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Dezenas de operários da Cabnave fazem concentração para exigir aumento salarial e outras melhorias

Dezenas de operários da Cabnave fizeram ontem uma concentração à porta dos escritórios da empresa para reivindicar aumento salarial e melhores condições de trabalho. Conforme dois desses trabalhadores, essa “manifestação” foi concertada e motivada, em parte, pela inclusão de subsídios atribuídos a alguns encarregados na folha salarial. Para eles, essa medida equivale a um aumento e isso acabou por gerar uma indignação colectiva.

“Temos uma folha salarial miserável. Pessoas que têm anos na empresa e ainda auferem 23 contos, apesar da qualidade do serviço que prestamos. Um exemplo concreto foi o trabalho feito no navio Nôs Mar d’Canal”, contesta um desses técnicos, que tem 38 anos na Cabnave e ganha 46 contos. Ele, que está prestes a ir para a reforma, diz que normalmente o aumento aplicado na Cabnave ronda os dois-três por cento, sem reflexos palpáveis no vencimento.

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 Outro operário diz que estão fartos de promessas dos consecutivos directores da empresa. Apesar de estar ciente das dificuldades que a Cabnave tem enfrentado, acha que algumas coisas poderiam estar resolvidas. “Sequer temos um refeitório condigno”, ilustra esse trabalhador.

A concentração aconteceu por volta das nove horas, no intervalo para o café, e, segundo estas fontes, envolveu entre 80 a 90 operários. Estes exigiram ser ouvidos pelo director, o que acabou por acontecer. Na sequência desse encontro esporádico foi marcado uma reunião amanhã pelas 15 horas entre a administração da empresa e os trabalhadores.

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Segundo Domingos Santos, director da Cabnave, os trabalhadores elencaram algumas preocupações, dentre as quais o aumento salarial, que serão discutidas nesse encontro. Este gestor confirma que o subsídio atribuído a algumas chefias foi introduzido no salário, mas assegura que isso não configura um aumento de vencimento, como alguns trabalhadores entenderam. “Creio que houve um mal-entendido, que será esclarecido nesse encontro”, assegura o gestor.

Segundo Santos, a administração está neste momento a encerrar as contas de 2021 e que será depois apreciado o projecto de orçamento para este ano. Em função disso, e mediante as directrizes do Ministério das Finanças, saberá o que se pode fazer para suavizar o impacto da degradação salarial dos trabalhadores.

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A empresa, prossegue o director, quer o bem-estar dos funcionários, mas adverte que a Cabnave tem enfrentado problemas de tesouraria e dificuldades em cobrar dívidas. “A situação de tesouraria é precária e temos estado a dialogar com o sindicato. Neste momento ninguém tem a certeza de nada”, salienta o gestor, enfatizando, entretanto, a importância de os trabalhadores estarem motivados para continuarem a produzir.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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