada junto a’ direcção do hospital de semear pânico q a dispensou por duas semanas para “refrescar a cabeça ” !!!!!!!!! Onde esta a tranquilidade ?

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