Cabo-verdiana Any Delgado na Associação Europeia da Saúde Preventiva e Epigenética
A cabo-verdiana Any Delgado, que reside nos Países Baixos (antiga Holanda) foi convidada para ser a embaixadora da AESEP (Associação Europeia da Saúde Preventiva e Epigenética), soube o Mindelinsite através da Presidente de Direção desta instituição, Paula Mouta.
Paula Mouta frisou que, enquanto embaixadora, Any Delgado irá pertencer ao painel “Observatório da Saúde dos Povos” e, sendo assim, segundo esta médica especialista em Epigenética, cabe-a a tarefa de representar este fórum tanto na Europa migrante como em Cabo Verde, regozijando-se do facto de essa instância ter já atravessado as fronteiras.
“Creio que escolhemos a melhor madrinha para a nossa Associação e para o Observatório da Saúde e dos Povos” disse a Presidente da AESEP, que deu a entender que este fórum de ser, estar e sentir, precisará galgar o mundo em voz portuguesa e ser também transmitido a cada cidadão crioulo em circulação pelo mundo, segundo essa responsável, ajudando a organização que dirige a promover os eventos online e físico.
Paula Mouta indicou ainda que a cabo-verdiana irá auscultar as populações sobre as suas necessidades para que, no seu entender, a construção do projecto educativo seja focada numa realidade emergente e verdadeiramente prática e ativa.
Paula Mouta anunciou, por outro lado, que a associação que dirige pretende criar, em crioulo, uma cartilha básica de cuidados de saúde alimentar com produtos nativos, baseada na cultura de valores humanos e focada na primeira fase do ensino base das escolas públicas, na criação de uma rede de educadores, ou seja, multiplicadores por cada país e sua representação nas comunidades transfronteiriças.
“A cartilha pode ser oral via programa de televisão ou ainda em formato papel, por ser mais acessível com efeitos multiplicadores mais rápidos, devido as condições precárias das populações rurais e periféricas de cada cidade”, sublinha essa responsável.
Segunda a presidente da AESEP, essa cartilha, no formato TV, deverá ter 5 minutos diários de boas práticas de saúde e valores humanos que deverão ser colocados em prática todos os dias no começo de cada sala de aula pelo mundo fora, nos países africanos de língua portuguesa e suas comunidades além fronteiras.
A Associação Europeia da Saúde Preventiva e Epigenética tem como missão criar ações focadas numa política pública e social de inclusão de géneros, que promova atitudes para a sustentabilidade e prosperidade dos cidadãos e do planeta, assentes numa sinergia de saúde, qualidade de vida, bem-estar e cultura de paz.
Sob o Lema “Educar em saúde e epigenética para uma cidadania consciente, sustentável, preventiva e ativa”, a AESEP tem como objetivos o desenvolvimento do Observatório da Saúde dos Povos, a criação de um Plano Europeu de Saúde Pública Preventiva e Ativa e a promoção de eventos e ações formativas em saúde educativa e preventiva em epigenética assentes nos quatros pilares da ONU para o Desenvolvimento Sustentável do Milénio que são Pessoas, Planeta, Prosperidade e Paz
De acordo com Paula Mouta, pretende-se igualmente organizar uma Comissão de Embaixadores como membros honorários, mecenas e institucionais, para a criação de uma rede de profissionais de saúde, focados no “ser humano”, inclusivo, humanista e que atue na promoção da cidadania ativa com a formação de multiplicadores.
O Observatório da Saúde dos Povos, segundo Paula Mouta, é um projeto de investigação que visa o estudo de hábitos de Saúde e Cidadania, avaliando os fatores de influência epigenética na saúde alimentar e de hábitos de vida das populações como nutrição, vacinas, dor, processos auto-imunes e inflamatórios, oncológicos, valores humanos e condições sociais.
Este trabalho vai ser desenvolvido em dez países, dos quais quatro são europeus – Portugal Continental e Ilhas da Madeira e dos Açores, França, Espanha e Itália – com inclusão das populações migrantes dos dez países a avaliar, cinco africanos – como Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe – um na América Central (Brasil – Nordeste CE).
Terá a duração de cinco anos, sendo que os três primeiros serão integralmente dedicados aos países europeus. Segundo Paula Mouta, esta abrangência requer por isso, apoios e concordância do Parlamento Europeu, ONU, UNESCO E UNICEF.
João A. do Rosário