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Comando da 1ª Região recorda as 11 vítimas do massacre de Monte Tchota: Uma “lição” que mudou as FA nestes três anos

O Comando da 1ª Região Militar acolheu esta manhã uma missa em memória às 11 vítimas mortais do massacre de Monte Tchota, ocorrido na ilha de Santiago há exactamente três anos. A celebração, que foi conduzida pelo padre Benvindo Rodrigues, um ex-fuzileiro, aconteceu no refeitório, que foi transformado numa capela. “Fazemos estas homenagens todos os anos por ser esta uma data de reflexão sobre aquilo que correu mal e possamos evitar que situações do género voltem a acontecer nas nossas instituições. Temos de ter em mente que as Forças Armadas são uma instituição que visa salvar vidas, por natureza. É a única instituição onde o militar faz um juramento duas vezes para sacrificar a sua vida em defesa dos ideais da nação”, frisa o Comandante da Primeira Região, o Tenente-coronel José dos Reis.

Segundo o mesmo, essa entidade castrense preferiu refletir sobre esse momento sem envolver muito as famílias das vítimas para evitar estar constantemente a remexer em feridas ainda abertas. Pelo contrário, a tropa, diz, prefere aproveitar esse acontecimento para relembrar aos novos integrantes os seus deveres e responsabilidades enquanto militares. 

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O comandante promete realizar num futuro próximo uma homenagem às vítimas do massacre em Santo Antão, em solidariedade às famílias dos dois militares da ilha mortos em Monte Tchota, “para que saibam que o sacrifício dos seus entes serão sempre lembrados”. Reis afirma, no entanto, que nestes três anos houve algumas mudanças na corporação. “Estamos muito mais próximos dos nossos militares, para que possam contar sempre connosco seja qual for a situação difícil por que estejam a passar. Por outro lado temos intensificado os acompanhamentos psicológicos. Contamos ainda com a colaboração do padre Benvindo, que pode falar com eles enquanto homem religioso e ex-fuzileiro” , salienta o Tenente-coronel.

Esta foi a primeira missa que o padre Benvindo Rodrigues celebrou na instituição, apesar de estar todas as quartas feiras nas FA para catequeses e acompanhamento espiritual dos jovens católicos. A presença da igreja tem sido cada vez mais constante no serviço militar desde a assinatura de um protocolo entre a Diocese do Mindelo e as Forças Armadas. “Esta proximidade está prevista também na concordata rubricada entre o Estado de Cabo Verde e o Vaticano, para que haja mais assistência aos militares”, frisa o pároco.

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Relembre-se que na madrugada de 25 de Abril de 2016, o soldado Manuel “Entany” Ribeiro muniu-se de uma metralhadora e assassinou os colegas Nelson Brito, Romário Lima, Anacleto Lopes, Marilson Fernandes, Mário Stanick Fernandes Pereira, José Maria Correia Ribeiro, Wilson Ramos Mendes e Adérito Silva Rocha. Na lista das vítimas constam ainda os civis Danielson Reis Monteiro, Ângelo Martinez Ruiz e David Sanches Zamarreño, este último de nacionalidade espanhola.

Sidneia Newton (Estagiária)

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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