O vereador Albertino Graça culminou o seu mandato na CMSV com um discurso apaziguador na última sessão ordinária da Assembleia Municipal de S. Vicente, que despertou a ovação de todas as bancadas políticas e serviu para selar as dissidências com o edil Augusto Neves.
Titota, como é conhecido, reconheceu que durante o mandato ocorreram discussões acaloradas nas sessões da Câmara e que algumas vezes houve exageros que ultrapassaram o limite da razoabilidade. “De facto, não foram tempos fáceis, nem ociosos”, acentuou. “… mas desenganem-se aqueles que pensam que nesta Camara foi só pancada uns nos outros porque não é verdade”, alertou o Reitor da Universidade do Mindelo, que trouxe como exemplo a organização e realização do Fórum Pensar São Vicente 2035. Na sua perspectiva, nessa ocasião foi levado a cabo um verdadeiro trabalho de equipa.
“Estamos a terminar o mandato. Começam a afastar-se as lembranças, as tarefas, os pensamentos, as angústias, as alegrias e alguns episódios, sobretudo os mais dolorosos. Da minha parte, ficarão protegidos pelo silêncio e pelo esquecimento. Permanecerão apenas as boas lembranças, a afirmação da vida, a presença e o apreço”, assumiu o vereador, que aproveitou o momento para acentuar que, se melindrou alguém nas sessões da Câmara e da Assembleia, não o fez de forma intencional. Neste sentido, enviou um abraço aos que, como ele, não vão lutar por mais um mandato e formulou votos de sucessos aos que forem reeleitos nas próximas eleições autárquicas.
A intervenção do vereador ficou marcada nesta sessão ordinária da AMSV pela apresentação de uma proposta do executivo camarário para a elevação do jogo de ouril a Património Cultural Imaterial de S. Vicente. Graça indicou 16 de fevereiro como o dia municipal do referido jogo tradicional em homenagem ao falecido poeta e ex-autarca Onésimo Silveira, nascido nessa data. A escolha desta figura foi sustentada pela paixão que Silveira tinha por esse jogo e pelo contributo que deu para a promoção e o desenvolvimento do mesmo na ilha de S. Vicente.