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Caos no primeiro dia da nova concessão do transporte marítimo de passageiros

O primeiro dia da nova concessão do serviço de transporte público marítimo de passageiros e cargas entre as ilhas, que arrancou esta sexta-feira sob a liderança da empresa portuguesa Transinsular, foi marcado pela confusão. Pelo menos foi isso que se verificou no cais de cabotagem do Porto Grande. Ninguém sabe quem são os responsáveis por esta empresa em São Vicente e nem quem deve vender as passagens nas viagens entre São Vicente e Santo Antão. Por causa disso, o Inter-ilhas esteve a operar quase vazio, enquanto que muitos ficaram em cima do caís sem conseguir viajar.

“Desde sexta-feira está instalada a confusão no cais em S. Vicente. As pessoas estão desnorteadas e não sabem a quem dirigir para pedir informações. Na agência da Inter-ilhas, os funcionários não sabem se podem continuar a vender os bilhetes ou não. Estou há dias na expectativa de comprar bilhete para viajar no Domingo, mas ainda não consegui”, desabafou um utente, para quem este é apenas o início da confusão nos transportes marítimos, que sempre funcionou, pelo menos na rota São Vicente – Santo Antão .

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Também em São Nicolau, ao que Mindelinsite conseguiu apurar, passageiros com bilhetes ficaram no Porto do Tarrafal “a ver navios”. É que o Liberdadi não efectuou a ligação semanal e a agência local não recebeu nenhuma informação para suspender a venda de passagens. “Sei de casos de passageiros de Juncalinho, no outro extremo da ilha, e que ficaram em cima do porto sem conseguir viajar, com bilhetes na mão”, conta uma fonte na ilha de Chiquinho, para quem está instalado o caos.

Para uma fonte bem posicionada, está a acontecer o que se temia, com o “disparate” de entregar o serviço público de transporte marítimo a uma empresa estrangeira. “O trajecto São Vicente-Santo Antão, o único que tinha um bom serviço de transporte, está à deriva. A primeira consequência dessa medida foi a paragem do navio Mar d´Canal do armador Armas, que desde 2001 prestou um bom serviço. E tudo indica que o Liberdadi pode ser retirado desta rota. O impacto será enorme, sobretudo para os operadores económicos.”

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Uma noticia publicada no asemanaonline no dia 14 de Agosto dava conta de que o armador já informou os empregados da CVFF que vão deixar de operar nesta rota. A confirmar-se, nesta linha que já teve três navios, fica apenas o Inter-ilhas, o que é considerado manifestamente insuficiente para responder a demanda. Já o Liberdadi, dizem os funcionários, passará a ter a sua base em Santiago e, a partir dali, fazer viagen com as ilhas dos dois polos, Barlavento e Sotavento. E o primeiro impacto já está a ser sentido já nesta semana do Festival de Curraletes.

A demanda por bilhetes para passageiros e viaturas é enorme e o Inter-ilhas, sozinho, não consegue dar vazão. Os mais prejudicados estão a ser os proprietários de carrinhas de aluguer de Santo Antão que vêm fazer compras em São Vicente para abastecer o comércio e retornar no mesmo dia. Um único frete, dizem os motoristas, dava para assegurar o mês.

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Tentamos ouvir a Agência Polaris, empresa sediada em São Vicente e segundo maior accionista da Cabo Verde Inter-ilhas, mas este informou-nos que teríamos de contactar a sede, na cidade da Praia. Inclusive forneceu-nos o contacto de um dos responsáveis. Infelizmente, apesar das tentativas de contacto, inclusive para o telemóvel, este nunca atendeu e nem retornou as ligações, pelo que prometemos voltar ao assunto assim que possível.

A nova concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga entre as ilhas estreou na quinta-feira, feriado nacional, mas só esta sexta-feira foram realizadas as primeiras viagens seguindo o novo modelo de transporte marítimo. Prevê-se a realização de 13 viagens entre as ilhas.

De acordo com a programação, o “Inter Ilhas” deveria realizar esta sexta-feira seis ligações entre São Vicente e Santo Antão. O “Liberdadi”, do armador CV Fast Ferry, faria três ligações, assegurando rotas entre Santiago, Boa Vista, Sal e São Vicente. Já o “Kriola”, também da CV Fast Ferry, garantiria duas viagens entre Santiago, Fogo e Brava, enquanto o “Praia d’Aguada”, do mesmo armador, asseguraria outras duas ligações entre as ilhas de Santiago e do Maio.

Constânça de Pina

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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7 Comentários

  1. Na terra de cego quem tem 1oi ê rei…por isso kum t dze CV pa tem 1 democracia serio ê dia kexe POLITICOS kmeça ta bai cadeia por causa de sexe decisão kexe tma k ta prejudica povo e isso so ta ser possovel retirando CR kel 2 palavra li:
    IMUNIDADE PARLAMENTAR…bsot t oia sexe t tma juizo ou não..

  2. Mas essa semana o kriola fez viagem de praia para ilha do sal so com passageiros .
    Porque o cais na ilha do sal não tem condições para o desembarque de cargas pesadas.(carros entre outros).

  3. Eu estava lá para comprar um bilhete.
    Já perdi a conta de quantas vezes já fiz esta viagem S.V.-S.A e nunca vi coisa igual.
    Uma bagunça total que até senti pena dos funcionários.
    Imaginem que a dado momento, uma funcionária ja desorientada voltou-se para nós os clientes e disse repetidamente: “qualquer pessoa que bem entrá, ca bzot txá entrá”.
    Respondi-lhe baixinho (para ela nao ouvir): ” Má mim um ca ta trabaiá li”.
    Ou seja, desorganizacao total e nota-se claramente que os funcionarios nao sao os culpados pela situacao

  4. Com esta ultima manobra para servir Caboverde (supostamente TODO o Caboverde), o governo retirou 16 (repito, DESASSEIS, DESASSEIS, DESASSEIS) viagens desta linha, que passou de 38 para 22 viagens semanais.
    E continuam vendendo a fantasia de que o norte tem muitas potencialidades, e que estão a trabalhar para que o Norte tambem encontre o caminho do desenvolvimento.
    Quem é capaz de fazer a conta e compreender há quantos anos estamos a ouvir este mesmo discurso?
    Já se perdeu a conta no tempo.
    Mas enquanto tudo isso acontece entra tempo sai tempo, arrepiantemente continuamos vendo os deputados do Norte com esse comportamento deploravel de ver tudo e continuar com a cabeça enfiada na areia.
    Acabronhados, coniventes, traidores.
    E fica a pergunta:
    Porque é que se candidataram numa lista.

  5. Na matematica do Jose Goncalves, todas as vezes que sai da sua boca “Mais” espera “Menos”. Paciencia SAntao!!! mas nao foi sozinho, Brava recebeu menos, Fogo menos, Maio menos, etc. Os portugueses trouceram nada e vao levar muito…negocio bem arranjado e so feito possivel na governacao do MpD.

  6. Acho estranho esta noticia uma vez que eu fui ao festival de escurraletes, comprei bilhete na sexta feira de manha, viajei a tarde e regressei hoje volta das 19hrs sem nenhum problema e com o barco inter-ilhas cheio de passageiros e de viaturas. Deve ser que este jornal esteve em Mindelo de Cabo Verde da Africa do Sul. O KzB e a Constança que venham desmentir para eu mostrar os videos e fotos da viagem de ida e volta com barco cheio.

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