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Clínica Medicentro defende que inquérito da ERIS deve procurar entender a Covid-19 e não ser uma caça às bruxas

O pediatra Andres Fidalgo defende que o inquérito aberto pelo ministério da Saúde sobre o tratamento dispensado à paciente chinesa doente de Covid-19 em S. Vicente deve evitar seguir a lógica da caça às bruxas e centrar-se em evidências científicas capazes de ajudar a combater uma doença mortal ainda pouco conhecida da classe médica mundial. Segundo o Director da clínica Medicentro, a equipa técnica da ERIS – Entidade Reguladora Independente da Saúde – tem estado activa no terreno, já efectuou três contactos com a sua pessoa, e até o momento tem gostado da abordagem feita e da postura profissional da mesma. Além dele, adianta o gestor da Medicentro, os inquiridores entrevistaram todos os técnicos da clínica que tiveram contacto com a chinesa, a única paciente oficialmente infectada por coronavírus na cidade do Mindelo. Este não sabe como tem decorrido os contactos com o hospital Baptista de Sousa, também incluída na investigação, e foi impossível a este jornal apurar esse dado.

“Entendemos que o princípio não é procurar um culpado por um delito, mas sim aproveitar a oportunidade e ver como melhor combater esta doença. Para nós, o que falhou aqui é o protocolo e não os procedimentos adoptados pela clínica. Agimos com base naquilo que foi estipulado pela OMS e seguido pelas autoridades sanitárias cabo-verdianas”, garante o gerente da Medicentro, para quem, a haver falhas, elas terão partido das indicações dadas pela própria Organização Mundial da Saúde para o combate à pandemia e que foram adoptadas por Cabo Verde e tantos outros países. Uma delas, sublinha, as perguntas constantes do protocolo do plano de contingência.

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“É chegado o momento de se adaptar o questionário à realidade de Cabo Verde porque vejo que a propagação aqui é diferente de, por exemplo, na Europa”, enfatiza esse pediatra, para quem Cabo Verde tem uma população jovem forte e pode acontecer que, na maioria dos casos, as pessoas venham a sentir uma mera gripe. Isto significa, diz, que portadores podem disseminar o vírus sem saberem nas suas idas ao mercado, nas visitas e convívio social. Isto porque, acrescenta, a incubação do coronavírus pode ir até duas semanas, mas o período de contágio ser muito mais longo. 

A verdade, lembra Fidalgo, é que até hoje ninguém soube com propriedade quem ou qual foi a fonte de contágio da chinesa. E, apesar do tempo decorrido, mais ninguém foi até o momento contaminado por essa paciente, pelo menos a nível oficial. O pediatra garante que nenhum médico, técnico, funcionário ou paciente da clínica foi infectado. “Estão todos bem e a clínica foi esterilizada por um produto de alta qualidade que mata qualquer vírus”, assegura o gestor da Medicentro.

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Mesmo assim, o espaço clínico foi encerrado pela Delegacia de Saúde de S. Vicente, medida que Andres Fidalgo considera anti-ético. No entanto, diz entender que a decisão visou acalmar os ânimos, pelo que a aceita.

Já em relação ao tratamento dado a esse caso pela imprensa mostra-se inconformado e determinado a exigir contas, após o término do inquérito. “Houve quem nos caluniou na imprensa e garantimos que os jornais e jornalistas que fizeram isso vão responder na justiça. A negligência jornalística tem de ser punida”, fez questão de dizer Andres Fidaldo, sem especificar quais os órgãos de comunicação social e jornalistas que terão caluniado a sua clínica.

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Kim-Zé Brito

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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18 Comentários

  1. O primeiro erro grosseiro cometido pelas autoridades sanitárias, foi não ter desinfectados o Hotel. E ter fechado lá dentro as pessoas com o vírus a circular livremente. Agora viu-se o resultado. + 51 pessoas infectadas.

  2. “evidências científicas capazes de ajudar a combater uma doença mortal ainda pouco conhecida da classe médica mundial.” Questionário descarta COVID19 ?

  3. Ae’ !!!: “doença mortal ainda pouco conhecida da classe médica mundial” Segundo D. do Medicenter , então ,me diz , como foi que a enfermeira R- – – a diagnosticou ?

  4. Jornalismo irresponsável deve ser punido sim! Granda lata tens tu em comprar uma coisa com a outra .

  5. é costume dizer ‘quem não deve não teme”. Ora o Sr. Director do Medicentro
    a primeira coisa qeu ele faz depois de ser questionado pelo ERIS é vir para a comununicação social tentar condicionar o trabalho dos médicos que estão a fazer o inquerito. Mandava o bom senso ficar calmamente á espera do desenrolar do inquerito e caso fosse necessário depois de conhecidos os resultados pronunciar. Mas infelizmente a postura desse Sr. deixa logo transparecer que há culpa do Medicentro. Porque se não tivessem culpa nenhum qual o objectivo em vir para ao jornal lançar suspeições sobre a seriedade do trabalho que quem está a fazer o inquerito ? Por outro lado esse senhor escuda-se onde ? Num protocolo ! E o que é o protocolo ? Um questionario qeu se faz a pessoas. Ora eu sou um burro em medicina. MAs se eu estiver proximo de algém a tossir com sinais claros de problemas respiratórios será que o que irei fazer é um questionario ? Sim. Faria isso em 2016, 2017, 2019, e até em 2020 se não estivessemos no dia 18 e no dia 31 de Março de 2020 quando estamos já no pico de uma pandemia mundial. Portanto por mais voltas que esse senhor dá é evidente que falharam. E concluir que eles falharam não é caça as bruxas. A questão é porque é que ignoraram os sinais evidentes de COVID-19. Essa é a real perguta que deve ser feita. Queriam esconder a doença dessa senhora ? Eventualmente sim. E para quê ? Ora. Como se veio a saber. A senhora não viaja. Marido não viaja. Filha dá negativo. Assim qeu as respostas anteriores é tudo verdade então de onde veio o virus ? Mas se algumas das respostas anteriores é falseado então temos aqui um problema nao é ? Portanto … teria sido bem mais facil se ela não tivesse COVID-19. E creio que Medicentro tudo fez para que apesar das evidencias ela não tivesse COVID-19 até … até que não deu para esconder mais.

