Augusto Neves pede aos partidos para deixarem de lado as diferenças ideológicas e lutem juntos por S. Vicente
Augusto Neves, reeleito autarca da CMSV, pediu hoje aos partidos representados no poder municipal para deixarem de lado as diferenças políticas e ideológicas e se unirem em torno da “urgente necessidade” da melhoria das condições de vida da população da ilha de S. Vicente. Este apelo foi feito por Neves na investidura dos candidatos eleitos para a vereação, momentos após a escolha de Helena Fortes para presidir a Assembleia Municipal com os votos favoráveis do MpD e do PAICV.
“Cabe a todos os agentes políticos mostrar a sua maturidade e grau de compromisso com a vontade dos sãovicentinos. Do nosso lado estaremos comprometidos na resolução dos problemas das pessoas”, declarou Augusto Neves, acentuando no seu discurso de “conciliação” que o foco maior deste novo mandato será gerar emprego principalmente para a camada jovem. Neves assumiu também o compromisso com cada morador da Cidade do Mindelo de batalhar para um futuro mais risonho, ciente de que os desafios são imensos. Assegura, no entanto, que há uma união dentro da sua equipa em torno desse objectivo comum.
Ao assumir a função, declarou por sua honra respeitar a legislação autárquica cabo-verdiana, ser o presidente de todos os sãovicentinos e governar em prol do desenvolvimento económico de S. Vicente. Assegurou que vai dedicar uma atenção especial ao sector social, continuar a investir no recurso humano como principal agente do desenvolvimento, melhorar o acesso das pessoas à água, energia e saneamento básico, assim como nos domínios da saúde, educação e formação profissional. Uma meta que espera atingir com o apoio do sector privado do Mindelo.
Por seu turno, o Primeiro-ministro, que presidiu ao acto de investidura do poder local de S. Vicente, iniciou o seu discurso elogiando os mindelenses pelo seu comportamento “cívico e democrático” nas eleições autárquicas. Segundo Ulisses Correia e Silva, a disputa política aconteceu num ambiente de tranquilidade, tendo o povo expressado a sua vontade nas urnas. “Não deram maioria absoluta ao partido vencedor, determinaram para que houvesse concertação e diálogo como garantia de governabilidade. Com a solução encontrada para a Mesa da Assembleia Municipal, um órgão muito importante, demonstrou-se que, de facto, o mais importante é haver condições de governabilidade”, enfatizou o Chefe do Governo.
Ulisses C. e Silva lembrou que em 2025 o país vai celebrar os seus 50 anos de independência e que 34 anos deste período correspondem à instalação do poder autárquico em C. Verde. Este passo, disse, permitiu que as autarquias ganhassem autonomia e competências, com um orçamento próprio e propostas políticas votadas diretamente pela população. A seu ver, essa decisão tem contribuído de forma inequívoca para o desenvolvimento dos municípios, apesar de ainda persistir grandes assimetrias regionais no arquipélago.
“Estas assimetrias seriam sem dúvida maiores de não tivesse sido tomada a opção pela descentralização do poder”, assumiu o governante, também líder do MpD, para quem a redução das diferenças entre os centros urbanos e ilhas em C. Verde passa pela adopção de políticas incisivas e por uma discriminação positiva capaz de permitir a integração social, económica e ambiental das comunidades.