Cerca de 150 participantes esperados em SV no 6. congresso de educação ambiental da CPLP
A cidade do Mindelo vai acolher cerca de 150 participantes do sexto Congresso de Educação Ambiental dos países da CPLP, que acontece de 2 a 5 de novembro. O evento organizado a cada dois anos, e que ocorre pela primeira vez em Cabo Verde, tem como tema central “oceano, lusofonia, educação ambiental – caminhos de esperança para uma transformação sócio-ecológica na CPLP” e visa, entre outros objectivos, contribuir com propostas de ação para as políticas dos Estados da comunidade lusófona e a dinâmica da cooperação interna.
Nos quatro dias do congresso estão previstas actividades que irão decorrer em S. Vicente e na ilha de Santo Antão. Segundo Mara Aburaya, membro da coordenação do evento, foram identificados cinco eixos temáticos, a saber: literacia dos oceanos, direitos humanos e crise climática, actividades socioeconómicas, sistema educativo e conservação da natureza. Os temas serão apresentados em painéis e as comunicações transmitidas online na página no Facebook do congresso. Além disso estão previstos minicursos, oficinas e reuniões entre congressistas dos 7 países presentes (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Brasil e Galiza) para estruturação de propostas a serem enviadas aos decisores políticos. No terceiro dia, acrescenta essa fonte, haverá visitas de campo no Monte Verde e no Norte da Baía, onde a Biosfera está a implementar o projecto “costa limpa”. Em Santo Antão serão visitadas as zonas do Planalto Norte e Planalto Leste, parques e reservas.
O congresso, segundo Maria Estrela, vai dar um foco especial à questão da literacia dos oceanos, com a intenção de levar as pessoas a respeitarem o oceano como património mundial. O evento vai, deste modo, reforçar as abordagens sobre o meio ambiente com crianças e jovens nas escolas e dar foque especial também à formação dos professores, com o apoio do Ministério da Educação e da Unicef. Aliás, foi agendado para o ultimo dia aquilo que Estrela apelidou de maior aula do mundo sobre objectivos do desenvolvimento sustentável, onde irão centrar as mensagens nos efeitos das mudanças climáticas. “Os temas já começaram a ser abordados nas escolas e fizemos encontros em S. Vicente e queremos levar a mensagem às escolas das outras ilhas”, sublinha a presidente da comissão organizadora do congresso.
Enquanto país anfitrião, CV quer marcar o evento pelo seu contributo, que irá no sentido da preservação do mar, a sensibilização e engajamento das crianças e dos adolescentes no sentido de evitarem os erros que as gerações anteriores cometeram contra a natureza e, por último, ajudar na implementação de parcerias no seio da CPLP. Estruturar ideias no Mindelo para que façam a ponte com a próxima edição.
Os cinco congressos anteriores, segundo Joaquim Ramos, tiveram como preocupação deixar janelas de oportunidade para trabalhos de investigação científica, cooperação e ação política. No domínio científico, diz esse membro de coordenação da rede lusófona de educação ambiental, foram levadas a cabo algumas investigações e trabalhos de mestrado, resultantes das actividades executadas junto das comunidades em Bijagós, ilha do Príncipe, na localidade de Torreira em Portugal, em Matogrosso, no Brasil, e Galiza – Espanha. As ações de cooperação, acrescenta, resultaram de projectos e trabalhos realizados nos momentos de debate e reflexão. Já a ação política tem-se concretizado através da proximidade com o Secretariado Executivo da CPLP, que tem estado alinhado com o evento desde o terceiro congresso. A importância deste encontro, reforça, é hoje reconhecida pelos ministros da área do Ambiente do espaço da lusofonia.