  6. O remedio foi pior que a enfermidade , preferível não justificar-se com o questionário ,coisa ridículo .No final , ou erro de MC quedo reduzido comparado com do HBS quando acusou de semear pânico a enfermeira que alertou a possibilidade da doente proveniente de MC , estar infestada por COVID 19 , ato Heroico que provocou represália por parte da direção . E ………., quando cremos ter vistos os erros mas grossos neste corto tempo de Pandemia , vem outro e lhe supera ,me refiro a decisão de confinar no Hotel INFESTADO os funcionários considerados CONTATOS INDIRETOS do “pte inglês” (falecido pelo COVID19 ) agora transitando a Casos Confirmados , infestado e contagiado durante o confinamento compulsivo , com consequência imprevisível ,tal vez contornável ,sim

  7. Nao entendo o pq de tanto querer achar falhas. As falhas sao mostradas pelos resultados. Houve contagio? Nao. Alguem da clinica deu positivo? Nao. Alguem do hospital deu positivo? Tambem nao. Algueeeem em Mindelo deu positivo alem dela???? Naaaao. Conclusao, as medidas foram tomadas corretamente tanot na clinica como no hospital. E cabe a dúvida. Está mesmo ela com COVID-19????? Repetiu-se o teste? Pode ser um falso positivo. E se for? A clínica e o hospital estavam certos? Quem irá se retratar destes comentários levianos? So penso!

  8. Li, reli, voltei a ler. Mesmo nao querendo, sou obrigado a concordar com o Dr. Deveriam esforçar-se para entender o contagio do covid-19 em CV que parece ser um tanto diferente que no restante do mundo. Eu estava a espera de uma explosão de contagios em SV devido as falhas da clinica e HBS. Mas para a minha surpresa, não se registrou nada. Que posso concluir disto então: as medidas talvez foram tomadas adequadamente. Posso ter uma outra conclusão, um pouco mais perigosa: que a chinesa na verdade não tem covid-19. Se for este o caso, nunca saberemos porque isto leva a colocar em dúvida todo o sistema de saúde de Cabo Verde e algo ainda mais delicado, admitir que a clínica e o Hospital estavam corretos desde o começo em não tratar isto como covid-19. Admitir isto é uma grande ilusão em CV. Nos no ka t pode jamais admiti k no t mariod!!

  9. Oh mnina…gora dzem la se quel tal d enfermeira pode diagnostica tambe o porque de ess chinesa ka te infectod mas ninguem? Dikanada es ta dze q ess chines ak te é nada , go n kre oia enfermeira metida a medica ta da mas palpite… Mi bo Tcham ssegod eh.

  10. Mas um t fala bobrinha. Mas importante é sabe pq q ess senhora ka infecta mas ninguem, send q na Boa Vista e Praia casos tita explodi de contagio. Questao ta mas é pa repeti ess exame. Mi tt parcem q bsote kre é dsconta ness tal de Medecentr diki stod preocupod k nos Mindel. Bsote para d pleceria om.

  11. Bobrinha = VERDADES !
    raciocinio muito válido. Ou seja a chinesa não tem covid-19 e o proprio laboratorio falhou
    ao confirmar um falso positivo. Isso de facto seria mesmo mau. MAs eu eu tenho outra perspectiva do caso. A chinesa está a mentir que nunca saiu de Cabo Verde. Nesse caso temos outro sector que vai ficar muito mal na fita não é ? Serviço Fronteiras. Agora a questão é se a chinesa mente que nunca viajou para fora e o fez, porque será que está a mentir sobre isso ? Que papel tem o Medicentro em esconder a doença da chinesa ? Será que Medicentro está certo e ela não tinha COVID-19 ? Essas e outras questões deveriam ser esclarecidas pelo inquérito. Mas com serenidade que é o que ERIS está a fazer ao contrário do Director do Medicentro que está permanentemente na comunicação social a falar do caso.

  12. Não houve contagio não pq foram tomadas as medidas ,pq esta provado que foram furadas , a situação se contorno pela sorte ,a sorte de ter sido a doente “zero” asiática ,com cultura diferente a nossa ,e acostumada ao uso da mascara ante problemas respiratórios ,alem de ser uma comunidade pouco aberta as parodias . Isso foi a sorte para SV.

  13. Certamente estamos ante o desconhecido ,mas, muita coisa a comunidade cientifica tem resposta e pode-se encontrarem no Google ,pelo q recomendo a Sra Filomena pesquisar a pergunta sobre o teste , antes de vir a falar “comentários levianos” .Veja ,na Africadosul não acreditaram no HIV ,so’ pq não se odj .

  14. R/ quando a medica não o faz ,mm q alertada ,como foi o caso em questão ,desta vez quem DIAGNOSTICOU foi a enfermeira .Não será a primeira nem ultima que uma enfermeira DIAGNOSTIQUE . Pensar o contrario e’ complexo de Doutor mata piolho .

  15. Queiras aceitar ou não ,colocar o nome q queiras ,palpite , a realidade e’ , que a enfermeira DIAGNOSTICO o COVID19 .

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