Covid-19: Primeiro ministro pede confiança à diáspora na sequência da primeira morte no seio da comunidade em Portugal
O Primeiro-ministro José Ulisses Correia e Silva instou ontem as comunidades cabo-verdianas emigradas a se protegerem do novo coronavírus, usando como a principal arma nesta “guerra” a garantia do cumprimento das regras, como evitar o ajuntamento, fazer a proteção individual e cumprir o isolamento social. “No momento em que se está a viver, em todo o mundo, uma das maiores crises de sempre, tanto sanitária como económica e social, quero endereçar à nossa comunidade emigrada no mundo inteiro uma mensagem de solidariedade”, disse o Chefe do Governo cabo-verdiano, que falava numa comunicação gravada endereçada às diásporas espalhadas pelo mundo.
No comunicado, Ulisses Correia e Silva fez saber que a mensagem é de que as comunidades no estrangeiro respeitem as recomendações das autoridades sanitárias e da proteção civil onde estejam. Para Ulisses Correia e Silva, trata-se da melhor forma de se combater e ganhar esta “guerra”. Como enfatiza, está-se a lidar com uma doença contagiosa, pelo que as pessoas devem fazer o isolamento social e cumprir as quarentenas para que tudo termine e se possa voltar aos convívios com os familiares e amigos “com saúde”.
Apelo chegou já com uma morte em Portugal e duas em França
O apelo do Chefe do Governo cabo-verdiano chegou numa altura em que se registou oficialmente a primeira morte no seio da comunidade cabo-verdiana em Portugal, de acordo com as declarações prestadas ontem pelo Embaixador de Cabo Verde acreditado em Lisboa. De acordo com Eurico Monteiro, citado pela RCV, trata-se um cidadão cabo-verdiano, natural de Santiago, falecido esta quarta-feira na cidade do Porto vítima do novo coronavírus. O homem de 78 anos, de nome José Monteiro, tinha-se deslocado a Portugal para visitar os seus familiares.
Eurico Monteiro adiantou ainda que alguns familiares que conviveram de perto com a vítima apresentam já sintomas que levam a supor que poderão estar também infetados por Covid-19.
Entretanto, num comunicado endereçado também à comunidade, o primeiro Secretário do PAICV-Portugal pediu igualmente aos cabo-verdianos para evitarem as convivências que, de acordo com Daniel de Pina, a comunidade tanto gosta de fazer. “A nossa comunidade privilegia muito a convivência em grupo, mas o momento desaconselha e exige a cada um de nós o cumprimento escrupuloso das normas impostas pelas autoridades das localidades onde cada um se encontra”, sublinhou Daniel de Pina, para quem cada um poderá contribuir com eficácia nesta luta em prol da vida humana seguindo as regras impostas pelas autoridades sanitárias.
João do Rosário (PT)