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A pandemia veio mostrar o tamanho do fosso tecnológico entre os países, disse J. Lélis na abertura do Fórum da Cooperação Municipalista da Lusofonia

A ministra Janine Lélis afirmou ontem na abertura do III Fórum da Cooperação Municipalista da Lusofonia que a crise pandémica que tem afectado o mundo colocou em evidência uma desigualdade da qual se fala muito pouco: o fosso tecnológico entre as regiões e os países. Este distanciamento, diz, ficou patente no diferencial da capacidade dos Estados de continuarem a garantir os serviços públicos num contexto de quarentena e distanciamento social, sobretudo no hiato de produtividade entre aqueles que possuem o domínio da tecnologia de informação e comunicação e os que ainda marcam passo nesse domínio.

“Com efeito, os países desenvolvidos construíram, sem grandes dificuldades durante a pandemia plataformas digitais que lhes permitiram continuar a oferecer os servi,cos públicos, contornar a crise, proporcionando, ao mesmo tempo, um contributo valioso para a inversão do processo das alterações climáticas”, salientou a ministra da Defesa e da Coesao Territorial. Janine Lélis lembrou que, devido a crise da pandemia, houve um aumento das actividades económicas e transacoes comerciais através da internet, o que teve como consequência a redução da poluição ambiental.

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A ministra enalteceu este facto no seu discurso de abertura do fórum, que decorre na cidade do Mindelo sob o lema “Desenvolvimento Local e a Localização dos ODS – Uma visão assente no processo de transição digital dos territórios”. Lélis considerou aliciante dirigir-se a uma assembleia composta por autarcas de experiências e horizonte diversos, pois o evento, coorganizado pela Associação dos Municípios de Cabo Verde, reúne representantes de cinco municípios parceiros do Fundo Galego de Cooperação e está a ser acompanhado por autarcas cabo-verdianos.

Referindo-se ao fórum, Lélis enfatizou que a reunião visa debater o desenvolvimento local e a localização dos ODS (Objectivos de Desenvolvimento Sustentável) no processo de transição digital dos territórios. O propósito, como sublinhou, é reduzir o fosso digital e interterritorial entre os indivíduos das diferentes origens sociais, tendo em vista o alcance dos objectivos do desenvolvimento sustentável fixados na agenda 2030. “A minha satisfação é ainda maior porque, no quadro dos ODS, o nosso país adoptou uma visão de longo prazo com o desígnio de nos impulsionar para uma trajectória que reduz o fosso digital entre as ilhas”, pontuou Lélis.

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ANMCV felicita Fundo Galego pelo encontro presencial

O Presidente da Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde felicitou o Fundo Galego de Cooperação e Solidariedade pela “extraordinária iniciativa” da realização do III Fórum Municipalista da Lusofonia em formato presencial na ilha de S Vicente. Isto, frisou Herménio Celso Fernandes, ainda num ambiente de pandemia. O responsável pela ANMCV estendeu os agradecimentos ao edil Augusto Neves pelo acolhimento e suporte na organização, assim como à comissão organizadora do evento, na pessoa de Helena Rebelo Rodrigues.

O poder local cabo-verdiano, segundo o presidente da ANMCV, é inegavelmente um dos pilares do sucesso e da credibilidade do percurso de Cabo Verde enquanto Estado livre, soberano e democrático. “O nosso poder local é forte e respeitado. É solido e presente”, enalteceu.

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O III Fórum acontece, segundo Fernandes, num ambiente de enormes incertezas e desafios.  “Estamos ainda plena pandemia, onde em África nem um quarto da sua população se encontra vacinada. Estamos a enfrentar secas cíclicas e severas causadas pelas alterações climáticas”, acentuou.

A realização do encontro internacional na cidade do Mindelo é, nas palavras de Helena Rodrigues, presidente da comissão organizadora, um momento de particular simbolismo por acontecer no ano em que se celebra o vigésimo aniversário da cooperação entre o Fundo Galego e a Associação Nacional dos Municípios de Cabo Verde. No seu discurso de enquadramento do encontro, Helena Rodrigues enfatizou que o mesmo surge da constatação de que a transição digital e a transição em prol da sustentabilidade devem andar a par e passo. “Ou seja, uma dupla transição que se entrecruza na prossecução dos 17 objectivos de desenvolvimento sustentável a atingir até 2030”, realçou Helena Rodrigues, para quem um mundo mais sutentavel só é possível com a transformação digital da sociedade.

Essa aposta, prossegue, constitui um potenciador de uma sociedade mais sustentável, em termos de igualdade, saúde e educação. Na sua perspectiva, o debate sobre a implementação dos ODS não pode ser conduzido sem uma compreensão adequada dos benefícios e riscos potenciais da digitalização para a Agenda 2030.  “O mundo, a seu ver, não possui um sector digital – tornou-se digital”, embora, diz Helena Rodrigues, existam sectores mais intensivos em tecnologia e digitalização do que outros.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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