O autarca da Câmara Municipal de S. Vicente chamou hoje o presidente da UCID de caloteiro, ditador e de transformar o seu partido numa mercearia, não para vender, mas para comprar benesses. Augusto Neves reagia assim a conferência de imprensa proferida pelo líder democrata-cristão, em que este acusa o Governo de conivência com a má gestão da CMSV, alegadamente por estar a protelar a divulgação dos resultados da inspecção feita à esta edilidade.
Para o edil, António Monteiro não tem moral para falar de ninguém, estribando-se em um artigo publicado há anos pelo jornal A Nação que alegadamente fala em um calote que este terá dado ao líder histórico e fundador da UCID, Lídio Silva. “Este deputado caloteiro nunca apresentou contas ao seu partido. Transformou a UCID em uma mercearia, não para vender, mas para comprar benesses. São palavras do seu líder histórico”, afirma Neves, que acusa ainda o presidente dos democratas-cristãos de ditador e de enganar as pessoas mais vulneráveis com promessas e incentivos à construção clandestina. “Este caloteiro não tem escrúpulo. Se enganou o fundador do seu partido, como não enganar outras pessoas. Em todas as campanhas ele enfurece com mentiras e blasfémias para poder assegurar o seu ganha-pão”, assegura.
Quanto as afirmações feitas por Monteiro, que diz que a CMSV está em falência financeira e com dívidas avultadas junto da banca, Neves contrapõe dizendo que a câmara é uma instituição séria e mantém excelentes relações com todas as instituições do país. Mais: este empréstimos têm empreendida uma grande movimentação na ilha e tem uma execução orçamental que ultrapassa os 100%. “Temos feito empréstimos bancários. Fazemos uma boa gestão e negociamos com todas as instituições e empresas do país, visto termos um orçamento que ultrapassa um milhão de contos. Esses empréstimos têm dado uma forte dinâmica na ilha e permitiram criar milhares de postos de trabalho. E cumprimos rigorosamente com o pagamento das rendas bancarias”, acrescenta.
Neves nega atrasos salariais
O edil nega atrasos no pagamento dos salários dos funcionários, pouco mais de 1240 no total. Aliás, mesmo neste período de covid-19 disse que o pagamento foi feito na totalidade e nunca sequer cogitou a hipótese e de aderir ao lay-off por conta da estabilidade financeira da câmara. “Como é possível fazer falar em falência financeira de uma câmara que apoia milhares de pessoas e tem obras por todos os cantos da ilha? Todo o trabalho empreendido na ilha é prova do trabalho, responsabilidade, transparência e seriedade que temos para com o município. Esta é uma câmara que inspira confiança aos bancos, instituições, empresas e à população”, assevera.
Também nega dividas para com as empresas e instituições como a Electra, CV Telecom e INPS. Aliás, afirma, se houve dívidas a CMSV não conseguiria usufruir da moratória nos bancos. Quando aos trabalhadores do Serviço de Saneamento que não estão inscritos no INPS, alega que estes trabalham por contrato e que ainda estão em processo de integração no instituto.
Inspecções necessárias
Sobre as inspecções das Finanças e do Tribunal de Contas, Neves garante que são necessárias e importantes, pois ajudam a melhorar o desempenho legal e organizacional das instituições. Não são feitas para aproveitamento politico em tempos de campanha. Quanto à excessiva demora da divulgação dos resultados, explica que fez-se a inspecção, foi enviado um relatório preliminar com algumas perguntas, que já foram respondidas e estão agora a aguardar o relatório final. “Não há nenhum processo de sanção contra a CMSV. Este Sr. diz que a câmara esta mal, mas quer assumir a sua gestão.”
O presidente desvaloriza, por outro lado, os ajuntamentos de pessoas que tem acontecido na frente da CMSV, limitando a dizer que quem está em S. Vicente sabe que todas as segunda-feiras faz audiências abertas. “Há muita gente porque atendo munícipe por munícipe. Até está mais suave, mas como estamos em período das eleições há muitas gente preocupada. Antes éramos três autarcas em audiências em simultâneo, no mesmo espaço. Neste momento, a vereadora Lidia faz audiência no Serviço Social e, na CMSV, eu e o vereador José Carlos. É verdade que há muita gente e o momento é complicado. Mas estamos a ver uma forma de fazer essa gestão”, indica.
Aliás, na tentativa de minimizar os riscos, as audiências estão a ser feitas agora no Madeiral, espaço onde as pessoas podem estar mais dispersas. Mas Neves deixa claro que estas vão continuar porque são necessárias.