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Bispo do Mindelo espera que Papa Leão XIV siga as pisadas de Francisco e que a Igreja continue a ser um instrumento de paz

O Bispo da Diocese do Mindelo manifestou o seu agrado pela escolha do novo Papa e, numa mensagem em vídeo, enfatizou que ninguém deve esperar que Leão XIV seja igual ao seu antecessor Francisco. “Não há dois Papas iguais”, enfatizou Dom Ildo Fortes.

A sua expectativa, no entanto, é que o agora escolhido venha a continuar as pisadas do falecido Papa Francisco, até porque, argumenta, os dois eram próximos. “Que esta Igreja que queremos hoje seja um instrumento de paz, ao serviço da justiça e da fraternidade, é isto que espero deste Papa”, declarou o Bispo da Diocese do Mindelo.

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Segundo Dom Ildo Fortes, o nome escolhido pelo actual Papa não foi por acaso. “Como sabeis, o nome na Bíblia e na tradição da Igreja e vida dos Papas significa um programa. Este Leão XIV evoca o Leão XIII, um Papa do início do século XX, evoca Leão Magno… E o Papa Leão XIII, que foi mais próximo de nós, foi um homem providencial numa época fundamental. É o grande homem da doutrina social da Igreja, um homem que vem num tempo onde a igreja precisa marcar presença e deixar mensagem para o mundo da política, do trabalho, em tempo de guerras. Esperemos Leão XIV seja um instrumento de paz e de reconciliação no nosso mundo”, faz votos Don Ildo, que vê o novo Papa como um homem de Deus, que se dirigiu ontem aos crentes de forma humilde, cheio de emoção e fez questão de se apresentar primeiro como um cristão.

A escolha de Robert Prevost foi recebida com entusiasmo pelos milhares de fiéis que aguardavam novidades na Praça de São Pedro, no Vaticano. O norte-americano, filho de um francês e de uma italiana, é considerado modesto, tímido, próximo de Francisco e com um profundo conhecimento da Igreja de todo o continente americano. Tem bastante experiência internacional, tendo já participado na nomeação de bispos em todo o mundo, o que lhe confere uma compreensão global da instituição.

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Em retrospecto, Prevost tinha tudo a seu favor para ser o novo Pontífice. A jogar a seu favor, tinha o selo de aprovação do Papa Francisco, seu antecessor, que o colocou num dos cargos mais importantes da Igreja Católica Romana. Conhecia e era um dos cardeais votantes na poderosa burocracia da Igreja, mas tranquilizou os liberais com seu forte apoio à mudança, que buscava tornar o processo de tomada de decisões da Igreja mais de baixo para cima e mais próximo dos fiéis.

Em tempos de incerteza, ele liderou um grupo religioso global, a Ordem de Santo Agostinho, que exigia uma compreensão sofisticada do mundo. Sua profunda formação teológica pode ter tranquilizado os conservadores preocupados com a doutrina. Aos 69 anos, o novo Papa tem a idade ideal para um candidato papal.

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O principal ponto negativo contra foi a sua nacionalidade americana, um obstáculo nas últimas décadas por ser vista como muito próxima da superpotência dominante no mundo. Mas, em uma ordem mundial que mudou significativamente e em uma Igreja que enxerga cada vez mais além da nacionalidade, isso aparentemente acabou não importando para os 133 cardeais que votaram na Capela Sistina.

C/Globo.com

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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