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AJOC, TCV e Rede de Direitos Humanos condenam ataques proferidas à jornalista Rosana Almeida nas redes sociais

Os ataques proferidos nas redes sociais à jornalista Rosana Almeida provocaram uma onda de solidariedade de instituições, colegas de profissão e levaram o Secretário de Estado Lourenço Lopes a salientar que o Governo de Ulisses Correia e Silva reprova e censura qualquer atitude ou discurso de ódio.

A AJOC condenou os ataques nas redes sociais proferidas contra a jornalista Rosana Almeida (devido a divulgação de uma notícia na TCV sobre a apresentação do projecto do hospital nacional) e salientou, em comunicado, que o episódio se insere num contexto cada vez mais inquietante de agressões aos profissionais da comunicação social e tentativas de intimidação. Para a Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde, o que sucedeu foi injustificável e preocupante, tanto mais quando parte de figuras conhecidas da sociedade cabo-verdiana que deveriam, por dever cívico e institucional, ser defensoras do respeito pelo exercício livre do jornalismo.

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“Esta forma vil de silenciamento não pode, em momento algum, ser normalizada ou tolerada numa sociedade democrática”, alerta a organização, que se mostrou também inquietada com o silêncio de figuras públicas sobre o ocorrido. A AJOC reafirma que não faz política, nem se move por interesses partidários ou agendas pessoais, e que a sua missão é clara: defender o direito ao exercício livre, responsável e digno do jornalismo em Cabo Verde, sem domesticação. Um jornalismo com rigor, objectividade e respeito pelos princípios deontológicos da profissão e que, diz, deve ser defendido de forma firme pelos jornalistas.

A Rede Cabo-verdiana dos Defensores de Direitos Humanos também repudiou os “ataques gratuitos” dirigidos a Rosana Almeida na sequência da referida reportagem. A RECADDH relembra que a liberdade de imprensa e o exercício independente do jornalismos são pilares essenciais de qualquer Estado de direito democrático e que qualquer tentativa de intimidação ou de silenciamento de profissionais da imprensa representa uma grave violação dos direitos humanos, em particular do direito à liberdade de expressão e de informação.

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“Neste sentido, expressamos a nossa total solidariedade para com a jornalista Rosana Almeida, reconhecendo o seu trabalho enquanto profissional comprometida com o dever de informar com responsabilidade e integridade”, salienta a organização, que reforçou os apelos às autoridades competentes para identificarem e responsabilizarem os autores dos referidos ataques e garantam a proteção efectiva dos jornalistas no exercício da função.

A direção da TCV tomou posição pública sobre a matéria para repudiar os “ataques vis, injustificados e até de teor obscenos”, visto pelo televisão como uma mera tentativa de silenciamento da jornalista. Salientou que todo o trabalho é passível de críticas, mas que há instâncias próprias e legais onde podem ser feitas. Para a TCV, nada justifica posicionamentos que incitam ao ódio e à tentativa de assassinato do carácter dos profissionais da imprensa nas redes sociais e por figuras públicas.

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“Num contexto global, em que jornalistas continuam a ser ameaçados, agredidos e até assassinados, inclusive em geografias próximas da nossa, torna-se ainda mais imperativo que a crítica, num estado de direito democrático, seja exercida com responsabilidade, respeito e elevação”, diz a TCV, lembrando que a liberdade de expressão deve ser exercida com consciência cívica.

Em vídeo publicado no seu Facebook, Rosana Almeida agradeceu as mensagens de solidariedade e disse ter ficado sensibilizada com 3 palavras: “não estás só!”. Salientou que todos aqueles que seguem o seu trabalho ao longo dos 40 anos de profissão – tendo passado por diversos sistemas políticos e governos – sabem que se tem mantido igual a si. “Tenho as minhas virtudes e defeitos, mas fui ensinada de que, quando algo não anda bem, devemos procurar os locais próprios para determinarmos os erros e depois agir em consequência, e não fazer com que as pessoas sejam digladiadas nas redes sociais”, disse a jornalista, que afirma ter respeito por todos, mas não medo. Lembrou que tem mãe idosa, irmãos e dois filhos adolescentes e que irá responsabilizar em fórum próprio as pessoas que fizeram comentários ofensivos à sua dignidade e bom nome.

Pedido para se pronunciar na TCV sobre o incidente, Lourenço Lopes, Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-ministro, salientou que o governo liderado por Ulisses Correia e Silva é categórico e firme nos seus princípios: condena, reprova e censura qualquer atitude ou discurso de ódio, seja em relação a um jornalista da RTC, da agência Inforpress ou de qualquer órgão privado de comunicação social. O governante afecto ao sector da comunicação social reafirmou ainda o respeito pela Constituição da República, que tem no respeito à dignidade da pessoa um dos seus alicerces.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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