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Câmara da Praia sob investigação do MP por suspeita de corrupção

O Ministério Público realizou ontem uma operação de buscas na Câmara Municipal da Praia que visa recolher provas de eventuais irregularidades cometidas na gestão tanto do ex-edil Óscar Santos (MpD) como na de Francisco Carvalho (PAICV), actualmente em exercício de funções. Com o apoio da Polícia Nacional, foram vasculhados os edifícios do Paços do Concelho, sito no Plateau, e na Direção Financeira e Patrimonial da CMP, localizada na Fazenda, e ainda na sede da empresa Construções Barreto, como avançam os jornais Expresso das Ilhas, Inforpress e Santiago Magazine.

Além do actual e ex-edil, a intervenção do Ministério Público visa alguns vereadores e tem por suporte um mandado emitido na quarta-feira e que abrange a recolha de documentos, papéis, dinheiro e outros objectos importantes para a investigação.

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Conforme a Inforpress, a edilidade praiense está a ser investigada por crimes de falsificação de documentos públicos, recebimento indevido de vantagem, peculato, defraudação de interesses patrimoniais e abuso de poder. Com base no despacho do MP, avança a agência noticiosa, surgem como suspeitos a secretária municipal, Joselina Soares Carvalho,  a vereadora das Infraestruturas da autarquia, Kyrha Hopffer Varela, o vereador da Cultura, Jorge Garcia, a coordenadora da Unidade de Gestão das Aquisições Públicas da CMP, Maria Varela, o técnico superior Gilson Correia, o edil Francisco Carvalho e a empresa Construção Barreto, SA.

Decorreu ainda buscas na Direcção Financeira e Patrimonial da Câmara Municipal da Praia, situada na localidade da Fazenda, envolvendo os mesmos suspeitos, e no escritório da mencionada empresa de construção civil, com sede em Achada Santo António. As averiguações visaram a apreensão de documentos, papéis, dinheiro e quaisquer objectos ou instrumentos que sirvam de prova, relativo ao objecto de referidos autos, de acordo com o Ministério Público no seu despacho.

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Ainda com base no despacho consta, conforme a Inforpress, que já foram carreados elementos probatórios para os autos, “que permitem concluir pela existência de indícios suficientes de que os suspeitos acima identificados praticaram os factos que se lhes imputam”.

De acordo com um outro despacho de busca não domiciliária do Ministério Público, está em andamento investigações relacionadas com o concurso e a execução das obras de asfaltagem das vias e bairros da Cidade da Praia, nomeadamente da via principal do Palmarejo, da zona do Ténis, no Platô, da zona do Liceu Domingos Ramos, a estrada de acesso ao Cemitério da Várzea e de a da Cidadela no Palmarejo Grande.  As investigações, segundo informações recolhidas pela agência, dizem respeito a processos de 2016 a 2024 e abrangem os sectores Secretariado Municipal, Direcção Financeira e Patrimonial e Administração Fiscal.

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Entretanto, Francisco Carvalho já reagiu a essa operação e assegurou que tem pautado por uma gestão transparente, sem indícios de corrupção. Confirmou a existência de duas investigações paralelas que incluem o relatório do Fundo do Turismo, abrangendo o período 2016 – 2020, e uma segunda despoletada pelas recentes declarações do inspector Renato Fernandes, referentes a actual gestão. Neste caso, a investigação do Ministério Público visa confirmar o cometimento dos crimes de falsificação de documentos públicos, recebimento indevido de vantagens, peculato, abuso de poder.

Na entrevista colectiva, Francisco Carvalho afirma que não roubou nem cinco tostões da CMP e acusou o MpD de ter implementado uma prática de corrupção na edilidade praiense ao longo de 12 anos.

C/ Inforpress, Santiago Magazine e Expresso das Ilhas

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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