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Cabo-verdianos casam menos e mais tarde

Os cabo-verdianos estão a casar cada vez menos e mais tarde e, os que optam pelo laço matrimonial, na sua grande maioria escolhem a união civil, conforme o relatório da Estatística Vital divulgado hoje pelo INE referente aos anos de 2019 e 2020. O documento revela, por exemplo, que foram registados apenas 3.751 casamentos em 2019, menos 102 que no ano anterior. Destes, 2.240 foram em 2019 e 1.115 no ano seguinte. Há também uma diminuição dos nascimentos e dos óbitos no arquipélago.  

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, os concelhos da Praia e o de São Vicente são os que apresentaram o maior número de casamentos registados, em termos absolutos, por ano, nos dois anos em análise. Em 2020, registaram-se 454 na Praia e 210 casamentos no Mindelo, uma Taxa Bruta de Nupcialidade de 2,7‰ e de 2,5‰, respetivamente. Diz ainda que tendência em Cabo Verde é para as pessoas casarem cada vez menos e mais tarde, independentemente do sexo.

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Por causa disso, prossegue, regista-se um aumento da idade média ao casamento, a par de uma diminuição na diferença da idade média dos nubentes. “A idade média ao casamento nas mulheres aumentou de 35 anos, em 2019, para 36, em 2020. E, nos homens, subiu de 39 para 40 anos no mesmo período”, indica o relatório da Estatística Vital.

A maioria dos casamentos celebrados neste período foi na forma civil, totalizando 94,2% em 2019 e 97,2% em 2020. Quanto aos regimes acordados, 43,3% foram em comunhão de bens adquiridos, 36% em comunhão geral de bens e 9,1% em regime de separação de bens no primeiro ano do estudo. Já em 2020, do total de 1.511 casamentos registados, 41,8% foram em comunhão de bens adquiridos, 39,6% comunhão geral de bens e 9% em regime de separação de bens.

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Relativamente aos nascimentos, foram registados 9.013 em 2019, menos 411 face a 2018, e 8.209 em 2020, uma redução de 804 em relação ao ano anterior. Com isso, diz a INE, a Taxa de Natalidade sofreu uma redução de 17 nascimento por cada mil habitantes em 2018, para 16% em 2019 e 15% em 2020.  Com isso, a Taxa Global de Fecundidade, ou seja, o número de nados-vivos registados por cada mulher em idade fértil – 15 a 49 anos – baixou nos últimos anos, particularmente desde 2016, passando de 70,1% nesse ano para 62,2% em 2019 e, depois, para 56,2% em 2020. “A idade média da mulher, ao nascimento de um filho – independentemente da ordem de nascimento – em Cabo Verde, tende a aumentar nos últimos anos, passando de 26,2 anos, em 2016, para 27,1 anos em 2019, e 27,4 anos em 2020”, lê-se.

No mesmo período, registaram-se 5.730 óbitos em Cabo Verde, sendo 2.771 em 2019, menos 65 óbitos face aos registados em 2018. Já em 2020, foram notificados 2.959 falecimentos, um aumento de 188 face a 2019. A taxa bruta de mortalidade segue a mesma tendência, passando de 5,2% em 2018 para 5% em 2019 e 5,3% em 2020. O estudo revela ainda que, do total de óbitos ocorridos nestes dois anos, 3.181 são do sexo masculino e 2.549 feminino. Metade são pessoas com mais de 65 anos de idade ou superior.

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A taxa de mortalidade infantojuvenil (óbitos de crianças menores de 5 anos por cada mil nados-vivos) apresenta uma diminuição de 19,6% em 2019 e 12,6% em 2020. A taxa de mortalidade infantil (número de óbitos de menores de 1 ano por cada mil nados-vivos) apesenta a mesma tendência em 2020. Ocorreram 11,3 óbitos por cada mil nascidos vivos, traduzindo uma diminuição quando comparado com o ano anterior onde ocorreram 15,4 óbitos por cada mil nascimentos”, detalha.

Igual tendência se verifica a nível da taxa de mortalidade neonatal – óbitos de crianças com menos de 28 dias por cada mil nascidos vivos, na ordem de 10,2% em 2019 e 7,4% em 2020. Já a taxa neonatal precoce (óbitos durante os seis primeiros dias de vida por cada nascimento), foi de 6,9 e 5,2 por cada mil nascimentos no mesmo período, 2019 e 2020, respectivamente.

Este levantamento, refira-se, foi elaborado com base nas informações dos registos administrativos dos nascimentos, óbitos e casamentos do Registo Notariado e Identificação (RNI).

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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